Capítulo 4

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Mais uma noite sozinho, começo a pensar se será assim quando as aulas começarem, espero bem que não. é que me sinto muito sozinho.

São quase 22h e nem sequer jantei, devo? Não, estou sem fome. e sem vontade de fazer nada. Só me apetecia ir para casa, pelo menos lá fazia alguma coisa.

Entretanto, a minha prima Isabel liga-me. Eu e ela sempre fomos muito próximos apesar de sermos totalmente diferentes, fisicamente e psicologicamente.

- olá primo. - ela diz toda alegre

- então.

- como vai a faculdade?

- não vai, ela não tem pernas.

- oh, tu entendeste. - ri-se.

- vai bem. estás-me a ligar porque? não devias estar a dormir?

- Luis, a sério. estás a falar comigo, Isabel.

- ah, desculpa. Esqueci-me que és uma rebelde. - riu-me de gozar com ela.

- sou uma rebelde porque a santidade da minha mãe assim o faz.

- não fales assim da minha mãe.

- nem sabes da última. inscreveu-me num convento.

- estás a gozar, certo?

- não. é claro que não vou.

- não acredito. - mato-me a rir.

- ela está passada da cabeça.

- oh meu deus.

- deixa-me viver contigo Luis, não aguento muito mais isto.

- não vais querer viver comigo. - desanimo.

- que se passa?

- nada, esquece.

- Luis, eu conheço-te. Podes começar a falar.

- não é nada, a sério. - mudo de assunto.- então o que disseste à tua mãe sobre o convento?

- disse que saía de casa se ela não remove-se a inscrição.

- ui, e ela?

- não removeu, passado um mês.

- e continuas aí?

- não, estou neste momento a chegar a Lisboa.

- o que? Isa, volta imediatamente para casa.

- Nem penses, nunca mais ponho os pés lá. Apesar disso, já tenho casa e trabalho.

- tens? como assim?

- dei-lhe um mês para remover a inscrição. Sabia que ela não ia remover portanto, falei c uns contactos e tenho trabalho e casa.

- Vais trabalhar em que?

- escritório.

- e a universidade?

- vou ver se me inscrevo na tua. depois faço-a à noite.

- não podes fazer isso, volta para trás.

- oh, cala-te. Queres ir tu para o convento, na minha vez?

- oh.

- bem me parecia.

- queres que passe pelo teu dormitório e vens conhecer a minha casa.

- Não, diz-me onde é. eu vou lá ter. Aqui também não se faz nada.

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