Capítulo 11

31 9 4
                                    

*Mel Narrando*
Saímos da fogueira e fomos pro meio da floresta, as coisas estavam esquentando até demais...
Beto veio me beijando o caminho todo, dando chupões e várias mordidas. Ele me encostou em uma árvore e me beijou com voracidade, tirou minha blusa e desceu os beijos para meus peitos, eu já estava arfando, antes da hora por sinal.
De repente, sirenes de polícia e ambulância ecoam pelo floresta, eita! Aposto que é algum aluno dando PT, ele me olha.
Beto: Melhor voltarmos e ver o que tá pegando lá, Mel.
Mel: Bem na melhor parte! - Reviro os olhos e coloco a blusa.
Voltamos para a fogueira mas não tinha ninguém lá, todos estavam do outro lado do campus, junto com carros de polícia e ambulância, atravessamos a multidão e então eu vi, estavam numa roda ao redor do coreto, JP, Bryan e Liv estavam encostados na coluna do coreto, JP mantinha a cabeça baixa, Bryan estava com um olhar triste e Liv parecia assustada, corri até JP e o abracei, senti os músculos de seu corpo relaxarem na hora, nos afastamos e ele manteve os olhos fixos no meu pescoço, ops os chupões!
Mel: O que está acontecendo?!
JP: Vim tomar um ar e encontrei uma menina morta aqui, puta merda Mel! Ela era ruiva, não dava pra ver o rosto no escuro, quase morri do coração!
Mel: Ai meu Deus! - Imagino o que ele deve ter passado enquanto eu na verdade, estava de boas com o Beto - Shiii, calma, estou aqui, está tudo bem - Dei um forte e longo abraço nele.
Liv: Mel, é ela, a Kelly está morta. A outra também está aqui! - Ela me puxa de lado.
Mel: Não acredito! Você acha que a Raven....? - Ela arregala os olhos.
Liv: Não! Quer dizer.... Ela não faria isso. Faria?
Mel: Cadê a Raven?
Liv: Eu não sei! Não falei com ela, só a vi de relance, estava encostada numa árvore, assustada, passeando os olhos pelo lugar como se estivesse a procura de alguém.
Mel: E esse alguém seria você?
Liv: Muito provavelmente, ela atualmente estuda artes cênicas em São Paulo! Tu realmente acha que é apenas uma coincidência ela estar aqui, em Belo Horizonte, na faculdade que eu moro? Qualé Mel!
Mel: Tá, já entendi, grossa! Vem, vamos falar com aquele policial ali - Apontei para um policial, muito gato por sinal, encostado num carro, JP veio atrás de nós enquanto Beto e Bryan conversavam num canto.
Mel: Licença, nós conhecíamos a vítima, Kelly Colm, certo?
Xxx: Como vocês sabem? Viram alguma coisa?
Mel: Não, não.... - Tentei ler seu crachá - Enzo, posso te chamar assim?
Enzo: Lorenzo pra você.
Mel: Ok.... Então, Lorenzo, não vimos nada, só conhecemos a vítima pela fisionomia mesmo, foi um assassinato?
Enzo: Me diga você, foi um assassinato?
Mel: Eu já disse que não sei de nada!
Enzo: Mas sabia o nome da vítima. -
Era só o que me faltava! Ele está achando que fomos nós, reviro os olhos e saio andando.
Mel: Só queria informações! - Ele me lança um sorriso cínico e dá um tchau com as mãos. Volto pra fogueira, já havia alguns alunos lá, inclusive Beto.
Beto: Mel, foi mal, tava muito tumulto lá.
Mel: Ah, tudo bem - Saio andando em direção ao balde de cerveja, já estava irritada, precisava beber um pouco. Foram vários copos e visões borradas, me lembro de Beto tentando me carregar, mas eu lutava contra ele, Liv também estava lá mandava eu calar a boca, pois estava falando coisas secretas do passado dela sem nem perceber! E então JP, me carregando até o dormitório, dessa vez eu não lutei, já estava cansada. Quando fui colocada na cama, fechei os olhos e me lembrei de tudo o que Liv me contara..... Ela tinha 13 anos, estava indo para uma colônia de férias, tinha a parte do acampamento Kids, que foi onde os pais dela decidiram colocá-la, por ser mais calmo e por acharem ela muito novinha e inocente ainda, do outro lado, o acampamento dos mais velhos, super daora, festanças