Capítulo 16

30 1 0
                                    

- hey.- o Henrique responde depois de tocar duas vezes à porta.- tudo bem?

- preciso de uma opinião feminina.- digo.

- de uma feminina ou para uma feminina?

- as duas.- respondo, um pouco confusa.

- Helena!- ele grita.

- estava a falar de ti parvalhão!- dou-lhe um empurrão contra o peito.

- que se passa?

- podemos ir dar uma volta?- enrolo a ponta do cabelo no indicador.

- claro.- põe a cabeça dentro de casa.- El, vou c a Caro la um sítio e venho já.- põe o braço por cima dos meus ombros.- onde queres ir?

- tanto faz.- encolho os ombros.

Entramos dentro do carro dele e fomos até a um parque, até era agradável àquela hora.

Sentamo-nos num banco de madeira debaixo de uma árvore centenária (li a informação que estava numa placa ao lado da árvore), apertei o meu kispo azul marinho e levei as mãos ao bolso.

O Henrique, como estava ao meu lado, pôs uma das mãos no meu bolso e segurou-me, enquanto que a outra mão foi para o bolso do casaco dele. O meu nariz estava gelado e vermelho, de vez em quando soprava para cima para conseguir aquece-lo, sem efeito.

- então? o que se passa?- ele pergunta finalmente.

- já falaste c a minha mãe?

- já, por causa do baile. mal posso esperar.- ele soa entusiasmado.

- nem sei se vou.

- Oh Carol, nós vamos todos os anos.

- juntos. Agora é diferente.- resmungo.

- não quer dizer nada, vou poder estar contigo na mesma.

- vagamente, eu sei.

- nada de vagamente.- olha-me.- é por isso que querias falar comigo?

- mais ou menos.- encosto a cabeça no ombro dele.

- é por ir c a Helena?

- oh achas? claro que não.- abano a cabeça.- a minha mãe faLuni-me sobre levar o Ayrton.

- e o teu pai?- soa surpreendido.

- ele não vai estar lá. O problema é que eu não quero que o Ayrton vá.

- o que? porque?

- nem sei.- encolho os ombros.

- tu gostas dele?

- claro que sim.

- posso fazer uma pergunta?

- óbvio.- rolo os olhos.

- tem alguma coisa haver c o Luis?- levanto a cabeça para o encarar.

- porque é que supões que é por causa dele?

- por causa da vossa... nem sei o que chamar ao que vocês fazem. os beijos.- aponta-me.

- tem haver c o Luis, mas não é por causa dos beijos. o que temos andado a fazer não me diz nada.

- têm andado a fazer?- realça.

- sim.

- eu pensava que tinha sido só uma vez. vários beijos de uma vez só.- espanta-se.- à quanto tempo isso acontece.

- desde ontem.

- e hoje já se beijaram?

- ele acordou-me c um beijo, for god sake. - rolo os olhos.

Começamos de novo?Onde histórias criam vida. Descubra agora