*Ouçam a música da multimídia durante a leitura*
Capítulo 30 - Inferno.
- Divórcio? - Ana se aproximou dele. - Está brincando, né?
- Eu tenho cara de quem está brincando? - Christian manteve o semblante sério a olhando nos olhos. - Você foi condenada há quase vinte anos de prisão, não quero, nem vou ficar casado com uma assassina.
- Não sou assassina, mas quer saber? Eu cansei. Cansei de me humilhar pra você acreditar em mim. Passei meses te mandando recados para me visitar e você foi tão canalha que nem isso fez. Se é o divórcio que quer pois bem, eu vou te dar Christian. - Deu de ombros se sentindo cada vez mais chateada com aquele a quem amara muito um dia.
- Ótimo. - O moreno engoliu em seco.
- Nosso casamento já era, agora preciso saber sobre meus filhos. Como vamos fazer? Quando eles irão me visitar?
- Te visitar? - Christian sorriu irônico. - Meus filhos não irão entrar em uma cadeia nem por cima do meu cadáver.
- Você não pode fazer isso. Phoebe e Teddy são meus filhos também, tenho direitos sobre eles.
- Você perdeu todos os seus direitos no dia em que me traiu e destruiu a família que lutamos tanto para construir!
- Você não pode fazer isso, Christian. - Com os olhos cheios de lágrimas, Anastásia fez sinal de negativo com a cabeça. - Nem que eu tenha que entrar na justiça, vou ver sim meus filhos.
- Ah, você quer entrar na justiça? Fique a vontade! Quero ver que juiz vai ficar a favor de uma, de uma adúltera e assassina como você!
- Já chega! - Ana deu um tapa no rosto dele. - Não vou admitir que faça isso comigo, você é um monstro! Maldito dia em que te conheci e me apaixonei por você.
- Pode ter certeza que também me arrependo muito de ter casado com você, Anastásia. - Ele retrucou levando as mãos a bochecha avermelhada pelo tapa. - Você destruiu minha vida e pode ter certeza que vou fazer o possível pra que nunca mais se aproxime das crianças, você não é boa influência pra elas.
- Como pode ser tão cruel? Usar as crianças pra se vingar de mim é tão mesquinho, é tão podre. - O olhou enojada.
- Cada um usa as armas que tem e saiba que não tô fazendo isso para me vingar pela sacanagem que você fez comigo e sim, para proteger meus filhos do vexame de terem que conviver com uma condenada. - Falou indo em direção a porta. - Acho que não temos mais nada a falar.
- Não temos mesmo, nossos advogados resolverão tudo para nós a partir de agora. - Ana cruzou os braços, se controlando para não chorar.
- Exatamente. - Ele concordou cabisbaixo. - Adeus, Anastásia. - Despediu-se e assim que Grey saiu por aquela porta, Ana simplesmente desabou, começando a chorar desesperadamente.
[...]
Algumas horas depois ela já estava parada ao lado de vários policiais em frente ao presídio feminino de Chicago.
Os portões e grades do local se abriam seguidamente para ela trancando-a cada vez mais naquele lugar horroroso. A cada passo que dava, a cada porta que se fechava, Ana sentia que estava cada vez mais distante da liberdade, até que uma funcionária do local começou a lhe dar diversas ordens."Tire todas as jóias e acessórios"
Foi a primeira ordem e a morena então se desfez de seus brincos, seu colar e sua aliança.
A única coisa a qual não quis se separar foram das fotos de sua tão amada família."Tome banho e vista seu uniforme"
Ana tomou uma ducha fria para em seguida colocar um macacão laranja, uniforme oficial do presídio.
- Para onde está me levando? - Perguntou assustada enquanto a carcereira apertava seu braço de forma rude pelos longos e escuros corredores da cadeia.
- Para a sua nova morada, oras. Sua cela onde você terá muitas amiguinhas para conversar por muitos e muitos anos. - Falou sarcástica enquanto ambas caminhavam pelos corredores, já na ala das celas.
- Tem carne nova no pedaço! - Uma voz rouca vinda de outra cela disse.
- E não é que é uma gostosa? - Outra prisioneira falou.
Ana caminhava cabisbaixa sem a menor coragem de olhar para o lado. Só se deu conta de que estava em sua cela quando foi empurrada com força para dentro da mesma, caindo no chão e ralando levemente o cotovelo.
- Mais uma, que merda. - Jane, uma loira de olhos claros resmungou fazendo uma careta. - E aí gata, foi presa por quê? Roubo? Assassinato?
- Deixe a menina em paz Jane, por favor. - Jéssica, outra colega de cela de Ana respondeu se levantando do chão.
- Não vou deixar, quero saber qual o crime que essa garota cometeu pra estar com essa cara tão desanimada! - E deu risada. - Pelo jeito a pena foi pesada.
