Nem sei como começar a minha história mas é melhor dizer quem eu sou.
Sou a Margarida ou Maggie como vocês preferirem, tenho 15 anos. Vocês sabem aquelas raparigas populares lá da escola? Que são altas, geralmente loiras, giras e que se vestem bem e têm carradas de namorados...bem, eu não sou nada assim. Eu sou o oposto.
Tenho 1.65, não sei bem a cor dos meus cabelos (há dias em que penso que são loiros, e há dias em que parecem castanhos), tenho olhos azuis (uma coisa boa em mim! Amo os meus olhos azuis!) e nem sou magra nem gorda (mas devia perder um pouco de peso) e também não sou feia nem bonita.
Mas continuado... agora que sabem como eu sou, eu posso contar a história.
Terei de antes de começar, de dizer umas pequenas coisas. Eu sofro de um problema de ouvidos, não posso ir a festas porque se for e houver música eu fico com altas dores de cabeça e também não posso ir à piscina pois se for eu ganho otites. Triste vida, não é?
E a minha triste vida não fica por aqui, os meus pais divorciaram quando eu acabei o meu nono ano. Eu vivia em Fátima, uma cidade conhecida religiosamente, estava num colégio, tinha amigos mas os meus pais estavam sempre a discutir e houve uma altura que se cansaram e divorciaram.
Quando isso aconteceu o meu pai aceitou uma proposta de trabalho em Paris e a minha mãe pediu transferência para Bruxelas. Agora não vivo com os meus pais mas vivo com o meu irmão Miguel.
Miguel é o meu irmão mais velho, tem 26 anos e ele vive em Lisboa e por isso com a partida dos meus pais tive que mudar para a casa do meu irmão.
Lembro-me bem da chegada a Lisboa... já tinha visitado quando fazia visitas de estudo mas não passou disso e agora ia viver para lá.
Fui de autocarro até Lisboa e encontrei o meu irmão Miguel à minha espera.
Miguel era alto, tinha cabelos loiros, olhos azuis... um verdadeiro deus. Mas o meu irmão não liga ao amor, está mais interessado na sua carreira como arquitecto.
E ele tem sucesso e ganha bem e tem obras conhecidas não só em Lisboa mas também no Porto, Fátima, Faro...
Vive num apartamento que por fora é um pouco velho mas lá dentro, é moderno mas simples, simpático como ele é decorou o meu quarto e está lindo!
Feita as mudanças, decido ir dar uma volta pela cidade. Depois da minha chegada a Lisboa o meu irmão foi trabalhar e deixou-me em casa e como estava com curiosidade em descobrir um pouco da cidade fui parar à beira do Rio Tejo com um bloco, lápis, máquina fotográfica, e o meu telemóvel e nada mais.
Admirei a paisagem... dava um belo desenho. Sacei o meu bloco e ponho mãos à obra.
Feito o desenho passei à escrita.
À beira do Tejo
Não sei como cheguei
Mas cheguei
A este lugar azulado e calmo
A minha alma é igual ao rio
Os meus olhos azuis são como esta água
Não sei
Mas sinto que sou do rio.
Vim e fico.
Ao concluir o poema reparei que está a cair o dia e a aparecer a noite. Que por do sol! Dá uma bela foto. Mas tenho de ir para casa mas não me lembro o caminho. Liguei ao meu irmão mas o telemóvel estava desligado, tinha de descobrir o caminho sozinha. Sabia o nome da rua mas não o caminho.
Fui andando à procura de ajuda.. ainda não tinha visto alguém que me ajudasse.
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A voz do Amor
RomanceMargarida ou Maggie, adolescente portuguesa tem problemas na sua vida. Pais divorciados e os dois fora do país, tem de deixar a sua cidade natal para ir viver com o irmão na capital. O irmão vive para o trabalho e raramente está em casa mas são unid...