Capítulo 38 - Terceira Fase

4K 419 119
                                    

Capítulo 38 - Terceira Fase.

Presídio Feminino De Segurança Máxima, Chicago.

Dias atuais.

Uma mulher estava em uma cela escura e gélida, sentada em uma cama feita de pedra, tão dura quanto sua alma e coração depois de tantos anos presa naquele lugar como se fosse um animal.
Ela observava incansavelmente uma velha foto rasgada por longos e intermináveis minutos. Parecia que o tempo simplesmente não passava, mas aquela foto lhe dava forças para continuar aguentando firme aquele verdadeiro inferno.
Naquela cela reinava um silêncio perturbador já que a colega de cela da prisioneira estava na enfermaria. Os únicos sons que se ouviam por ali era o da goteira de uma torneira que estava vazando e as batidas do coração da prisioneira em questão, que atendia pelo nome de Anastasia Steele.
Vestida com o uniforme laranja típico de presidiárias, tinha os cabelos longos e lisos, porém descuidados e ressecados pela falta de vaidade. Parecia mais velha do que realmente era e quem a visse de perto, não acreditaria que ainda estava na casa dos trinta anos. Seus belos azuis estavam cobertos por olheiras profundas, pelos mais de dez anos de noites mal dormidas e pesadelos naquela cadeia.
Dez anos.
A única coisa que lhe dava força e instigava a continuar vivendo  era justamente aquela foto de um garotinho sorrindo e uma bebê de lindos olhos azuis como os seus, que eram seus tão amados filhos. Ela sabia que hoje em dia, eles já deveriam ser adolescentes e a curiosidade de conhecer seus rostos, suas vozes e personalidades lhe fazia imaginar mil e uma coisas. Mas tudo ficava apenas na imaginação, já que não tinha ideia de quando e se os veria novamente em vida.
Sempre que pensava neles se permitia sorrir, coisa muito rara em um lugar cheio de dor e solidão. Mas Anastasia tinha vivido bons momentos e por isso, gostava de lembrar deles. A infância feliz com seus pais, a adolescência cheia de novas descobertas. A juventude onde conheceu o amor de sua vida, a gravidez, os filhos, as viagens pelo mundo todo.
Estava tudo indo tão bem.
Por quê a vida fez aquilo com ela? Por quê foi acusada de trair e matar o melhor amigo de seu marido? Por que estava presa por um crime que não cometeu? Por quê foi privada de viver ao lado de seus filhos e família? Por quê tudo aquilo tinha que acontecer justamente com ela?
Nunca fez mal a ninguém. Era cristã e sempre tentava fazer o bem ao próximo. Era carinhosa, apaixonada e feliz, mas tudo o que tinha lhe foi arrancado de forma brusca e brutal e as perguntas que se fazia todos os dias talvez nunca fossem respondidas.
Anastasia foi tirada de seus pensamentos quando começou a ouvir passos nos corredores. Foi então que uma mulher de aparência cansada e carrancuda surgiu e começou a desamarrar as correntes e em seguida, abriu o cadeado da cela da mulher.
- Anastasia, visita para você. - A carcereira de pele morena clara e aspecto rude avisou, abrindo a porta.
- Quem é? - A presa perguntou guardando a foto debaixo do travesseiro e indo para fora da cela.
- Sua prima. - Respondeu segurando e apertando o braço da morena, que sentiu uma leve ardência mas não reclamou,  pois estava acostumada com a rispidez da carcereira que levou-a até a sala de visitas.
Assim que chegaram no local,  onde havia apenas uma mesa e duas cadeiras de tons acinzentados, a funcionária da prisão algemou Anastasia na cadeira e saiu, deixando-a a sós com uma loira de cabelos e  olhos claros, que usava um tubinho preto e um casaco comprido da mesma cor.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A Madrasta Onde histórias criam vida. Descubra agora