Capítulo 27- Julgamento Parte III

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17 de julho, Chicago.

- Senhoras e senhores, vamos abrir esse terceiro dia de julgamento ouvindo os depoimentos das testemunhas convocadas pela defesa. - Patrick avisou a todos e a primeira testemunha entrou no recinto e fez seu juramento.
- Senhor Elliot, o que tem a dizer sobre a Anastásia? - Irina iniciou suas perguntas.
- A Ana é uma garota muito legal, sempre nos damos muito bem e ela sempre foi muito apaixonada pelo meu irmão. - O jogador a elogiou fazendo a morena sorrir. - Não entendi quando cheguei naquele quarto e a encontrei sendo acusada desse crime horrível, mas uma coisa acho que todos vocês devem saber. Fui um dos primeiros a entrar naquele quarto e durante todo o tempo, minha cunhada assegurou que era inocente.
- Ela pareceu sincera?
- Ao meu ver, sim.
- E Jack?
- Gostava do Jack, mas ele sempre foi muito encrenqueiro, bagunçeiro e mulherengo. Não dúvido que tenha arrumado inimigos que possam ter feito isso com ele.
- Sem mais perguntas. - Irina disse ao juiz.
- A acusação quer fazer alguma pergunta a testemunha?
- Não meritíssimo. - Phillip negou.
[...]
(Depoimento de Ethan Kavanagh)
- Ethan, como era sua relação com Jack?
- Eu sou amigo e cunhado do Christian, que era bem próximo do Jack, mas particularmente nunca fomos amigos, não confiava nele.
- E por quê não confiava? - Irina indagou curiosa.
- Porque nunca fui muito com a cara dos Lincolns, é aquela coisa, o santo não bateu. - O loiro respondeu passando a mão por seus cachinhos.
- E sobre a Anastásia? Acredita que eles tinham um caso?
- Não sei, mas acredito que não. Ana é uma boa pessoa, uma boa mãe e somos compadres. Gosto muito dela e não acredito que traíria o marido. Pra mim, ela foi vítima de uma armação, mas não tenho ideia de quem além dos Lincolns, teria coragem de tentar prejudica-la. 
[...]
(Depoimento de Grace Grey)
- Dona Grace, a senhora acredita na inocência da sua nora?
- Sim, não tenho dúvidas de que tudo isso é um grande mal entendido. Ana não tem coragem de matar uma mosca, quanto mais uma pessoa.
- E sobre Jack? Nos conte um pouco sobre o que achava dele.
- Jack cresceu lá em casa, junto com meus filhos. Mas nunca simpatizei muito com os Lincolns, sempre os achei ambiciosos e invejosos demais.
- Então Jack tinha inveja do seu filho?
- Não sei, Irina. - A morena respondeu - Mas o pai deles, Steve, sempre desejou ter tudo que meu marido tem, se ele passou essa inveja aos filhos ou não, não posso afirmar.
[...]
(Depoimento de Leila Willians)
- Leila, nos fale um pouco sobre a Anastásia.
- Annie é minha prima querida! Apesar deu ser um pouco mais velha que ela, crescemos juntas e sempre fomos muito próximas, quase como irmãs mesmo. Estive no casamento dela e vi em seus olhos a felicidade de estar casando com o amor de sua vida. Posso afirmar sem medo de errar que minha prima é inocente e não matou o Jack.
- Sem mais perguntas, senhor. - Irina voltou para seu lugar.
- Acusação?
- Tenho algumas perguntas. - Hilary se levantou indo até o centro do tribunal. - Senhorita Willians, é verdade que a senhora e a vítima foram namorados?
- Sim. - A morena confirmou engolindo em seco.
- Por quanto tempo estiveram juntos?
- Quase quatro anos.
- E como era a relação de vocês?
- Eu achava que era boa, até descobrir que ele... Que ele não era o que eu pensava.
- Como assim? Nos dê mais detalhes.
- Protesto meritíssimo. - Irina interviu. - A promotoria está invadindo a privacidade da testemunha.
- Protesto negado. Responda a pergunta da Strauss, senhorita.
- Sim senhor. - Leila lambeu os lábios secos. - Ele não me dava atenção, não ligava pra mim, então decidi terminar nosso namoro. - Falou omitindo as traições que sofrera.
- É verdade que a senhorita terminou o relacionamento pouco antes da morte da vítima?
- É. - Inquieta, a advogada desviou o olhar.
- E não acha estranho estar defendendo a acusada de matar o homem com quem namorou por tantos anos? Será que não está fazendo isso por despeito a  ele?
