17 de julho, Chicago.- Senhoras e senhores, vamos abrir esse terceiro dia de julgamento ouvindo os depoimentos das testemunhas convocadas pela defesa. - Patrick avisou a todos e a primeira testemunha entrou no recinto e fez seu juramento.
- Senhor Elliot, o que tem a dizer sobre a Anastásia? - Irina iniciou suas perguntas.
- A Ana é uma garota muito legal, sempre nos damos muito bem e ela sempre foi muito apaixonada pelo meu irmão. - O jogador a elogiou fazendo a morena sorrir. - Não entendi quando cheguei naquele quarto e a encontrei sendo acusada desse crime horrível, mas uma coisa acho que todos vocês devem saber. Fui um dos primeiros a entrar naquele quarto e durante todo o tempo, minha cunhada assegurou que era inocente.
- Ela pareceu sincera?
- Ao meu ver, sim.
- E Jack?
- Gostava do Jack, mas ele sempre foi muito encrenqueiro, bagunçeiro e mulherengo. Não dúvido que tenha arrumado inimigos que possam ter feito isso com ele.
- Sem mais perguntas. - Irina disse ao juiz.
- A acusação quer fazer alguma pergunta a testemunha?
- Não meritíssimo. - Phillip negou.
[...]
(Depoimento de Ethan Kavanagh)
- Ethan, como era sua relação com Jack?
- Eu sou amigo e cunhado do Christian, que era bem próximo do Jack, mas particularmente nunca fomos amigos, não confiava nele.
- E por quê não confiava? - Irina indagou curiosa.
- Porque nunca fui muito com a cara dos Lincolns, é aquela coisa, o santo não bateu. - O loiro respondeu passando a mão por seus cachinhos.
- E sobre a Anastásia? Acredita que eles tinham um caso?
- Não sei, mas acredito que não. Ana é uma boa pessoa, uma boa mãe e somos compadres. Gosto muito dela e não acredito que traíria o marido. Pra mim, ela foi vítima de uma armação, mas não tenho ideia de quem além dos Lincolns, teria coragem de tentar prejudica-la.
[...]
(Depoimento de Grace Grey)
- Dona Grace, a senhora acredita na inocência da sua nora?
- Sim, não tenho dúvidas de que tudo isso é um grande mal entendido. Ana não tem coragem de matar uma mosca, quanto mais uma pessoa.
- E sobre Jack? Nos conte um pouco sobre o que achava dele.
- Jack cresceu lá em casa, junto com meus filhos. Mas nunca simpatizei muito com os Lincolns, sempre os achei ambiciosos e invejosos demais.
- Então Jack tinha inveja do seu filho?
- Não sei, Irina. - A morena respondeu - Mas o pai deles, Steve, sempre desejou ter tudo que meu marido tem, se ele passou essa inveja aos filhos ou não, não posso afirmar.
[...]
(Depoimento de Leila Willians)
- Leila, nos fale um pouco sobre a Anastásia.
- Annie é minha prima querida! Apesar deu ser um pouco mais velha que ela, crescemos juntas e sempre fomos muito próximas, quase como irmãs mesmo. Estive no casamento dela e vi em seus olhos a felicidade de estar casando com o amor de sua vida. Posso afirmar sem medo de errar que minha prima é inocente e não matou o Jack.
- Sem mais perguntas, senhor. - Irina voltou para seu lugar.
- Acusação?
- Tenho algumas perguntas. - Hilary se levantou indo até o centro do tribunal. - Senhorita Willians, é verdade que a senhora e a vítima foram namorados?
- Sim. - A morena confirmou engolindo em seco.
- Por quanto tempo estiveram juntos?
- Quase quatro anos.
- E como era a relação de vocês?
- Eu achava que era boa, até descobrir que ele... Que ele não era o que eu pensava.
- Como assim? Nos dê mais detalhes.
- Protesto meritíssimo. - Irina interviu. - A promotoria está invadindo a privacidade da testemunha.
- Protesto negado. Responda a pergunta da Strauss, senhorita.
- Sim senhor. - Leila lambeu os lábios secos. - Ele não me dava atenção, não ligava pra mim, então decidi terminar nosso namoro. - Falou omitindo as traições que sofrera.
- É verdade que a senhorita terminou o relacionamento pouco antes da morte da vítima?
- É. - Inquieta, a advogada desviou o olhar.
- E não acha estranho estar defendendo a acusada de matar o homem com quem namorou por tantos anos? Será que não está fazendo isso por despeito a ele?