- Olha, me deixa em paz. - Ana pediu se sentando em um colchão velho no canto do chão.
- Se não responder minha pergunta, vou achar uma desfeita muito grande e não sou muito legal com aqueles que me fazem desfeitas, sabia? - Jane ameaçou apontando o dedo para a cara de Anastásia.
- Fui condenada por homicídio, mas sou inocente. - A morena contou se deitando de lado quando a vilãzinha começou a gargalhar.
- Inocente? Todos somos queridinha. Todas somos! - Jane ironizou rindo ainda mais.
~*~
[Nova York]
- Enfim, de volta para casa. - Grace murmurou sentando-se no sofá da sala de estar da mansão dos Greys.
- E pensar que estávamos tão felizes meses atrás e agora, não temos ideia do que será do nosso futuro. - Carrick desabafou vendo Grey subir as escadas correndo. - Filho?
- Deixe-o Carrick. Christian precisa ficar um tempo sozinho para por a cabeça no lugar. - Elizabeth disse suspirando e sentando-se na poltrona.
- É... Precisa mesmo. Vou ver meus sobrinhos, com licença. - Elliot disse indo para o quarto das crianças.
- O que vai ser de nós, querido? O que vai ser dos nossos filhos e netos? - Grace perguntou deixando que uma lágrima caísse de seus amendoados olhos.
- Sinceramente? Não sei... - O loiro respondeu confuso.
~*~
Assim que entrou em seu quarto Christian começou a chorar.
Sentia como se estivesse sem chão.
Há sete meses era o homem mais feliz do mundo e agora, o mais infeliz deles.
- Por que Ana? - Perguntou-se encolhido no chão do quarto onde já fora muito feliz. - Por que fez isso comigo? Por que mentiu pra mim? Eu te amo tanto, como vou viver sem você? O que farei com nossos filhos? Que ódio de você por ter feito isso com a gente... - Murmurou passando a mão sob o rosto inchado pelo choro. - Minha vida acabou por sua causa...
~*~
- Essa menina vai ficar aí jogada neste colchão até quando? - Jane perguntou com a mão na cintura.
- Deixa ela! - Jessica pediu novamente.
- Pare de defendê-la ou vai sobrar pra você. - A bandida a ameaçou fechando a cara. - Ei, o que é isso? - Perguntou ao ver que Ana segurava uma foto nas mãos.
- Não interessa, deixa eu ficar na minha, okay? Não quero confusão. - Estressada, a morena guardou a foto no bolso e ficou em pé, encarando a presa. - Me deixa ver o que tem nessa foto. - Jane foi para cima dela e tentou colocar a mão em seu bolso, mas levou um empurrão.
- Me deixa em paz! - Anastásia avisou novamente.
- Ah, sua vadia, agora você me paga! - Jane a empurrou de volta.
- PAREM MENINAS! - Jessica tentou interferir gritando quando a carcereira apareceu.
- EI, O QUE TA ACONTECENDO AQUI?! - As presas se calaram e baixaram a cabeça. - Ah... A novata já está dando problema?
- Eu? Mas é claro que não! - Ana negou prontamente.
- Deu sim, essa garota é uma problemática. - Jane a acusou de propósito.
- Cala a boca Jane. E você novata, vai levar uma lição pra entender que nesse presídio o buraco é bem mais embaixo, venha. - A puxou pelo braço novamente, com mais agressividade do que da primeira vez.
- Pra onde está me levando? - A jovem indagou apavorada.
- Para um lugar onde vai ter muito tempo pra pensar no que fez, sua ridícula. A solitária... - Parada em frente a uma porta de ferro, a mulher que atendia pelo nome de Claúdia abriu a mesma e jogou Ana lá dentro, fechando a porta e deixando a menina na mais completa escuridão.
- NÃO FAZ ISSO, POR FAVOR! ME TIRA DAQUI! Eu não quero ficar nesse lugar, não mereço isso... - Desesperada, Ana se debrulhava em lágrimas batendo as mãos naquela porta enorme e dura. - Alguém me ajuda, por favor! Não quero ficar aqui... - Pediu já jogada no chão.
Se ela não conhecia o inferno ainda, estava prestes a conhecer agora.~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Quase que não ia ter capítulo hoje, mas por sorte consegui net da minha irmã pra postar aqui.
Foi muito difícil escrever esse capítulo meninas, muito mesmo, mas espero que tenham se emocionado tanto quanto eu com ele.
Votem e comentem ❤❤❤
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A Madrasta
FanfictionDez anos. Já imaginou como seria se você perdesse dez anos da sua vida trancafiada em uma cadeia por um crime que não cometeu? Foi exatamente isso que aconteceu com Anastásia Steele, que tinha uma vida perfeita ao lado do marido, Christian Grey, e...