- Mas é claro que não. - Ela fechou a cara. - Estou fazendo isso porque acredito na inocência da minha prima e ponto. - Afirmou e Hilary sorriu irônica.
- Sem mais perguntas, senhor juiz!
[...]
(Depoimento de Kate Kavanagh)
- Ana é uma super amiga, uma grande mulher. Confio em sua inocência. - A loira dizia sorrindo para sua confidente.
- Kate está tão linda... - Elliot  murmurou baixinho. - Que saudades dela.
- Acredita que ela foi vítima de uma armação? - Irina questionou.
- Não tenho dúvidas disso. - A loira confirmou olhando para a amiga.
[...]
Após um recesso de quase uma hora, já no meio da tarde, era a vez de Christian, o possível marido traído, depor.
O empresário estava nervoso, evitando olhar para Anastásia.
Com as mãos trêmulas, sabia que seu depoimento teria peso na condenação ou absolvição da esposa. Mesmo assim estava disposto a ser sincero e falar somente a verdade, como prometera a todos ali presentes.
- Senhor Grey, nos conte como conheceu sua mulher. - Irina pediu em busca de fazer com que ele dissesse coisas boas sobre a garota que tanto amou, amava, nem ele mesmo sabia.
- Conheci a Anastásia no colégio,  no fim da nossa adolescência. Ficamos amigos e começamos a namorar dias depois. Um ano depois nos casamos e tivemos nosso primeiro filho, Theodore. - Manteve a cabeça baixa.
- E como a Anastásia era como esposa, como mãe?
- Ela... Ela... - Por um momento, o rapaz ergueu a cabeça e seu olhar se encontrou com o de Ana.
Ela estava com os olhos marejados e os dele não estavam diferente, pois lacrimejavam muito. Anastásia estava com o olhar cansado, quase exausto. Ele sabia que tudo aquilo que estava acontecendo era pesado demais para ela e desejava estar em seu lugar, só para não vê-la passando por tanto constrangimento.
Mas quando se lembrou que ela estava presa por ter tido um caso e ainda por cima, matado o seu melhor amigo, seu olhar mudou. Seus olhos cinzas se escureceram de raiva e seus punhos se fecharam.
- Senhor Grey, responda minha pergunta.
- Ela era uma boa mãe... - Desviou o olhar. - Sempre dedicada as crianças, cuidava muito bem deles e era uma esposa dedicada, carinhosa... Fui muito feliz com ela. - Admitiu deixando que uma ou outra lágrima caísse.
- Alguma vez o senhor desconfiou que ela poderia ter um caso com seu melhor amigo?
- Nunca, jamais. - Negou prontamente. - Eu acho, achava que ela só tinha olhos para mim, assim como eu só tinha olhos pra ela.
- Você viveu cinco anos com a Anastásia, teve dois filhos com ela, então deduzo que a conheça muito bem. Acha que ela teria coragem de matar um homem?
- A minha Ana... - Olhou novamente para sua pequena que chorava com o depoimento dele. - A Ana que conheço  jamais faria uma coisa dessas. Só que não sei se realmente  conhecia minha esposa já que ela mentiu pra mim.
- Er... Sem mais perguntas. - Vendo que a coisa iria desandar, a loira resolveu finalizar logo o interrogatório.
- Com a palavra, a acusação.
- Obrigada excelentíssimo. - Hilary deu uma olhada em alguns papéis sob sua mesa e foi até o depoente. - Christian, é verdade que Anastásia não se dava bem com Jack?
- Sim, ela nunca foi com a cara dele.
- E ela te explicava o por quê?
- Não exatamente, só dizia não confiar nele, essas coisas.
- E nunca desconfiou do por quê ela tinha tanta antipatia por seu amigo?
- Não, vivia com a cabeça cheia. Sou pai de família, trabalhava, estudava, nunca me importava muito com esses assuntos que classificava na época como não importantes.
- Então é possível que sua esposa fingia não gostar dele para disfarçar e fazer você não desconfiar que tinha um caso com ele?
- Sim, é possível.
- Você confia na sua irmã, Mia? Acha que ela seria capaz de mentir?
- Claro que confio, minha irmã tem um grande coração.
- Então acredita que ela disse a verdade ao afirmar que viu sua mulher beijando a vítima?
- Acredito. - Respondeu ficando ainda mais sério.
- Como o senhor reagiu ao saber que Ana tinha matado Jack?
- Fiquei muito surpreso, horrorizado e triste. - Disse cabisbaixo.
- Muito se falou sobre o celular da acusada. Você se recorda de tê-lo visto nos dias seguintes ao crime?
- Desde que nós fizemos um trato, não mexi mais no celular da minha mulher então, não ficava reparando onde estava.
- Que acordo?
- Um dia tive uma crise de ciúmes por causa de uma mensagem que ela recebeu de um colega de escola, daí mexi no celular dela sem autorização, nós brigamos e prometi não invadir mais o espaço dela. - Explicou.
- Os homens costumavam assediar muito a Anastásia?
- Protesto meritíssimo! A promotoria está desviando o assunto. - Irina invertiu.
- Protesto negado! Responda a pergunta da acusação, senhor Grey. - Patrick ordenou.
- Não muito, mas quando saíamos ou viajávamos eles davam sim em cima dela as vezes.
- E como ela se comportava? Fazia como fez com Jack? Fingia não gostar para depois pelas costas, te enganar?
- Eu... Eu não sei. - O moreno deu de ombros, confuso.
- Acabo aqui minhas perguntas, senhor. - Hilary encerrou o interrogatório.
- Agora vamos chamar a última testemunha chamada pela defesa.
- Como assim? Pensei que Christian fosse a última testemunha. - Phillip sussurrou baixinho.
- E era. - Hilary franziu as sobrancelhas não entendendo nada.
- Que a testemunha Elizabeth Grey entre.
- Vó? - Mia arregalou os olhos. - Ela não estava proibida de viajar pelos médicos?
- Sim, mas Elizabeth sempre fez só o que quis. - Grace murmurou esboçando um sorriso.
- Vovó... - Ana abriu um lindo sorriso para ela.
- Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?
- Sim senhor Juiz, eu juro. E ao contrário de muitos que juraram aqui e mentiram descaradamente, eu não minto. - Garantiu se sentando.
- Com a palavra, a defesa.
- Senhora, nos diga o que pensa sobre a acusada. - A advogada de defesa indagou.
- Anastásia é uma boa menina. Ingênua, não estava preparada para viver em um covio de cobras como o nosso. Devia tê-la preparado mais, quem sabe assim ela não tivesse caído nessa armadilha. - Falou suspirando.
- Armadilha?
- Sim, tenho certeza que os Volturi estão por trás disso tudo.
- Protesto! A depoente está fazendo acusações sem fundamento contra a família da vítima. - Hilary interviu.
- Não são sem fundamento. Eu, mais do que ninguém conheço bem essa gente. - Olhou para Steve com nojo. - São medíocres, egoístas e que só pensam em dinheiro e poder. Os Lincolns podem até enganar o tonto do meu filho e o trouxa do meu neto, mas a mim jamais enganaram.
- Essa velha ainda me paga. - Steve disse cheio de raiva.
- Devíamos acelerar a ida dela para o cemitério, pai. - Elena  sugeriu baixinho dando um sorriso de canto de boca.
- Por quê não simpatiza com essa família, senhora Elizabeth?
- Porque os membros dela não prestam. Pelo menos os adultos já que o filho da Elena ainda é só um bebê. Aliás, vou começar por ela. Essa mulher sempre quis se casar com meu neto Christian e,  é por isso que inventou toda essa mentirada para prejudicar sua rival. Steve é uma ave de rapina que tem muita inveja do Carrick porque ele comprou a empresa falida que ele não teve a  competência de cuidar. Já Jack a quem muitos endeusaram nos depoimentos, era um idiota que não conseguia enxergar nada além do próprio umbigo. Minha família é integra, honesta, a Anastásia é honesta, boa, jamais faria mal a uma moscs. Dou minha palavra que ela é inocente e peço a todos vocês... - Olhou para os jurados. - Que acreditem em mim e que não caiam nesta armadilha covarde dos Lincolns.

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Vovó Grey <3 <3
Vocês a amam sim ou com certeza?

Mais uma vez, a @DeiaAzevedo veio atualizar a fic pra mim aqui. Fala sério, ela é demais ?

Espero que tenham gostado, beijos, até breve e não se esqueçam de deixar seus votos e comentários porque assim que colocar crédito vou responder todos eles, viu? :3

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