- Eu... Não vou aguentar! Posso lhes dar um abraço? - Ana perguntou não conseguindo se segurar.
Era muita emoção estar de frente para seus filhos, precisava sentir o cheirinho deles, o calor de seus corpos.
- Abraço? Não costumo abraçar quem não conheço direito! - Phoebe negou franzindo o cenho.
- Por quê a senhora ta chorando? - Theodore perguntou dando uma olhada de rabo de olho para os avós e a bisavó que ainda estavam sentados no sofá totalmente sem reação diante daquela situação.
- Crianças, que tal irem na cozinha apressar nosso almoço enquanto conversamos um pouco com Anastasia? - Elizabeth sugeriu e as crianças assentiram com a cabeça e saíram, pois não queriam muito papo com sua nova madrasta mesmo.
- Meus filhos... - Ana desabou ao sentar no sofá.
- Você precisa se controlar ou eles vão desconfiar de algo, Anastasia. - Esme alertou a morena. - Imagino a emoção que esteja sentindo, mas por favor se acalme ou vai colocar seus próprios planos a perder.
- É Ana, você precisa se acalmar. - Christian pôs a mão sob o ombro dela.
- Eu sei. - A morena respirou fundo passando a mão pelo rosto para limpar suas lágrimas. - Vou me controlar, preciso me controlar. - Levantou-se firme. - Vamos almoçar logo de uma vez.
[...]
- De onde a senhora veio? Papai nunca falou sobre você até ontem. - Phoebe indagou durante o almoço para Ana, que já estava mais tranquila.
A menina queria saber um pouco mais sobre aquela misteriosa mulher.
- Eu? De Chicago onde estava... Trabalhando.
- Trabalhando com o quê? - Theodore perguntou tomando um gole de suco de uva, seu sabor predileto.
- Como professora de piano. - Pensou rápido e respondeu a profissão que sempre sonhara ter.
- Phoebe também gosta de piano, sabia amor? Ela queria aprender a tocar, disse isso pra mim outro dia. - Christian contou segurando a mão de Ana que teve que aceitar o chamego, para seus filhos não desconfiassem de nada.
- Se quiser que te dê aulas, adoraria Phoebe. Seria bom para nos conhecermos mais. - Anastasia sugeriu sorrindo, mas a menina fez sinal de negativo com a cabeça.
- Não quero, obrigada. - Negou deixando sua mãe triste.
- Er... Temos um piano aqui Ana, se quiser tocar para nós qualquer dia adoraríamos. - Carrick tentou animar a nora, que esboçou um breve sorriso.
- Como você e meu pai se reencontraram? Foi do nada é? - Theodore perguntou e a morena engoliu em seco.
- Como? Er... Foi no restaurante da tia e madrinha de vocês, a Mia.
- E ele te disse que não aprovamos esse noivado?
- Disse mais ou menos. - Nervosa, Ana pôs uma mecha de cabelos atrás da orelha.
- Pois vou dizer com todas as letras. - Ele ficou em pé. - Não aprovavemos essa união, é o cúmulo o papai se casar com alguém que reapareceu do nada na vida dele ou com qualquer outra pessoa que não seja nossa mãe. E fique sabendo Anastasia que ninguém vai roubar o lugar da nossa mãe! Quer saber, esse almoço pra mim acabou, nem deveria ter começado aliás! - Theodore exclamou saindo furioso do lugar.
- Theodore! Volte aqui! - Christian gritou. - Phoebe, não faça isso! - Ordenou vendo a garota também abandonar o almoço e sair correndo. - Droga! - Resmungou jogando o guardanapo na mesa.
- Ah não... Eles não gostaram de mim. - Ana lamentou arrasada e se permitindo chorar, mais uma vez.
~*~
- Apaixonado? Mas que merda José, pedi tanto para que ficasse longe daquela mulherzinha! - Billy resmungou nervoso após o filho lhe contar que estava apaixonado pela ex-detenta.
- Não fale assim da Anastasia, ela não é nenhuma mulherzinha, pelo contrário é uma mulher muito interessante e bonita. - O moreno retrucou sentando-se a mesa para almoçar com ele.
- Como pode achar uma assassina interessante?! - Billy gargalhou.
- Assassina? O senhor tem mesmo certeza da culpa dela? Aliás, o senhor tem certeza que não viu mais ninguém no corredor naquela noite? Tem certeza que só a Anastasia estava ali? - José pressionou o pai.
- Está insinuando que menti no julgamento? - O cadeirante desviou o olhar. - Isso é um tremendo absurdo! Pare de tentar arrumar motivos para justificar o fato horrível de estar apaixonado por uma das piores inimigas do teu pai, de alguém que quer acabar comigo. Que decepção meu filho, que decepção! - Billy lamentou cobrindo o rosto com as mãos.
~*~
- Vai ser muito mais difícil do que imaginei. - Ana desabafou ao entrar no escritório da mansão, seguida por Christian. - Viu como eles me trataram? Como se eu fosse uma impostora e a culpa é sua por ter inventado essa mentira ridícula de que estava morta! - Acusou-o apontando o dedo para ele.
- Calma Ana, foi só um primeiro encontro. - O moreno trancou a porta e se aproximou dela. - Olha, juro que vou fazer o possível para que as crianças aceitem nossa relação e que queiram te conhecer, porque quando isso acontecer eles vão te amar, o que não é nada difícil. Mas eles não vão amar essa Ana dura e fria que você se tornou, eles vão amar a Ana que você tem aí no fundo do seu coração. - Sorriu. - A menina sonhadora, inteligente, apaixonada e divertida. Sei que ela ainda existe aí e é ela quem vai conquistar Phoebe e Teddy.
- Aquela Ana não existe mais. - Virou o rosto.
- Existe sim, olhe para mim. - O homem ordenou e ela assim o fez. - Do mesmo jeito que aquele Christian que fui um dia ainda existe aqui - Apontou para o próprio coração. - Aquela Ana existe também. Ela só precisa voltar a florescer e só você pode fazer com que ela se liberte. Ela não precisa aparecer pra mim até porque não sou digno dela, mas para nossos filhos sim.
- Não sei se consigo isso. - Ela avisou chorosa.
- Se precisar da minha ajuda, sempre estarei aqui. Nunca mais vou te deixar sozinha, nunca mais cometerei esse erro do qual me arrependo de todas as formas possíveis. - E a puxou para seu peito, abraçando-a e por um momento, Anastasia permitiu aquilo.
Estava precisando muito de um abraço, de um consolo pois ser maltratava por seus filhos lhe doeu amargamente.
Nos braços de Grey ela encontrou consolo, carinho e aconchego.
- É melhor eu ir embora. - Ana falou afastando-se dele e indo até a porta.
- Tem certeza?
- Absoluta. Adeus! - Despediu-se secamente abandonando o escritório e deixando o rapaz sozinho.
~*~
- Não foi essa a educação que lhes dei! Como tiveram coragem de abandonar o almoço e tratar a noiva do seu pai daquele jeito crianças?! - Grace estava brigando com os netos no quarto de Phoebe.
- Desculpa vó, mas aquela mulher é louca. A senhora viu o surto que ela teve ao nos ver chorando daquele jeito?! - Theodore retrucou.
- Provavelmente estava chorando pra tentar nos comover, mas não estamos nem aí e não estamos com dó nenhuma dela. - Phoebe deu de ombros, mordendo os lábios e repetindo sem saber, um gesto parecido com o de sua mãe.
- Não foi pra comover vocês, ela realmente se emocionou com a situação. - Esme sentou na cama da neta. - Anastasia passou por momentos muito difíceis na vida, por isso estava tão sensível e chorou, não a julguem sem conhecê-la!
- Ta certo vó! Pois bem, vamos investigar essa Anastasia pra ver qual é a dela, mas de um jeito ou de outro acho que nós não vamos aceitar esse casamento. - Teddy deixou claro, deixando a avó ainda mais preocupada.
~*~
- Quem é você?
Ana perguntou confusa ao chegar no hotel e encontrar uma mulher de costas parada em frente sua suíte.
- Não reconhece sua melhor amiga? - A garota virou-se.
- Jess? - Ana abriu um imenso sorriso para ela, correndo para seus braços para lhe dar um abraço apertado. - Não acredito que você está aqui!
- Irina conseguiu me tirar da cadeia e foi da forma mais louca possível. - Finalizou o abraço, afastando-se mas segurando as mãos da amiga. - Houve uma superlotação no presídio e decidiram liberar aquelas que já cumpriram dois terços da pena e euzinha tive sorte já que estava reclusa há séculos, você sabe.
- Que maravilha! - Anastasia bateu palmas. - Até que esse problema da superlotação serviu pra alguma coisa! - Ambos deram risada. - Você saiu da cadeia no momento certo amiga.
- E posso saber por quê?
- Porque você Jessica, vai ser peça chave nos meus planos de acabar com duas malditas pessoas. - Ana respondeu sorrindo.***Quando há superlotação extrema nos presídios dos EUA, os criminosos menos perigosos são liberados.
~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Quem serão essas duas pessoas de quem a Ana quer se vingar com a ajuda da Jess hen? Apostas?
E os filhos da Ana? Será que vão continuar tratando-a mal mesmo?
São tantas tretas kkk
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A Madrasta
FanfictionDez anos. Já imaginou como seria se você perdesse dez anos da sua vida trancafiada em uma cadeia por um crime que não cometeu? Foi exatamente isso que aconteceu com Anastásia Steele, que tinha uma vida perfeita ao lado do marido, Christian Grey, e...