Estávamos a caminho de Coimbra. Estava com medo de o ver, não era bem medo mas sim uma ânsia, nervosismo...
No carro, estávamos os cincos, eu, o meu irmão, o David, o João e o Tiago em absoluto silêncio. O João ouvia música por fones, o Tiago dormitava, o meu irmão era o condutor e o David e eu de vez em quando falávamos mas nada de especial.
...
Ainda na viagem, o meu irmão disse-me que tinha recebido duas propostas de trabalho, uma em Inglaterra e outra em Itália.
Mas pensara em não aceitar nenhuma.
...
No hospital...
Detesto hospitais, fazem-me lembrar coisas más, como a morte. O cheiro... Mas este hospital era limpo. Descrever hospitais!?
Dirigimos à recepção do hospital para perguntar onde estava o Eduardo.
- Bom dia. O que desejam?- perguntou a enfermeira.
- Bom dia. Queríamos saber onde está Eduardo Monteiro.
Esteve a mexer no computador durante uns breves minutos e depois disse que nos tínhamos de dirigir para o piso 3.
Assim o fizemos. Chegámos e o meu irmão foi logo perguntar por Ed.
- Está no quarto 227. Mas só pode ir dois de cada vez e para não demorar muito tempo. Quem vai primeiro?
- Somos cincos por isso vai um sozinho.- disse o David.
- Se não se importassem eu gostava de ser a primeira e ir sozinha.
- Ok. Então eu vou com o David. O João e o Miguel vão os dois. A visita é de 8 minutos.
Assim foi. Fui até ao quarto mas bloquei à frente da porta. Hesitei, estava com medo do que que ia ver.
Entrei e olhei logo para a cama. Ali estava ele, calmo e sereno, dormia como um anjo.
Sentei-me numa cadeira perto da cama. Ele já não estava em coma, ainda bem, mas estava em mau estado. Um braço partido, queimaduras na perna esquerda, e cortes em várias partes do corpo. A cabeça era o pior, tinha um grande corte, que agora estava tapado com um penso.
Estou uns 5 minutos a olhar para ele quando ele acorda. Como ele irá reagir?
- Olá Eduardo. Como estás?
- Quem és tu?
Oh! Ele não sabe quem eu sou!!! Não acredito... Comecei a chorar. O meu namorado não se lembrava de mim. E agora?? Já não estava ali a fazer nada. Levantei-me ainda a enxugar as lágrimas. Não acredito....
- Quem és tu?- voltou a repetir.
- Não te lembras de mim... sou a Maggie.
- Maggie? Não me lembro.
Lágrimas jorravam da minha cara, outra vez.
- Eu era importante para ti? Era o quê a ti?
- És meu namorado.
Fez-se silêncio. Decidi ir-me embora. Não olhei mais para ele...
Cheguei à sala de espera e viu-os. Fui até eles e desatei a chorar.
- O que foi?- nem vi quem perguntou, a dor era tanta...
Contei o que tinha acontecido, depois de contar, voltei a chorar.
Estiveram um bom bocado a acalmarem-me e depois disso o Tiago e o David foram vê-lo.
Quando voltaram disseram que ele lembrava-se deles perfeitamente. Ao ouvir isto, desatei a chorar novamente.
O meu irmão foi vê-lo com o João e quando voltou disse que o Ed não se lembrava dele mas do João sim.
Fomos chamar um médico e contamos a situação do Eduardo.
- O Eduardo sofreu uma forte pancada e essa pancada provocou uma amnesia nas suas memórias mais recentes. É por isso que ele não se lembra de vocês. - olhou para mim e para o meu irmão.
- A amnesia é temporal?
- Menina, pode ou não. A pancada foi tão forte que duvido que seja temporal.
Acabou-se... era o fim e agora?
***
Isto n acaba assim... ainda mal começou a história...
Votem e comentem, pff! ;) obg
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A voz do Amor
RomanceMargarida ou Maggie, adolescente portuguesa tem problemas na sua vida. Pais divorciados e os dois fora do país, tem de deixar a sua cidade natal para ir viver com o irmão na capital. O irmão vive para o trabalho e raramente está em casa mas são unid...