(Duas noites atrás)
Em uma viagem de avião particular, Wilma, uma senhora de mais ou menos setenta anos, podre de rica, estava reclamando do péssimo serviço de bordo que a companhia a estava prestando. "Como assim me serviram lagosta sem o caviar?", problemas de pessoas ricas demais. Aquela senhora, que aparentemente era boazinha, era a real prima distante da família. Prima Wilma Kruster, vivia na Inglaterra junto com seus cachorros e queria a gigantesca mansão de seu primo, marido da mãe de Christine.
Ao descobrir a morte recente de sua querida "amiga", companheira de tantos anos de seu primo, Brietta Morella, começou a preparar sua bagagem para viajar. Aquela velha era pior do que um urubu atrás de carniça. Seu desejo era tomar todas as posses da família do primo para si, sem se importar com a filha de Bezerra, que merecia toda aquela fortuna. Ela não sabia que a criança que a irmã dera a luz, há trinta e cinco anos, ainda vivia. Imagine com quanta raiva ficou a velha após descobrir que a fortuna não seria sua...
Chegando à Itália, onde sua sobrinha vivia a vida que ela queria, cheia de dinheiro e repleta de propriedades e riquezas, iria averiguar as coisas nas duas propriedades que eram da família, ao menos naquele país. Imaginava que a tal coisa monstruosa não tivesse sequer documentos e nisso estava se agarrando. O primeiro lugar a ir foi a mansão onde o casal, seu primo e Brietta, moravam, foi onde, também, encontrou Marcos.
— Posso lhe ajudar? — O rapaz bonito se erguia do trabalho braçal que estava fazendo, retirando a neve do jardim, pois na noite anterior a chuva branca cobriu o gramado inteiro.
— Claro, jardineiro! — Voltou-lhe a palavra com certo asco na voz — Diga-me, onde está a atual dona dessa propriedade. — Impôs-lhe a pergunta como se Marcos lhe devesse a resposta.
— Senhorita Christine não vem aqui faz uns meses — ergueu uma sobrancelha e passou a destra pelos cabelos —, senhora...?
— Kruster. — A antipatia dela estava causando raiva em Marcos, que tentava ser gentil — Para você, Duquesa Kruster. — Ele iria apertar a mão dela, porém a mesma lhe fez uma cara de nojo, quase como se ele estivesse coberto de esterco.
— Claro... — Suspirou e fechou os olhos enquanto o fazia, assim buscando manter a calma.
Ela saiu da companhia de Marcos, que ficou sem saber exatamente como prosseguir, então voltou ao seu trabalho, naturalmente esquecendo aquela mulher. Caso o loiro a tivesse reconhecido, saberia que jamais deveria ter respondido pergunta alguma.
(Dias atuais)
Seguindo viagem para outra cidade, a mais praieira, chegara finalmente na casa de praia da família Kruster. Estava estupefata com a beleza que aquele lugar rústico ainda possuía, mesmo depois de tantos anos de um possível abandono. Apressou-se em tocar a campainha, principalmente quando ouviu um piano de longe, imaginando, por alguns segundos, que Brietta estava viva, tocando aquele lindo instrumento que seu primo havia dado à ela de presente quando se casaram.
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Christine - Ela É A Fera [COMPLETO]
ChickLit"A mais bela não é aquela que tem beleza, Christine. A mais bela é a que possui essência, aquela que têm uma alma que vibra, que espalha a luz da simplicidade e da humildade por onde quer que vá. Você, meu amor, é a pessoa mais bela que já pude conh...