- Mas é claro que não. - Ela fechou a cara. - Estou fazendo isso porque acredito na inocência da minha prima e ponto. - Afirmou e Hilary sorriu irônica.
- Sem mais perguntas, senhor juiz!
[...]
(Depoimento de Kate Kavanagh)
- Ana é uma super amiga, uma grande mulher. Confio em sua inocência. - A loira dizia sorrindo para sua confidente.
- Kate está tão linda... - Elliot murmurou baixinho. - Que saudades dela.
- Acredita que ela foi vítima de uma armação? - Irina questionou.
- Não tenho dúvidas disso. - A loira confirmou olhando para a amiga.
[...]
Após um recesso de quase uma hora, já no meio da tarde, era a vez de Christian, o possível marido traído, depor.
O empresário estava nervoso, evitando olhar para Anastásia.
Com as mãos trêmulas, sabia que seu depoimento teria peso na condenação ou absolvição da esposa. Mesmo assim estava disposto a ser sincero e falar somente a verdade, como prometera a todos ali presentes.
- Senhor Grey, nos conte como conheceu sua mulher. - Irina pediu em busca de fazer com que ele dissesse coisas boas sobre a garota que tanto amou, amava, nem ele mesmo sabia.
- Conheci a Anastásia no colégio, no fim da nossa adolescência. Ficamos amigos e começamos a namorar dias depois. Um ano depois nos casamos e tivemos nosso primeiro filho, Theodore. - Manteve a cabeça baixa.
- E como a Anastásia era como esposa, como mãe?
- Ela... Ela... - Por um momento, o rapaz ergueu a cabeça e seu olhar se encontrou com o de Ana.
Ela estava com os olhos marejados e os dele não estavam diferente, pois lacrimejavam muito. Anastásia estava com o olhar cansado, quase exausto. Ele sabia que tudo aquilo que estava acontecendo era pesado demais para ela e desejava estar em seu lugar, só para não vê-la passando por tanto constrangimento.
Mas quando se lembrou que ela estava presa por ter tido um caso e ainda por cima, matado o seu melhor amigo, seu olhar mudou. Seus olhos cinzas se escureceram de raiva e seus punhos se fecharam.
- Senhor Grey, responda minha pergunta.
- Ela era uma boa mãe... - Desviou o olhar. - Sempre dedicada as crianças, cuidava muito bem deles e era uma esposa dedicada, carinhosa... Fui muito feliz com ela. - Admitiu deixando que uma ou outra lágrima caísse.
- Alguma vez o senhor desconfiou que ela poderia ter um caso com seu melhor amigo?
- Nunca, jamais. - Negou prontamente. - Eu acho, achava que ela só tinha olhos para mim, assim como eu só tinha olhos pra ela.
- Você viveu cinco anos com a Anastásia, teve dois filhos com ela, então deduzo que a conheça muito bem. Acha que ela teria coragem de matar um homem?
- A minha Ana... - Olhou novamente para sua pequena que chorava com o depoimento dele. - A Ana que conheço jamais faria uma coisa dessas. Só que não sei se realmente conhecia minha esposa já que ela mentiu pra mim.
- Er... Sem mais perguntas. - Vendo que a coisa iria desandar, a loira resolveu finalizar logo o interrogatório.
- Com a palavra, a acusação.
- Obrigada excelentíssimo. - Hilary deu uma olhada em alguns papéis sob sua mesa e foi até o depoente. - Christian, é verdade que Anastásia não se dava bem com Jack?
- Sim, ela nunca foi com a cara dele.
- E ela te explicava o por quê?
- Não exatamente, só dizia não confiar nele, essas coisas.
- E nunca desconfiou do por quê ela tinha tanta antipatia por seu amigo?
- Não, vivia com a cabeça cheia. Sou pai de família, trabalhava, estudava, nunca me importava muito com esses assuntos que classificava na época como não importantes.
- Então é possível que sua esposa fingia não gostar dele para disfarçar e fazer você não desconfiar que tinha um caso com ele?
- Sim, é possível.
- Você confia na sua irmã, Mia? Acha que ela seria capaz de mentir?
- Claro que confio, minha irmã tem um grande coração.
- Então acredita que ela disse a verdade ao afirmar que viu sua mulher beijando a vítima?
- Acredito. - Respondeu ficando ainda mais sério.
- Como o senhor reagiu ao saber que Ana tinha matado Jack?
- Fiquei muito surpreso, horrorizado e triste. - Disse cabisbaixo.
- Muito se falou sobre o celular da acusada. Você se recorda de tê-lo visto nos dias seguintes ao crime?
- Desde que nós fizemos um trato, não mexi mais no celular da minha mulher então, não ficava reparando onde estava.
- Que acordo?
- Um dia tive uma crise de ciúmes por causa de uma mensagem que ela recebeu de um colega de escola, daí mexi no celular dela sem autorização, nós brigamos e prometi não invadir mais o espaço dela. - Explicou.
- Os homens costumavam assediar muito a Anastásia?
- Protesto meritíssimo! A promotoria está desviando o assunto. - Irina invertiu.
- Protesto negado! Responda a pergunta da acusação, senhor Grey. - Patrick ordenou.
- Não muito, mas quando saíamos ou viajávamos eles davam sim em cima dela as vezes.
- E como ela se comportava? Fazia como fez com Jack? Fingia não gostar para depois pelas costas, te enganar?
- Eu... Eu não sei. - O moreno deu de ombros, confuso.
- Acabo aqui minhas perguntas, senhor. - Hilary encerrou o interrogatório.
- Agora vamos chamar a última testemunha chamada pela defesa.
- Como assim? Pensei que Christian fosse a última testemunha. - Phillip sussurrou baixinho.
- E era. - Hilary franziu as sobrancelhas não entendendo nada.
- Que a testemunha Elizabeth Grey entre.
- Vó? - Mia arregalou os olhos. - Ela não estava proibida de viajar pelos médicos?
- Sim, mas Elizabeth sempre fez só o que quis. - Grace murmurou esboçando um sorriso.
- Vovó... - Ana abriu um lindo sorriso para ela.
- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?
- Sim senhor Juiz, eu juro. E ao contrário de muitos que juraram aqui e mentiram descaradamente, eu não minto. - Garantiu se sentando.
- Com a palavra, a defesa.
- Senhora, nos diga o que pensa sobre a acusada. - A advogada de defesa indagou.
- Anastásia é uma boa menina. Ingênua, não estava preparada para viver em um covio de cobras como o nosso. Devia tê-la preparado mais, quem sabe assim ela não tivesse caído nessa armadilha. - Falou suspirando.
- Armadilha?
- Sim, tenho certeza que os Volturi estão por trás disso tudo.
- Protesto! A depoente está fazendo acusações sem fundamento contra a família da vítima. - Hilary interviu.
- Não são sem fundamento. Eu, mais do que ninguém conheço bem essa gente. - Olhou para Steve com nojo. - São medíocres, egoístas e que só pensam em dinheiro e poder. Os Lincolns podem até enganar o tonto do meu filho e o trouxa do meu neto, mas a mim jamais enganaram.
- Essa velha ainda me paga. - Steve disse cheio de raiva.
- Devíamos acelerar a ida dela para o cemitério, pai. - Elena sugeriu baixinho dando um sorriso de canto de boca.
- Por quê não simpatiza com essa família, senhora Elizabeth?
- Porque os membros dela não prestam. Pelo menos os adultos já que o filho da Elena ainda é só um bebê. Aliás, vou começar por ela. Essa mulher sempre quis se casar com meu neto Christian e, é por isso que inventou toda essa mentirada para prejudicar sua rival. Steve é uma ave de rapina que tem muita inveja do Carrick porque ele comprou a empresa falida que ele não teve a competência de cuidar. Já Jack a quem muitos endeusaram nos depoimentos, era um idiota que não conseguia enxergar nada além do próprio umbigo. Minha família é integra, honesta, a Anastásia é honesta, boa, jamais faria mal a uma moscs. Dou minha palavra que ela é inocente e peço a todos vocês... - Olhou para os jurados. - Que acreditem em mim e que não caiam nesta armadilha covarde dos Lincolns.~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Vovó Grey <3 <3
Vocês a amam sim ou com certeza?Mais uma vez, a @DeiaAzevedo veio atualizar a fic pra mim aqui. Fala sério, ela é demais né?
Espero que tenham gostado, beijos, até breve e não se esqueçam de deixar seus votos e comentários porque assim que colocar crédito vou responder todos eles, viu? :3
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A Madrasta
FanfictionDez anos. Já imaginou como seria se você perdesse dez anos da sua vida trancafiada em uma cadeia por um crime que não cometeu? Foi exatamente isso que aconteceu com Anastásia Steele, que tinha uma vida perfeita ao lado do marido, Christian Grey, e...