Capítulo 44

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- desculpa Lúcia, tenho de ir.- enxugo as lágrimas.

- o que é que se passou?

- nada, parabéns. desculpa.

Saio de perto da Lúcia e dirigi-me até à saída. Quase que corri para o meu carro, mas atrás de mim ouvia os berros do Luís.

- Carol, espera.

Entrei no carro e ao pôr o cinto o Luís aproxima-se de mim.

- não vás, ouve-me.

Não ligo ao que ele diz e sigo caminho. As lágrimas escorrem pela cara e espero que não tenha muito trânsito porque não estou em condições para conduzir, mas aqui não fico.

O que é que eu fui fazer? Não tinha nada que vir ter c ele, só fui arranjar problemas para mim mesma.

Se não consigo lembrar-me, não me lembro! acabou para mim.

Cheguei a casa mais calma, era quase hora de almoço mas tinha pouco apetite. Saí do carro e fui para o meu quarto, o Henrique já não estava na cama e pelo barulho do exterior percebi que ele estava c o Chico na piscina. Desci e sentei-me numa das espreguiçadeiras.

- onde foste?- pergunta Henrique.

- tratar da minha amnésia.

- o que?- ele arqueia a sobrancelha.

- nada, esquece.- abraço o Chico que se tinha sentado no meu colo.- quero esclarecer uma coisa.

- diz então.

- nunca desenvolvi qualquer sentimento por ti para além de seres quase como meu irmão.

- eu sei...- diz ele desanimado.- mesmo!

- porque é que disseste que o Luís era o amor da tua vida e tu nunca pudeste ser?

- porque era claro que naquela altura eu gostava de ti.- ele admite.- quer dizer, foste o meu primeiro beijo depois perdemos a virgindade juntos. baralhou-me o sistema todo.

- ainda sentes isso?

- não, mas deixa-me chateado o facto do Luís que não fez metade do que eu fiz ter mais importância do que eu, só isso.

- ele não tem mais importância, tu vais ser sempre o meu melhor amigo!

- eu sei disso.

- se te deixa mais descansado, antes disso tudo acontecer, muito antes de namorar c o Mark, eu também pensei que gostava de ti.

- sinto-me aliviado.- ele sorri.

- mas não nos desculpa do que fizemos.- esclareço.- a sério, foi mesmo mau.

- pois foi, e depois andavamos estranhos um c o outro.

- era a culpa, e a vergonha.

- acho que naquela altura o que mais nos preocupou foi o facto de a nossa amizade mudar.

- enfim, um ato inconsciente.

- apesar de que os bêbados têm coragem para fazer aquilo que os sóbrios não têm.- ele gargalha.

- cala-te Henrique.- sorri.

- o que é que vocês fizeram?- pergunta Chico.

- ah...- fico pensativa enquanto o Henrique aprecia a situação animado.- saltamos de paraquedas.

- bêbados?- ele soa incrédulo.

- não Chico, a mana não bebe.

- que ideia.- ironiza Henrique.

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