Carolpov's:
Não acredito no que acabei de fazer, eu e o Luis juntos.
Dá para acreditar?
Dançamos uma última música e sentamo-nos nos nossos sítios novamente, ele beija-me uma vez mais e relaxa a mão na minha perna, só que desta vez deixa de ser constrangedor.
Somos interrompidos pelo Henrique e Helena que nos felicitam pelo nosso relacionamento, e ficamos gratos que estejam a aceitar bem o facto de que estou c ele e c o Ayrton ao mesmo tempo.
Pois, porque ainda não acabei oficialmente c o meu namorado, quer dizer, eu querer acabar c ele já não significa traição, certo? Provavelmente devia ter dito logo ao Luis que ainda não tinha acabado c o Ayrton, e pedia-lhe para esperar só até segunda, mas também que diferença fazia mais dois dias ou não.
O respeito que ainda tenho por ele, acho. Mas isso devia ser algo que tinha que ter em conta, até porque ele nunca me traiu, não que eu soubesse.
No entanto, o Ayrton traiu a minha confiança quando foi ameaçar o Luis para se afastar de mim, e isso eu tenho que ter em conta.
Ou seja, no final de contas, não é erro nenhum estar c o Luis porque eu gosto dele e ele de mim, ambos nos queremos, portanto qual é a razão pela qual devemos estar separados? Nenhuma.
- hey, estás bem?- sou puxada dos meus pensamentos.
- sim, estou bem.- sorriu de leve.
- estavas a pensar em que?- o Henrique pergunta e a Helena e o Luis olham para mim.
- a esta hora, nada. - eram 04h
- queres ir para casa? - O Luis pergunta.
- não, deixa estar. Vocês estão a divertir-se.
- por acaso até já me doi os pés. - a Helena queixa-se.
- e eu gostava de ter ficado a dormir até mais tarde. - o Henrique diz.
- parece que estamos todos cansados.- o Luis argumenta.
- Secalhar deviamos ir.- sugiro.
- Vamos então.- Luis diz.
- vou só avisar a minha mãe que estamos a ir.
Cheguei perto da senhora alta de cabelos negros, minha mãe, e avisei-a que estavamos todos exaustos e que queriamos ir para casa. Ela acentiu e disse que em breve estava em casa também, só precisava de acertar uns detalhes. O
O raio da mulher muito trabalha.
Dirigimos-nos até ao grande carro preto, depois de passar os fotógrafos todos, e assim que o motorista deixou o Henrique e a Helena, e estacionou em frente a minha casa senti uma onda de cansaço atingir o meu sistema.
Pus o meu pé descalço dentro de casa e suspirei de alivio por finalmente estar num ambiente calmo, sem música, pessoas a rir das piadas do chefe para subirem de posto, nada de hipocrisias, perguntas pessoais e sinceramente, de pessoas principalmente.
Nunca me dei c a sociedade, ou melhor, c festas. Mas a sociedade era o meu grande problema. Sempre c mexericos, e boémias; eu não sou assim, nem nunca vou ser. Nem sequer pertenço a este mundo de revistas, a sério.
Enfim, sociedade mediocre.
Olho para o Luis está a caminhar, ou a arrastar-se, pelo corredor até chegar às escadas. Vou atrás e seguro-lhe a mão.
- estás muito cansado?
- estou a morrer, já não aguentava nem mais um bocado em pé.
- estás a ficar velho.- gargalho.