17 ▪️ Rejeição

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Eu não sabia para quem olhar, Cody, olhava meio assustado, eu fitava o chão, não tinha coragem para encarar meu pai.

— Você. — escutei meu pai gritando para Cody. — Cai fora daqui.

Cody, rapidamente pegou os livros e o caderno que estava espalhado na mesa de centro e colocou tudo na mochila, ele também evitou de olhar para mim.

Quando o Cody saiu, ficamos só eu e meu pai. Eu estava muito nervoso com a situação, nunca pensei que isso iria acontecer.

— Tu é gay, Cameron? — ele pergunta baixo quase sua voz sumindo.

Eu fiquei em silêncio, eu precisava dar uma resposta para ele, ele me viu e ainda perguntou?

— Me responde! — ele fala alto. — Ou o que vi aqui foi uma ilusão.

— Sou. — disse em um sussurro, já em meu rosto as lágrimas escorriam.

— Eu não criei você para isso. — sua voz eleva em decepção. — Foi aquele seu amigo né?

— O quê? Não, ele não tem nada haver. — ele iria botar a culpa no Shawn. — Eu sou assim, eu nasci assim.

Meu rosto arde e acabo sentando no sofá por conta do desequilíbrio. Olhei assustado para o meu pai, ele nunca tinha me batido.

— Não minta pra mim, eu via sempre aquele garoto abraçado com você na cama... — ele grita.

— Eu devia ter cobrado mais de você sobre os relacionamentos. — ele continua. — Devia ter apresentado ótimas garotas pra você... Onde foi que eu errei?

— Isso não tem nada haver... — tentei falar

— Claro que tem. — ele grita. — Ele teve tanta liberdade que acabou mudando quem você é... Agora você é um gay.

— Ele não tem nada haver com isso, eu sou assim.

— Você é assim? — ele balança a cabeça negativamente. — Eu não aceito ter filho gay. Quero que saia da minha casa.

Aquilo me doeu muito, eu precisava sair aqui, ouvir meu pai falou isso é como se eu tivesse levado um tiro. Eu estava sendo expulso da minha casa.

— Então é só fingir que não existo. — sai da sala correndo indo para o meu quarto.

Tranco a porta e em segundos a porta começa ser socada e ele grita meu nome várias vezes. Pensa, pensa, pensa. Peguei uma mochila vazia dentro do guarda roupa, puxei algumas roupas limpas, algumas cuecas boxers, coloquei tudo na mochila.

Peguei minha mochila da escola e coloquei no ombro, abri a porta e meu pai estava do outro lado esperando.

— Eu vou te levar em um médico. — ele agarra meu braço. — Em um psicólogo, você está doente.

— Eu não estou doente. — tirei suas mãos dele de mim. — Quem precisa de tratamento é você, pois quem está doente é você.

Desci as escadas correndo e sai de casa.

— Que merda. — continuei correndo e limpando as lágrimas que escorriam que estavam embaçando minha visão.

Pego meu celular e ligo para a primeira pessoa que vem em mente. América, que é atendida no segundo toque.

— Como foi a aula de biologia? — ela sensualizou na voz.

— América. — disse sério. — Eu fui expulso de casa.

— Ai meu Deus. — ela falou séria. — Onde você está agora?

— Estou no parque perto de casa. — fui indo em direção ao banco.

Best Friends || SHAMERONOnde histórias criam vida. Descubra agora