33- O sequestro

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- Lembra de mim?

  Lucca estava bem na minha frente! Eu tinha raiva dele, mas ele estava tão debochado que eu sentia um pouco de medo.

Não via beleza nenhuma, apenas um sorriso malvado e debochado.

- Sai...

- Falta de educação. - Ele disse se sentando ao meu lado. - Não vai me dar mais um beijo?

- Eu já disse pra você sair daqui. - Falei nervosa.

- Hm... Eu não quero. - Disse Lucca.

- Ela disse para sair!

Era Mike, ele tinha vindo atrás de mim, e eu estava agradecida por isso.

- Quem é esse cara? Mais um para sua lista? - falou Lucca. - Você sabe que me ama, somos feitos um para o outro...

Lucca segurou minha mão, mas eu puxei na mesma hora e levantei.

- Maluco. - Falei.

- Deixa ela em paz... - Disse Mike. - Vamos embora.

- Vai embora vai, mas não se esqueça de mim. - Fala Lucca rindo.

Ele não vem atrás da gente.

No caminho para a minha casa, explico tudo para Mike que fica assustado.

- Eu devia ter dado uma surra nele! - Disse Mike e eu ri. - Por que ta rindo? Esse cara é perigoso.

-Eu não sei, mas eu não imagino você batendo nele. - Falei.

- Tá me chamando de fracote? - Ele disse e cruza os braços. 

 Eu começo a rir, e quando paro percebo que Mike estava quase me beijando.

-Mike... - Eu falei e ele se afastou.

- Desculpa eu não sei o que deu em mim... - Ele disse.

- Eu só acho melhor a gente... - eu ia dizendo.

- Tem razão. - Falou sem graça e deu um sorrisinho. - Por que saiu do cinema? O filme já vai começar.

- Ah, eu desisti. - Falei.

- Quer comer alguma coisa? - Falou Mike. 

- Eu tenho que ir para casa na verdade. - Falei. -Podemos fazer isso outro dia?

- Ah! Claro! Vou anotar meu número. - Dei meu celular para Mike, e ele anotou o número dele, e pegou meu número. - Foi um prazer te conhecer. Posso te levar até sua casa?

- Eu vou andando. Preciso fazer isso um pouco. - Falei e ele concordou.

 Nós nos despedimos.

 Estava começando a escurecer a rua estava vazia, não tinha ninguém.

 De repente eu vi um carro chegando ao meu lado. Fiquei com um pouco de medo, mas não devia ser nada.

 Mas quando vi que era Lucca saindo do carro, meu coração quase parou, quando vi a arma na mão dele, me deu um desespero enorme!

- Lembra de mim?

- Lucca... Por favor, você não precisa fazer isso. - Falei.

- Se você não é minha, você não é mais de ninguém. - Falou. - Agora, entra no carro!

- Por favor. - Implorei quase desmaiando de  medo.

- Vai logo antes que eu te mate. Eu não quero ter que fazer isso. - Falou Lucca.

 Eu entrei no carro, minha mãos tremiam e suavam.

 Lucca entrou logo após e sorriu para mim, como se não tivesse acabado de me ameaçar.

- Agora não tem mais ninguém para te cobrir. - Falou ele. - E eu tenho uma arma... Elas são legais.

- Por que você está fazendo isso?

- Porque eu te amo. 

- Se você me amasse não ia fazer eu passar por isso. - Falei.

- Minha forma de amor é um pouco complexa. - Falou ele. - Antes, quando eu via seus amiguinhos, eu queria  matá-los. Mas se eu matasse todos, com certeza a polícia ia me pegar. Mas se eu te ameaçar, você vai ser minha para sempre.

- Você é louco! - Falei nervosa, mas apavorada.

- Louco por você. - Falou e pegou minha na minha mão que estava sobre o banco. 

- Me solta. - Falei puxando minha mão.

- Tudo bem, você vai aprender. - Ele mostrou a arma que estava no casaco dele. - Já deu vontade de segurar minha mão? Como o casalzinho que somos!

 Eu olhei para ele, meus olhos arregalados. Ele tirou a arma mais um pouco, eu tive vontade de pegar aquilo e atirar nele, mas seria difícil então apenas dei a mão para ele.

 Sua mão estava quente, diferente da minha.

- Nossa que mão fria querida. - Ele disse e eu não respondi. Ele soltou minha mão, e continuou dirigindo. - Essa viagem vai ser linda!

 O que eu ia fazer? E se a viagem suposta por Lucca fosse uma viagem sem volta?

 Eu só queria minha mãe naquele momento.



Viagem sem VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora