Capítulo 12

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Os dias tem passado muito devagar, Ed não está em Lisboa. Anda a dar concertos por Portugal e eu fiquei por Lisboa.

O namoro de Daniela com Alex está a ir lindamente mas daqui a um tempo ele terá de regressar a Inglaterra. Aí não sei o que farão. Um relacionamento à distância? Vão acabar?

Ele irá no inicio de fevereiro e faltava umas duas semanas...

***

Estava no jardim sozinha, pois a Daniela tinha companhia masculina, se é que me entendem? Estava com o Alex.

O meu telemóvel toca. Era o Eduardo.

- Oi, Blue Eyes!! Adivinha onde vou dar concerto amanhã?

- Oi. Não sei... Fátima?

- Não. Mas é perto. É em Leiria.

Estou agora em Coimbra e apanho o comboio até ao Entrocamento e depois vamos de carro até Leiria.

- Hum...faz boa viagem.

- Estás bem, Maggie?

- Estou. Porque perguntas?

- A tua voz está esquisita. Não se passa mesmo nada?

- Simplesmente tenho saudade de ti.  Estamos à uma semana sem nos vermos.

- Desculpa mas é o meu trabalho. Nunca te esqueças... Amo-te.

- Eu também te amo. Quando nos vemos?

- Não sei. Eu estarei no Domingo aí. Vou ter de desligar. Vou apanhar o comboio. Adeus. Amo-te, Maggie.

- Ok. Por favor, não digas Adeus, pareces que estás para despedir para sempre. Diz Xau ou Bye. Xau. Também te amo.

Desliguei. Estávamos na terça e ainda faltava uns 5 dias até ele regressar.

...

A escola já tinha acabado. Despedi-me da Daniela que ia ficar com o Alex a namorar.

Ia para casa a pé. Tenho o costume de por música ou rádio. Desta vez pôs rádio, estava na minha estação favorita quando ao chegar a casa, ouço uma notícia de última hora.

...

"Notícia de última hora"

À relativamente pouco tempo, houve um comboio no Entroncamento que descarrilou e fez mortes e feridos. Não há números precisos. Calcula-se em 19 feridos ligeiros, 5 feridos graves e 2 mortes.

Confirma-se que uma das mortes é do maquinista, a outra pensasse que é de um passageiro.

Daremos mais informações nas notícias das 8.

***

*Eduardo*

À pouco tempo, estava sentado a falar com o David quando ouço uns barulhos e a carruagem a virar-se, ouço gritos. De repente fica tudo escuro.

***

*Maggie*

Meu Deus!! Os Aurora estavam num comboio no Entroncamento... Ed! David! Tiago! João! Estariam todos vivos?

Veio-me as lágrimas aos olhos... Espero que sim... Por favor, que Nossa Senhora os protega, os ajude.

***

*Eduardo *

Não sei quanto tempo estive inconsciente. Acordei num hospital. Olho em redor, não vejo ninguém. Olho para o meu corpo e vejo que tenho o braço com ligaduras.

Tento recordar exatamente o que me aconteceu.

À umas horitas a trás...

Tínhamos acabado de entrar para o comboio que ia para o Entroncamento. Estávamos quase a chegar, sei porque ouvi. Faltava uns 10 minutos para chegar ao destino.

Começo a ouvir uns barulhos, gritos e apercebi que o comboio estava a virar. Virou e virou... umas três vezes. Não reparei nos meus amigos, se estavam bem. Estava assustado.

Da última vez que ele vira, como eu estava ao lado da janela, sou involuntariamente empurrado até à janela, partindo o vidro com a cabeça. Ao sair pela janela, o meu braço dá um mau jeito, ficando com dores.

Tinha metade do corpo dentro e outra fora.

O meu corpo estava cheio de feridas que ardiam, o meu cabelo estava empapado, cheio de sangue e ainda tinha o meu braço partido. Com tanta dor, acabei por desmaiar.

Agora...

Depois do acidente, estou nesta cama de hospital. Onde estarão os outros? E a Maggie? Tenho de a avisar que estou bem.

A voz do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora