Capítulo 34. Doce passado.

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Dizer: Eu te amo
Não são as palavras que eu quero ouvir de você
Não é que eu queira que você
Não diga, mas se você soubesse
Quão fácil seria me mostrar como você se sente

More than words - Extreme.





_ Você é louca de beber com a Angélica. -dizia Clara sentada em sua cama.
_ Por quê? -perguntou Lavinha.
_ Porque ela entorna como dizem. Ela e a Isabel sempre estão bebendo juntas e ficando transloucadas.

Lavinha deixou que seu corpo caísse como uma pedra sobre a cama de Clara. Se não fosse a ajuda de Isabel e Angélica não conseguiria chegar caminhando em casa. As duas tiveram que dar muita água de côco para que conseguisse se levantar.

_ Transloucada estou eu, prima. -disse ela ainda sob o efeito do álcool.
_ Eu te falei. Não dá para acompanhar as duas. Elas têm muita resistência. -finalizou Clara enquanto procurava alguma série para assistir em seu computador.
_ A Isabel estava na maior expectativa de você e o Ramon namorarem, mas acabei falando que gostava de outro garoto.

O movimento que Clara fez ao curvar-se para encarar a prima espojada em sua cama quase a fez derrubar o notebook que repousava sobre as pernas no chão.

_ O que?! Você falou que eu estava a fim de outro garoto? -inquiriu ela com irritação.
_ Eu falei sem querer.
_ Você não tinha que ter falado nada, Lavinha! -gritou- Eu pedi segredo!

Lavinha esforçava-se para se sentar na cama. A frente de sua visão tudo girava e ela mal conseguia localizar a face da prima.

_ Calma, Clara. Eu não disse que era o Victor.
_ Nem precisava!

Movida pela irritação, Clara fechou o notebook e o jogou ao lado da cama.

_ A Angélica já tinha percebido que eu fiquei toda doida quando o vi. Agora esse assunto vai se espalhar e eu não vou mais ter paz. -esbravejou.
_ Inventa um amor virtual e pronto.

Clara lançou o seu olhar furioso para a prima. Angélica era esperta e a conhecia o suficiente para saber que jamais se envolveria em namoros virtuais.

_ Você não conhece as meninas principalmente, a Angélica.
_ Desculpa, Clara. Não queria te causar problemas. -disse Lavinha arrependida.
_ Não conte mais nada meu para as meninas. Nem para a Mariane.
_ Está bem.

Clara pegou o notebook jogado ao lado da cama, abriu a tampa e o ligou. O seu coração já não estava mais tão acelerado e a raiva que sentira minutos antes estava se diluindo.

_ A Angélica falou do Victor?
_ Pouco, mas dá para perceber que eles se gostam. Sinto muito, prima. -lamentou Lavinha.
_ Tudo bem. Eu tenho que esquecer ele de qualquer jeito.
_ Tarefa difícil hein!
_ Não é impossível.
_ Vou tomar um remédio senão vou passar mal e sua mãe vai me matar.
_ Vai mesmo. -disse Clara em uma risada enquanto ajudava a prima a ficar de pé.

Clara viu Lavinha fechar a porta do quarto tentando manter o equilíbrio e torceu para que a prima se recuperasse o mais rápido possível antes que Érika chegasse e descobrisse que estava bêbada. Seria uma catástrofe. Ela não pouparia os gritos e as lições de moral que sempre fazia quando algo saía de seu controle.

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O milagre de uma lágrima - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora