Capítulo 7

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AMANDA


_Você precisa mesmo de tudo isso? –pergunta Bryan pela décima terceira vez.

Escuto meu estômago fazer o mesmo barulho novamente, acho que eu precisava de mais um pouco de batata frita.

_Se você vai ficar controlando o quanto de comida ponho no meu prato, você bem poderia ter ficado no hotel – reclamo e vejo-o revirando os olhos. Bryan era muito bonito se você ignorasse a grande muralha que ele era – Por que você mora com Maluma?

A pergunta parece tê-lo pego de surpresa e logo seu semblante parece escurecer. _Não que tenha algum problema – a casa não é minha mesma, penso. – Mas é estranho, Maluma não se dá bem com ninguém.

_Temos um acordo em comum – é a única coisa que ele diz antes de pegar o prato de minhas mãos e levar para uma mesa no canto, sento-me e espero que ele continue a falar – Acho que você gostaria de saber que estamos sendo rastreados.

_Oi? – pergunto antes de pousar minhas mãos sobre o garfo, o metal parecia ainda mais frio em contato com minha pele – Como assim?

_Provavelmente estão tentando saber onde você está – burla-se Bryan bebendo um copo de cerveja.

Era meio dia e o homem conseguia beber desde a hora que levantava até a hora de ir dormir.

_Pensei que ele soubesse onde estamos já que ele anda pagando você pra me "proteger" – solto antes de sentir uma câimbra na cintura – Droga.

_O que foi? – diz Bryan sério ao levantar da cadeira e ficar ao meu lado.

_Câimbra – digo respirando fundo e massageando a região.

_Deixe-me ver – diz ele antes que eu possa dizer não.

Bryan me posiciona em uma posição ereta e massageia o local como se fosse à coisa mais normal do mundo. Sinto olhares das pessoas no restaurante olhando para nós com sorrisos amáveis. Aquilo não estava acontecendo. Sinto meu lábio tremer e minhas bochechas ficando vermelhas, a dor que eu sentia já passou, mas a vontade de me enfiar num buraco e morrer ali, não.

_Obrigada – agradeço quando ele volta a sentar em sua cadeira. Ainda estou olhando para ele, ignorando as pessoas ao redor, quando ele pergunta – O que foi?

_Nada, então... estamos sendo rastreados? – sento-me.

_Estávamos, bloqueei os sinalizadores, afinal eu não sabia se você queria ser rastreada ou não.

_Por que você está fazendo isso? – desconfio – Maluma te paga para...

_Errado, Maluma me paga quando eu presto meus serviços a ele – diz Bryan ao tomar mais um copo de cerveja – Entenda meu acordo com Maluma sobre você. Cuido de você e enquanto isso eu estou dando um tempo no meu irmão.

_E você precisa trabalhar para ele para ficar longe do seu irmão? – pergunto.

_Coma logo – e isso foi tudo o que ele disse naquele dia.

Quarenta e oito horas longe de Maluma parecia um tipo de abstinência, muito pior do que ficar 6 horas de jejum para fazer exame de glicose. Os cutucões em minha barriga estavam me deixando um pouco louca, mas era de se esperar que o bebê estivesse com fome, porque obviamente eu estava também.

Fiz uma bateria de exames que ficariam prontos a partir das seis horas da tarde e Bryan como o bom guarda costas que era prometeu ir buscar, já marcando minha consulta de retorno na clínica médica da doutora modelo para o outro dia.

Eu não sabia muito bem o que fazer com minha vida no atual momento, mas quando abri a porta do meu quarto esperando encontrar Bryan para levar-me á doutora, jamais esperaria encontrar um clone musculoso de cabelo solto parecendo um guerreiro saindo das Terras Altas.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora