Capítulo 1 - Inverno

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Primeira Fase.

            New York, Fevereiro de 2002.

Foi no meio do inverno daquele ano que os caminhos de Anastásia Steele e Christian Grey se cruzaram pela primeira vez, em um dos melhores colégios de Nova York. Apesar de estudarem no mesmo lugar, ambos viviam em mundos um tanto quanto diferentes.
Christian era filho adotivo do grande empresário Carrick Grey, tinha dinheiro e tudo o que qualquer garoto de sua idade poderia ter, mesmo assim era introspectivo e sonhava viver um grande amor.  
Já Anastásia era uma jovem de classe média, filha do delegado da cidade.
Sonhadora, queria conquistar o mundo.
Tinha um sorriso fácil que quando se abria, simplesmente iluminava tudo e todos ao seu redor. Uma de suas grandes paixões era a música, os sons. Até o barulho leve da chuva lhe encantava.
Sabia tocar vários instrumentos.
Violino, gaita e sua grande paixão, o piano. Apesar de saber que sua mãe queria que fosse médica como ela e seu pai, que seguisse carreira na justiça estudando direito, ela tinha grande inclinação para a música e foi através dela que conheceu o amor de sua vida.
O som do piano que Ana tocava atraiu o jovem Grey a sala de música após o fim da aula de física do rapaz. Quando ele entrou no local, se deparou com uma linda garota tocando serenamente a Quarta Sonata Para Piano em Mi Maior, de Beethoven.
Suas mãos pequenas e macias  deslizavam pelo piano delicadamente mas ao mesmo tempo, com grande maestria,  como se ambos fossem  parceiros de longa data.
E eram.
Aquela música acalmou o coração do Grey.
E quando Ana terminou de tocar e viu que não estava sozinha, acabou corando, coisa não muito difícil de acontecer com aquela morena de sorriso fácil.
- Não sabia que tinha platéia. - Anastásia falou envergonhada, afastando sua mão do piano.
- Perdão! - Christian se aproximou da jovem de olhos azuis, que ainda estava sentada ao piano. - Você toca muito bem. - Elogiou-a dando um sorriso torto.
- Obrigada. - Desviou o olhar e se levantou, sem saber o que dizer, muito menos o que viria a seguir.
- Você é nova aqui? - Questionou olhando-a pela primeira vez nos olhos.
- Sim, vim do Texas. Meu pai foi tranferido para a delegacia daqui e minha mãe e eu viemos morar com ele recentemente. - Colocou a mão no bolso de sua calça jeans, pois a simples presença daquele rapaz lhe deixou com as mãos trêmulas.
Mas ela não queria que Christian  percebesse isto.
- E qual seu nome? Desculpe por tantas perguntas. - Se redimiu  tímido, começando a achar que estava sendo invasivo demais  porém, sem conseguir conter a necessidade de saber mais sobre ela. 
- Anastásia Steele e o seu?
- Christian Grey. - E assim ambos enfim, se apresentaram.
Parecia que se conheciam há tempos, pois com o passar das  semanas se tornaram grandes amigos, quase que em um passe de mágica.
[...]
O primeiro beijo foi dado nos fundos do colégio onde tinha um lindo jardim que ultimamente  estava coberto pela neve.
Christian estava dizendo a Ana o quanto ela lhe fazia bem.
O quanto gostava de conversar ou simplesmente, ficar deitado na neve olhando para ela.
E Ana se sentou no chão e sorriu.
Ali, ele soube que ela sentia o mesmo que ele.
Christian se assustou quando a morena deslizou suavemente sua mão por seu rosto, sentindo sua pele suave. E fechou os olhos quando sentiu o rosto dela se aproximar do seu e especialmente quando seus lábios uniram-se aos dela.
Tudo começou com um selinho demorado e tímido.
Era o primeiro beijo dos dois.
Mas logo suas línguas já estavam travando uma prazerosa batalha e suas mãos,  descobrindo pedaços até então  desconhecidos do corpo de ambos.
O beijo foi cessado por falta de ar e Christian puxou Ana para seu peito, para que sentisse seu calor.
- Quer namorar comigo Ana? - O moreno de olhos acinzentados  questionou fazendo carinho nos cabelos dela.
- Claro que quero, Christian. Meu Christian...
E naquela pacata terça-feira,  uma intensa história de amor teve seu início.
~*~
Lincoln Communications

Três homens estavam reunidos na sala da presidência de uma das empresas mais lucrativas das décadas de 80 e 90.
De um lado, Carrick Grey.
Dono de um casamento feliz de quase vinte anos, pai de três filhos adotivos, executivo de sucesso.
Do outro, Steven Volturi.
Viúvo, dois filhos, estava a beira da falência e por isso, prestes a vender sua empresa para o velho amigo de infância.
A terceira pessoa naquela sala era Harry, advogado que estava tratando dos tramites legais da  venda da empresa.
- Meus parabéns senhores, a compra foi efetuada com sucesso. - O homem reconchudo de cabelos grisalhos avisou, dando um leve sorriso. - Vou dar sequência a compra, com licença. - E retirou-se da sala deixando-os a sós.
- A partir de agora sou o dono oficial desta empresa que passará a se chamar Greys   Enterprises Holding. O que acha do novo nome? - Carrick  questionou animado.
Carrick era um belo homem prestes a chegar aos quarenta anos. Alto, bonito, dono de cabelos loiro-acinzentados penteados para trás e com tipo físico esbelto, sempre foi muito desejado pelas mulheres, mas a dona de seu coração sempre fora Grace.
- Achei excelente. - Steven  respondeu engolindo em seco e se levantando de sua agora, ex-poltrona.
Ao contrário de Carrick, Steve era moreno, dono de olhos pretos e cabelos escuros e compridos, sempre usados em um rabo de cavalo alto. Seu rosto tinha intensas marcas de expressão causadas pelo descuido a aparência e o cigarro, seu companheiro de anos. 
Steven e Carrick se conheciam desde crianças, pois seus pais foram grandes amigos. Quando Steven tinha quinze anos, perdeu seu pai, mas seu amigo só foi ficar órfão há cinco meses, no 11 de setembro. Foi o pai de Carrick quem terminou de criar Steve,  mas quando ambos cresceram deixou que cada um escolhesse seu caminho. 
Carrick prosperou ainda mais na vida, se tornando um CEO a frente de diversos negócios pelo mundo todo, casou-se com a bela Grace e após descobrir que sua esposa era estéril, adotou três crianças, Elliot, Christian e Mia e ao lado delas, formou sua família.
Já Steve casou-se e teve um filho, Jack. Depois que sua esposa morreu em um acidente de carro onde sua empregada também morreu, passou a criar Elena, filha desta última, deixando os negócios de lado após uma forte crise de depressão.
Quando deu por si, era tarde demais. Estava falindo e para não perder tudo, inclusive a própria cobertura hipotecada, vendeu seu maior patrimônio para Carrick.
- Espero que não fique chateado comigo. - O loiro foi até sua nova poltrona e sentou-se. - Até para evitar isso, te dei 10% das ações como cortesia. 
- 10% para quem já teve 90% é um grande prêmio de consolação... - Steve ironizou andando por sua ex-sala.
- Foi o que pude te dar no momento, já que ainda dividirei o resto das ações entre minha família, como faço com todos os meus empreendimentos. - Se justificou notando que o amigo tinha se chateado.
- Eu sei. - Steve respondeu secamente ficando de costas para ele e olhando para a janela.
- Negócios são negócios. Espero que isso não afete nossa amizade de tantos anos. Fomos criados como irmãos e sempre tivemos uma relação ótima, não? - Levantou-se ajeitando sua gravata vermelha que combinava perfeitamente com seu alinhado terno preto.
- Fique tranquilo! Nada mudará,  Carrick. - Manteve-se de costas para ele. - Continuarei sendo seu melhor amigo, admirando a família perfeita que você tem, com filhos que mesmo sendo adotivos, te adoram demais,  além de uma esposa que te ama mais que tudo nessa vida.
- Você também tem uma família linda, meu amigo. - Foi até o homem e pôs a mão sob seu ombro.
- Tenho? - Virou-se para ele de punhos fechados, trincando o maxilar. - Perdi minha mulher há anos, tive que criar meu filho sozinho e pelo jeito criei mal já que ele repete tanto de ano que ainda não saiu da escola sendo que há essa hora, já deveria estar na universidade. E Elena, a quem tenho como filha, só me dá trabalho pois vive dormindo fora de casa.
- Eu sei, mas tenho certeza que você ainda vai ser muito feliz na vida, Steve. - Sorriu para ele.
- Serei feliz no dia em que tiver esta empresa de volta. - Afirmou encarando o loiro.
- Desculpe, mas não cogito vendê-la de volta para você. Quero tornar essa empresa rentável aliás, pretendo mudar o segmento dela, mas uma coisa te garanto. Farei desta empresa uma das maiores desse mundo! Portanto, acho melhor rever seus conceitos sobre felicidade, irmão.
~*~
[...]
Dias depois...

A primavera já havia se instalado em Manhattan. 
Anastásia e Christian estavam cada vez mais apaixonados, tanto que ele já cogitava pedir a jovem em namoro para os pais dela. O jovem de cabelos acobreados sempre foi a moda antiga e para ele, era importante ter a autorização de Ray para se envolver com sua filha.
Mas Anastásia sempre adiava o momento pois sabia que seu pai  não reagiria muito bem com a novidade. Grey era seu primeiro namorado oficial e o policial  sempre fora um pai ciumento e rígido, ainda mais com sua princesinha.
- Será que não seria melhor ir logo na sua casa? Se seu pai souber por terceiros do nosso namoro, capaz de me matar. - Christian comentou andando de mãos dadas com a jovem pelo pátio do colégio.
- De um jeito ou de outro, ele vai querer te matar. - Ana brincou arrancando uma risada do namorado. - Preciso prepara-lo melhor para o momento, mas prometo não demorar muito,  okay?
- Combinado princesa. - Ao olhar para o lado, o adolescente de dezoito anos viu Jack em uma roda de amigos. - Finalmente! - Sorriu apertando a mão da namorada.
- O que houve Chris? - Ana questionou franzinho as sobrancelhas.
- Lembra daquele amigo que tô querendo te apresentar há um tempão? Olha ele ali, venha! - A puxou até uma rodinha cheia de garotos.

 - Lembra daquele amigo que tô querendo te apresentar há um tempão? Olha ele ali, venha! - A puxou até uma rodinha cheia de garotos

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- Ora, ora, se não é o cara mais boa pinta do colégio? Depois de mim, é claro. - Jack falou entre gargalhadas, indo abraçar Christian.
- Cara, você sumiu!- O rapaz deu dois tapinhas nas costas dele.
- Esqueceu que fui suspenso por aquela diretora chata? - Jack fez uma careta. - Mas agora estou de volta! Ei, quem é ela? - Mediu Anastásia de cima a baixo.
- Essa aqui é minha namorada, Anastásia Steele. Ana, esse aqui é Jack, meu melhor amigo. - Apresentou-os feliz.
- Oi... - Ana sorriu timidamente.
- Muito prazer, Anastásia. - O loiro pegou a mão da adolescente e a beijou, olhando-a nos olhos.
Nenhum dos três sabiam, mas aquele encontro mudaria o destino de cada um deles algum dia.

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