35. Medo de escuro

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 Lucca estava dirigindo devia ter uma hora, mas de repente ele parou o carro, estava chovendo e muito escuro no lugar, eu só via de longe uma casa grande, parecia um estábulo.

- Vou amarrar suas mãos. - Ele disse e colocou algemas nos meus punhos.

- Lucca. Olha o que você está fazendo, você não quer mesmo isso... - falei, numa tentativa falha dele deixar de lado tudo aquilo.

- Você não sabe direito o que eu quero. - falou ele. - Vou colocar isso nos seus olhos para você não enxergar.

 Ele tinha um pano em suas mãos e amarrou aquilo na minha cabeça para que eu não pudesse ver nada, não sei o porquê daquilo, mas não ousei em desrespeitar senão eu poderia ser morta.

- Vou te guiar princesa. - Disse Lucca. - Pode deixar que você não vai se machucar.

- Não me chame assim.

- Quem tem uma arma em mãos sou eu, ou você? - falou Lucca e senti a arma em meu pescoço. Eu estava nervosa, com muito medo.

 Ouvi Lucca abrindo o portão do estábulo, eu pensei em fugir, mas aquilo nunca daria certo, não conseguia tirar a venda dos olhos porque ela estava muito apertada, minha mão estava presa uma à outra e ainda tinha o fato do Lucca ter uma arma. 

- Tentando fugir? - falou ele rindo. Uma risada apavorante.

- Não, só estava coçando meu rosto. - respondi. 

- Deixa que eu coço para você. - ele disse e eu dei um passo para trás, ele passou a unha e aquilo me arranhou, ficando um pouco ardente o local.

 Ele me levou para dentro do local e me prendeu no tronco de alguma coisa. Lucca tirou a venda dos meus olhos e eu vi que estava realmente dentro de um estábulo, bem grande, sem bichos.

- Aqui é a fazenda da minha falecida avó. - Disse ele olhando ao redor, depois me olhou. -Eu nunca casaria aqui com você...

- Por que me trouxe pra cá? - falei.

- Porque eu te amo. E enquanto não podemos ir para a França juntos, vamos ficar aqui. - falou ele.

- Você sabe que eu nunca vou para a França com você. - falei entre dentes e ele me encarou sério.

- Vai mudar de ideia. - Falou ele mostrando a arma. - Além disso, já combinei com uns amigos meus da gente ir para lá amanhã! Temos até uma casa lá, bem longe de tudo. Assim você não foge.

- Você é nojento. - falei nervosa, mas ainda relutante.

- Acho que você ainda não entendeu. - falou ele e saiu do estábulo.

 Tinha que ter um jeito de sair dali, mas mesmo se eu conseguisse... Eu iria ficar presa na floresta ou sei lá! 

- Voltei. - falou ele, estava com um balde na mão. - Eu disse que você ainda não atendeu.

  Lucca tirou meu casaco e meus sapatos, me deixando com  muito frio.

- Lucca por favor, está muito frio! - falei implorando. 

- Não vou tirar sua roupa Hazel, vou deixar isso para nossa lua de mel. - falou ele. Que cara doido. - Mas acho que isso vai te ajudar a entender o que está acontecendo.

 Lucca jogou água em mim, ela estava gelada, e a noite também estava gelada o que piorou, meus ossos estavam doendo tanto, que eu pensei que eles tinham congelado e estavam quebrando aos poucos.

- Lucca - tentei dizer mas ele enfiou um pano em minha boca e saiu do estábulo.

 Eu estava morrendo de frio, e com muita vontade de chorar. Eu só queria meus amigos, e minha mãe...

Viagem sem VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora