Capítulo 9

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MALUMA


Mesmo com sua respiração acelerada e as linhas marcantes em sua testa, ela não parecia com medo, por mais que meus ouvidos tenham escutado ao contrário. Amanda sabia que eu era o último homem nesta terra que poderia machucá-la, ela sabia que eu jamais permitiria que um só fio de sua linda cabeça fosse ferido. Eu jamais machucaria meus filhos ou deixaria alguém fazer isso. Só imaginar um desgraçado boliviano ameaçando minha família, fazia-me ver vermelho.

Eu poderia jogar esse jogo. O "inatingível", "me importo apenas com meus filhos", "foda-se que nós transamos". Mas esse era o grande problema. Com Amanda eu havia aprendido uma grande falha em meu caráter, eu odiava fingir pra ela, séria fácil, apenas sujeita-la em meu banco e fazê-la implorar por minhas carícias. Mas então, eu séria apenas outro filha da puta sem noção, que não dá a mínima para os sentimentos de uma garota.

Caras não deveriam ter que lidar com a "bagunça emocional" de um ser totalmente diferente de você. Alguém sempre sai machucado e para a grande satisfação masculina – da grande maioria – a ferida sempre é a mulher.

Mas porra se aquele olhar não estava matando alguma coisa em mim.

_Temos que conversar Amanda – murmuro pelo que? Décima vez?

_Não há nada o que conversar Maluma – ela sussurra sem encarar meus olhos.

Respiro cuidadosamente enquanto sinto minhas mãos pressionarem ainda mais o volante. Eu preferia estar socando alguém nesse exato momento do que estar tento uma conversa com a indiferença de Amanda. Eu já havia passado por isso quantas vezes? Eu amava Amanda, mas também tinha meu limite.

_Hm – murmuro irritado e sinto seus olhos sobre mim, não falta muitos quarteirões para chegarmos em casa.

_Onde eu vou dormir Maluma? – pergunta ela, seu tom nada amigável. Para uma grávida, a mulher parecia ter bolas. Encaro Amanda procurando algum tipo de bigode – O que foi?

Eu tinha decidido muitas vezes deixar Amanda, porque não há ninguém nessa Terra que sabe melhor que eu não a mereço. Mas um homem cansa de fazer a "coisa certa". Amanda era como uma doce flor, o tipo bonita e formosa, encantadora de jardins, uma alma que não atrapalha ninguém e que se preocupa com os outros como se fosse uma extensão de seus braços. Ela era o tipo de mulher que poderia ser a companheira de vida de um cara do mesmo nível. E infernos houve um tempo que pensei que iria ser eu. Mas agora as coisas estavam confusas, a única coisa que eu poderia afirmar com a maldita certeza era que ela não estava ficando com outro cara.

Sem. Uma. Fodida. Chance. Porra!

_Maluma! Dirija mais devagar você está me assustando! – grita ela em pânico fazendo-me retirar o pé do acelerador.

Chame-me de egoísta se quiser, eu não era um santo. Limpo minha garganta e tento respirar pelo nariz, dou sinal para o segurança e encaro o portão abrindo-se.

_Você vai dormir no seu quarto Amanda e nem pense em fugir para o quartinho doméstico de novo – resmungo – Não me faça queimar aquele lugar.

_Não me faça odiar você – retruca ela irritada.

Quando estaciono o carro, Amanda abre rapidamente a porta e caminha furiosa em direção a casa. Um homem esperto a deixaria ir, não arrumaria problema, evitaria um conflito, mas esse era eu, o bastardo querendo a profundar a merda. Alcanço Amanda com a facilidade de um predador cercando sua presa. Seguro seu braço e desvio de um soco bem direcionado para meu nariz.

_Chega Maluma, eu estou cansada das suas merdas por hoje!

_Chega dessa palhaçada, nós sabemos que você nunca cansou das minhas merdas, ao parecer você é meio sádica com isso.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora