Capítulo 26 - Relações conflituosas.

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       Clara sentiu o seu coração sacudir em medo com aquela voz vinda de suas costas. Seria Angélica enfurecida por ter visto-a conversando com Victor?

_ Oi Lavinha! -cumprimentou ela.
_ Agora entendi porque ainda não chegou em casa. -disse Lavinha maliciosa.
_ Acabei encontrando o Victor. -respondeu Clara com timidez.

         Lavinha correu os olhos nos dois com um sorriso no canto dos lábios. A prima não conseguia esconder a emoção que sentia quando estava perto do garoto que gostava.

_ Estou esperando a Angélica. -justificou Victor.
_ Aparece depois no La Porte. -convidou Lavinha.
_ Eu não gosto muito daquela barulhada, mas se der eu apareço sim. -disse ele com um sorriso.

          Alegre, Angélica abriu o portão de sua casa visualizando o celular e quando tirou os olhos da tela viu Victor com seu semblante risonho conversando com Clara e Lavinha. Imediatamente ela sentiu o seu corpo queimar de raiva e respirou fundo. Não podia fazer uma cena de ciúmes e colocar o namoro de tão pouco tempo em risco. Com o sangue fervendo em suas veias, Angélica guardou o celular na pequena bolsa de ombro dourada e aproximou-se dos três.

_ Victor, vamos? –chamou ela encarando Clara e Lavinha.
_ Vou chamar o táxi.

          Victor passou a sua mão direita no bolso detrás da sua calça jeans e retirou o celular.

_ Vamos caminhando e a gente chama da portaria. -interveio Angélica antes que o namorado ligasse a tela do smartphone.
_ Tá. Tchau gente. -despediu-se Victor.

          Angélica olhou para Clara e Lavinha com a sua fisionomia séria, abraçou Victor e junto com ele seguiu até a entrada do condomínio.

_ Acho que a Angélica não gostou de ter nos visto conversando com o Victor. - observou Lavinha o rosto irritado da colega.
_ Ela é ciumenta de arrumar barraco, por isso, não me meto com ela. A Angélica é meio doida. –explicou Clara.
_ Doida ela é mesmo. A Cibele mandou um super babado no grupo. -disse Lavinha com animação.
_ Ainda bem que estou sem celular. -retrucou Clara.
_ Mas eu vou te mostrar. –falou Lavinha retirando o celular do bolso.

           Clara era o tipo de pessoa que passava longe de fofoca, o babado ao qual a prima se referiu só podia ser sobre algum vizinho ou colega que a ela nada interessava saber.

           Clara era o tipo de pessoa que passava longe de fofoca, o babado ao qual a prima se referiu só podia ser sobre algum vizinho ou colega que a ela nada interessava saber

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         Gritos de crianças no pátio do CVM contrastavam com o barulho do salto de Olga em direção à sala de Camille. Ela havia deixado um recado no dia anterior para que pudessem conversar a respeito de Lucas. Olga sentiu o seu peito apertar de angústia, o filho não podia dar nenhum tipo de problema na escola ou não teria condições de matriculá-lo em outra e mais uma vez acabaria por perder o ano.
         O seu olhar baixo em passos silenciosos voltou-se para a placa pregada na porta branca:

Camille Menezes
Diretora/Psicóloga

            Olga puxou o ar profundamente para ter forças e chamar por aquela mulher que escrevia sobre a mesa à sua frente.

O milagre de uma lágrima - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora