Estúpido, imbecil. Não tem respeito por mim, nem pela Paula, nem por ele próprio. Quem é que ele pensa que é para beijar qualquer uma assim? Qualquer uma não, a ex. dele, que tem o azar de estar perdidamente apaixonada por ele, e depois ainda aproveita o facto de que estou a sofrer e beija-me.
Mas isso foi muito baixo, e eu cedi feita pata.
Porra Carol, porra!
No entanto, eu traí o Ayrton c o Luis portanto não é assim tão mau, estamos quites. E espero que ele fique c a consciência pesada para o resto da vida, tal como eu fiquei.
Melhor! quero que ela descubra, mas não por mim, quero que ela veja pelos próprios olhos.
oh meu deus, assim era duas vinganças de uma só vez.
O que é que eu estou a dizer? eu adoro, não amo!, o facto de eu e ele andarmos às escondidas da Paula, excita-me.
Mas por outro lado, ele continua c ela e provavelmente vão para a cama, e isso enjoa-me.
Argh, não podia simplesmente acabar c ela para ficar comigo, visto que diz ter tantas saudades? Ou secalhar ele está a fazer isso neste preciso momento.
"Às 5h da manhã? acorda Carol!" grita o meu consciente.
Óbvio que não, ele provavelmente deixou para quando o dia nascer, ou então eu podia simplesmente manda-la embora. isso era um bom plano.
Ahhhh, o que é que eu estou a pensar? ele não vai acabar c ela!
A sério, qual é a piada de estar apaixonada por um rapaz c um compromisso? sou idiota, é isso mesmo, idiota. Sou uma idiota que tem idéias horríveis, pronto. Sou má a ter relacionamentos, sou má a ter amizades e agora sou má a ser idiota! Há cada uma...
- hey.- sauda Henrique ao entrar no quarto.
- que foi?- respondo mal-disposta.
- está tudo bem?
- tirando o facto de que nos últimos dois dias quase fui atropelada pelo meu ex que estou perdidamente apaixonada, de que a namorada do meu melhor amigo odeia-me, de que tenho pessoas em minha casa que me querem ver morta. sim, estou bem.- ironizo.
- não parece assim tão mau.
- oh claro, sem mencionar que nas últimas 24 horas beijei dois dos meus exs. Não, não parece assim tão mau.
- tu e o Luis?
- não, eu e o papa.- rolo os olhos.- não te lembras daquele verão em que fomos a Roma e eu apaixonei-me pelo papa?
- pára c isso.- resmunga.- é sério, vocês beijaram-se?
- sim.- baixo a cabeça.- já sei o que vais dizer, ele namora bla bla bla. Mas a culpa não foi inteiramente minha.
- oh, estou tão feliz.- abraça-me.
- ok.- digo receosa.- isso são as drogas a fazer efeito.
- não é nada.- sorri.- eu nunca gostei de o ver c a Paula, é evidente que ele só está c ela por culpa.
- culpa?
- sim, porque certamente o Luis matou o filho dela.
- o que?- levanto-me da cama.- como assim?
- eles estavam a discutir sobre ti até que ele agarrou-a c demasiada força.- abana a cabeça.- enfim, uma confusão qualquer dramatizada pelo Luis. e pronto, no meio da confusão ela teve um aborto, à frente dele.
- a culpa não é dele.- defendo-o.
- é o que lhe digo, mas ele é teimoso.
- então ele vai casar-se c ela porque "matou-lhe" o filho?!- cruzo os braços.