todas as noites e vários boys gatos, um lago enorme separava as duas unidades. Liv fez duas grandes amigas: Kelly e Raven, todas da mesma idade, queriam atravessar para o outro lado, então na terceira noite lá, elas pegaram uma canoa de madrugada e começaram a remar, mas a canoa estava com os pregos frouxos e logo toda a estrutura se desmontou, Kelly não sabia nadar, Raven tentava se salvar numa tábua de madeira, Liv sabia nadar bem, quando percebeu que Kelly não estava por ali, sinalizou para Raven mergulhar e procurá-la, e ela estava lá no fundo da lagoa, que era bem funda por sinal, a tora que constituía o meio da canoa estava em cima de seu braço, esmagando-o, com muito esforço tiraram a tora e subiram Kelly até a superfície, o braço sangrava e ela estava desacordada.
Acabou que essa brincadeira rendeu um braço amputado e Liv e Raven pagando mensalidades de tratamento para Kelly, tanto psicológicos como remédios médicos, e claro um castigo maravilhoso dos pais. Senti vontade de vomitar, corri até o banheiro e enquanto aquele líquido que rasgava minha garganta saia, senti alguém segurar meu cabelo e colocar uma mão nas minhas costas, era o JP. Escovei os dentes, joguei uma água rápida no corpo e deitei, JP ao ver que eu estava melhor, foi em direção a porta, mas o segurei, Liv não estava no quarto.
Mel: Dorme aqui comigo, por favor - Disse arrastando ele até minha cama.
JP: Durmo na da Liv - Ele tirou os tênis e a camisa (perdi o ar), puxei ele pra minha cama.
Mel: Qualé JP, somos quase irmãos, para de frescura - Ahh, como queria que fôssemos mais que irmãos. Ele se deitou atrás de mim, passando seu braço pela minha cintura, virei para ele, estávamos tão próximos que nossos narizes se tocavam.
Mel: Boa noite, JP.
JP: Boa noite, Prin. E vê se não ronca, não sou obrigado a passar a noite abraçado com uma máquina de ronco - Rimos juntos.
Mel: Digo o mesmo - Ficamos um tempo ali, próximos, olhando nos olhos um do outro, podia ficar horas perdida naqueles olhos, nunca enjoaria, ele passava a mão devagar no meu cabelo, dou um beijo em seu rosto e me viro.
Acordei com batidas na porta, abri os olhos e vi que Liv ainda não tinha chegado, JP dormia como um anjo. Escancarei a porta, me arrependi, com certeza eu estava toda descabelada e horrível.
Beto: Bom dia, gata.
Mel: Ahh... Oi, Beto - Estava meio grogue ainda, ele entra no quarto e o vejo ficar tenso.... JP!
Beto: O que é isso?
Mel: Relaxa, eu dormi na cama da Liv - A cama dela estava desarrumada, ela era desorganizada e não arrumara a cama desde de ontem, ele ficou mais calmo - Não queria ficar aqui sozinha, então ele me fez companhia.
Beto: Ah desculpa, querida. Ontem você acabou comigo quando tentei trazê-la - Ele me mostra seu braço todo arranhado.
Mel: Ah não! Me perdoe.
Beto: Relaxa - Ele me beija e vai descendo pelo meu pescoço, ouço leves batidas na porta, ela estava encostada e logo surgiu uma cabeça no vão que estava aberto. Ai meu Deus! Raven?! Liv tinha me mostrado fotos delas, mas dos 13 anos pra cá.... Uauu! A vida foi generosa com ela, morena, de olhos verdes e pele bronzeada, espero que JP não acorde agora e a veja, senão vai ficar apaixonadinho.
Raven: Opa, foi mal - Ela fala quando percebe que atrapalhou o momento - Nossa, pegou esses dois gatos aí? Carambaa!
Mel: E quem é você? - Dou uma de desentendida.
Raven: Raven, procuro pela Lívia, me falaram que o quarto dela é esse.
Mel: Sim, sim, mas ela não está.
Raven: Posso entrar e esperar? - Reviro os olhos, inconveniência a mil né mona!
Mel: Tá - Faço cara de tédio.
Ela entra, acordo JP que fica todo confuso, ele e Beto saem do quarto rapidamente, me deixando a sós com Raven.... De repente a porta abre, Liv chegou. Ela empalidece na hora que vê Raven sentada em sua cama.

Um Amor Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora