No capítulo anterior Érika encontrou Ventura e Daniel no Vero.
- Olha quem está aqui? -admirou-se Ventura- Já é a segunda vez que nos encontramos aqui, Érika. -cumprimentou-a com um beijo no rosto.
- Fazendo um happy hour? -perguntou ela.
- Depois de oito horas de trabalho acho que mereço.
- Sentem-se e juntem-se a nós! -convidou Daniel.Érika e Marlene sentaram-se nas cadeiras a frente de Ventura e Daniel. Fazia mais de 14 anos que os companheiros de faculdade não se encontravam para conversar desde que se formaram e foram trabalhar em lugares distintos.
- Esses dias perguntei de você ao Ventura, Érika. -continuou ele- Fico feliz em te ver. Como está no hospital?
- Para variar muito trabalho. -ela respondeu.
- O Ventura não te arrumou um emprego, te arrumou um castigo. -brincou
- Não é tão ruim assim. -disse ela.
- A Érika que é exigente. -intrometeu-se Marlene.
- A Érika sempre foi sistemática. -concluiu ele.
- Só gosto das coisas certas. –defendeu-se.
- Estou com saudades de Clara, traga-a um dia para vê-la. Só a vejo no aniversário da Angélica.
- Eu peço a ela para ir te ver qualquer dia que não esteja ocupado.
- Eu ia adorar! Ela deve estar linda! Também pudera, todo bebê nascido pelas minhas mãos crescem lindos e saudáveis. –envaideceu-se.
- Não vai dizer modéstia parte também não? -Indagou Marlene.
- O Daniel tem razão! Não vê Angélica como é linda? -disse Ventura admirado.
- O Ventura é um pai super apaixonado. -comentou Daniel.
- Sou mesmo. Vocês tomam alguma coisa? Cerveja? Vinho?
- Eu fico na água com gás. -falou Érika.Daniel assustou-se. Aquela mulher que adorava uma cerveja e bebidas quentes optar por uma água com gás era no mínimo intrigante.
- Como assim água com gás? E o vinho tinto para comemorar esse encontro inesperado?
- Fica para outra vez. Vou voltar dirigindo e não quero correr riscos. -olhou para Ventura.Ele deu uma risada discreta e quase imperceptível para os demais por ter entendido que a escolha por não beber de Érika se deu não porque tinha medo de dirigir embriagada, mas porque não poderia chegar mais uma vez em casa e levar outra bronca de Carlos por estar com Ventura após ter saído do trabalho ao invés dele e da filha.
- Eu tomo um vinho. -disse Marlene.
- Ótimo! Vou pedir. - levantou a sua mão esquerda e chamou pelo garçom.O celular de Angélica não parou de emitir notificações de Victor, ele tentou de todas as formas desculpar-se com a namorada, mas ela além de ter ignorado todas as mensagens não atendeu a nenhuma de suas chamadas. Nem a longa conversa que teve com Isabel por mensagem de voz pelo aplicativo WhatsApp a fez mudar de idéia a respeito da decisão de terminar o namoro por um simples sorvete. A amiga comentou que eles eram um casal com tanta química que Angélica não deveria abrir mão de tudo que sentia por Victor por uma simples saída com Clara, além do mais, ele mal sabia que convidá-la poderia colocar em risco o relacionamento entre eles e não deixou de comentar o quanto ele era bobão. Angélica riu do outro lado da linha dizendo que o seu carma era envolver-se com garotos lentos, André era outro que não conseguia entender nada do que acontecia ao seu redor.
Emília também procurou a amiga para obter informações sobre o motivo da briga e principalmente saber de estava bem depois de ter terminado com o garoto que demonstrou finalmente estar mantendo algum tipo de sentimento de reciprocidade. Angélica não deu mais do que meia informação dizendo que estava bem e que já havia passado por situações similares antes. A melhor amiga era muito nova para entender sobre brigas e relacionamentos, ela estava mais interessada em cuidar do seu fã clube para Selena e Justin.
Com o seu case ela desceu para o jardim e sentou-se em um banco de frente para a piscina, aquele gramado verde com uma pequena árvore do lado de fora, mas que as folhas adentravam por cima do muro e o céu imensamente estrelado foram a inspiração perfeita para começar a compor no violino todo aquele sentimento de raiva e desamparo que estava sentindo e não conseguia dizer de nenhuma outra forma. A concentração que mantinha ao tirar a melodia passando o arco pelas cordas era tão grande que nem ouviu a campainha tocar.
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O milagre de uma lágrima - Livro II
Teen FictionDuas adolescentes! Uma mãe fria! Um pai arrependido! Um amor disputado! Duas vidas! Duas histórias! Um segredo e apenas um destino! Quando amar demais se tornou o maior dos pecados e uma única escolha é o suficiente para destruir famílias. Quando...