Capítulo 2

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Carole povs:

Todo o verão estudei, dei revisões, tudo o que é humanamente possível eu fiz. Só queria assegurar um lugar para mim, apesar de ja ter entrado na universidade. O Henrique já lá andava à um ano e adorou, e se ele adora eu também. Somos carne e osso, mas não se espera o contrário de dois melhores amigos que cresceram juntos. sim, só melhores amigos.

Bem, ele ja tinha ido na quinta, ontem, para o campus só porque queria certificar que estava tudo em ordem para a minha chegada, não é querido? Despedi-me da Daisy, a gata que o Henrique me deu, e pus as malas dentro do carro. Mil missas foram dadas durante o caminho pela minha mãe e só quando cheguei à entrada da universidade é que me dei conta que não tinha trazido produtos de higiene dos quais não conseguia viver.

- mãe, vais ao supermercado e compras o meu creme da nivea, produtos de banho, tudo mãe. tampões e pensos. ah, mais... pronto, traz tudo o que me vês usar, depois se faltar alguma coisa eu compro. e ja agora compra um pacote de americanas que eu estou morta de fome.

- tens a certeza que não queres que entre contigo primeiro?

- não mãezinha, eu desenrasco-me e de certeza que o Henrique deve estar à minha espera.

- pronto, venho já.

- olha mãe, agora não venhas sem saca.

- porque? assim os teus colegas vêem os teus produtos.

- estava a ser sarc... oh, tu percebeste.- dou uma risada e saio do carro.

Percorro os jardins verdes do campus durante uns 10/15m à procura do meu bloco. eram tantos que ficava difícil. e nem o Henrique designava-se para atender o telemóvel e ajudar-me, lá a companheira dele era bonita e pronto, dá o que dá.

Finalmente, vejo em letras grandes bloco E, sorriu e entro alegre.

- Olá, procuro o meu quarto. está no nome de Carolina Schnizer.

- Ora bem, E03.- entrega-me a chave.- no final do corredor, tens o elevador, último andar.

- obrigada.

- já agora sou a Sara, se precisares de mim, ou alguma informação é só carregares no botão 2 do telefone fixo no teu apartamento. o botão 1 é para emergências.

- esclarecida, obrigada.

Subi os 3 degraus antes de percorrer o grande corredor até ao elevador. o Henrique era o E05, que ficava precisamente à frente do meu quarto, por sorte. Contei até 3 e ouvi um rapaz dizer "o cúmulo da burrice és tu. naaaaabo", não tinha muita piada, mas só o facto de ser este dia, (sexta, 24 de setembro) já fazia com que tudo se tornasse especial, então para não me verem baixei a cabeça para cobrir o meu riso. Enfim, pus a chave na fechadura e dei meia volta até a porta se abrir, pensava que ia ser a primeira a chear até que vejo um rapaz e provavelmente a sua irmã, ou algo assim,em frente à janela a admirar a vista.

Os meus olhos não podiam querer quando se cruzaram com aquele moreno de olhos azuis. Ele olhava-me, e eu fazendo uma análise muito rápida ao todo ele sem que ninguém se apercebe-se.

- oh, pensava que ia ser a primeira a escolher a cama.- digo nervosa, fluentemente.

Ele não pára de olhar, que vergonha. Devo ter alguma coisa na cara ou assim. Porque sejamos sinceros, não sou a 8º maravilha do mundo.

Apresentei-me, nervosa ainda, e tentei de tudo de corresponder uma voz a um corpo, mas não saía nada da boca dele. Ele lá distraído com alguma coisa elogia a renovação da minha mãe, que finalmente tinha chegado, e sem mais nem menos vai-se embora. "não, fica!" gritava o meu subconsciente. mas pára, o que é isso? que bumbum, Jesus. Nem o Henrique conseguia superá-lo. ah, e por falar no bebé, ela bate à porta.

Começamos de novo?Onde histórias criam vida. Descubra agora