- Sabia que iria aceitar.
- Quero que saiba que já terminei meu noivado e estou a sua disposição para nos casarmos novamente. - Desceu seu olhar pelo corpo da morena, que estava somente com seu roupão fino de seda.
- Fico feliz que tenha terminado com aquela loira aguada que pretendia colocar como madrasta dos meus filhos. Fico imaginando como você é hipócrita ao colocar uma possível assassina como madrasta das crianças, enquanto eu você simplesmente apagou da vida deles. Aliás, você também falsificou a certidão de nascimento dos meus filhos?
- Claro que não. Tenho limites, Ana. Jamais faria uma coisa dessas, sei que errei quando criei essa farsa toda, não pense que me orgulho disso. - Respondeu cabisbaixo. - Eu que sempre odiei mentiras, acabei me tornando um mentiroso de marca maior e quando dei por mim, todas as minhas farsas se tornaram uma bola de neve e não dava mais para voltar atrás.
- É, notei isso.
- Mas que motivos Elena teria para matar Jack?
- Tenho uma teoria, mas ainda é cedo pra contar a todos, ainda mais a você. - Respondeu misteriosa.- Ana, queria aproveitar esse momento para te dizer algumas coisas muito importantes. - Aproximou-se dela que deu dois passos para trás, afastando-se dele. - Quero te pedir perdão por ter te abandonado lá atrás, por ter sido injusto e covarde, não tem ideia do quanto me arrependo das coisas que fiz, se pudesse voltar atrás não teria cometido aquela injustiça com você, pelo contrário, teria ficado do seu lado e enfrentado tudo e a todos.
- Mas você não pode voltar atrás. - Ficou de costas para ele.
- Mas posso fazer um futuro diferente para nós. Podemos reconstruir nossa família, voltar a ser como era antes se você me perdoar. Ana, me deixa mostrar que por amor a você e aos nossos filhos posso mudar, voltar a ser o que fui anos atrás. - Pôs suas mãos sob o ombro dela que se arrepiou com seu toque.
- Não vai ser como antes. - Trincou o maxilar e virou-se para ele tirando suas mãos de si. - Não quero, não posso e não vou te perdoar nunca, desista. Enfim, temos que acertar alguns detalhes sobre nosso casamento.
- Quais? - Perguntou triste.
- Quero uma cerimônia discreta, que não chame a atenção da imprensa.
- Concordo, até porque já nos casamos em uma grande cerimônia no passado.
- E nosso casamento será de fachada ou seja, nós não teremos nenhum tipo de intimidade. - Avisou olhando nos olhos dele. - Você nunca mais vai me tocar como antes, entendeu?
- Nunca mais? - Aproximou-se dela não tirando os olhos de sua boca carnuda.
- Nunca! - Negou mais uma vez, sendo firme.
Christian estava muito perto e isso era perigoso.
Por um momento, Isabella sentiu vontade de beija-lo, de provar o gosto de seus lábios novamente e se culpou mentalmente por isso.
- Saiba que vou te ajudar a recuperar nossos filhos e que te apoiarei em todas as suas decisões, mas não vou desistir de te reconquistar.
- Vai perder seu tempo. - Deu de ombros. - Não sinto mais nada por você.
- Não mesmo? - A encarou.
- Não. - Respondeu de forma seca.
- Não acredito em você mesmo tendo dito isso olhando na minha cara. - Riu. - E essa não seria a primeira vez que mentiria olhando nos meus olhos, não é mesmo?
- Não me interessa saber se você acredita ou não em mim. Amanhã conversamos, quero ficar sozinha.
- Está bem. Até mais, Ana. - Falou indo embora de lá e a deixando só, como ela queria.
- Será que ele disse a verdade? Será que realmente ainda me ama? - A morena perguntou-se sentando na cama e respirando fundo. - Seria ótimo que fosse verdade porque eu teria muito prazer em pisar nos sentimentos de Christian Grey.
~*~
- Elliot? - Katherine tomou um susto ao encontrar o ex-namorado na recepção da delegacia. - Aconteceu alguma coisa? Alguém sofreu algum crime ou acidente? O que faz aqui?
- Fique calma porque não aconteceu nada. Vim aqui porque queria te fazer um convite. - O rapaz respondeu esboçando um sorriso.
- Convite? - A loira olhou para os lados vendo que seus colegas lhe observavam de forma curiosa, afinal, em dez anos nunca a viram com homem algum.
- Sim, queria te convidar para darmos uma volta qualquer dia desses para sei lá, tomar um sorvete, comer uma pizza e colocarmos o papo em dia. Sei que terminamos há mais de dez anos e que não sente mais nada por mim, mas não precisamos ficar tão distantes agora que moramos na mesma cidade, podíamos ser amigos pelo menos, o que acha?
- Ah, eu... - Mordeu os lábios. -- Acho que seria ótimo. - Katherine respondeu sorrindo.
- Sério? - Sorriu de volta.
- Sim!
- Então ta combinado, no fim de semana vamos sair Kate. - O loiro confirmou todo animado.
~*~
- Você vai se casar com Grey novamente?! - Carla não acreditou na novidade da filha.
- Sim e estou muito feliz por isso, mãe. Me casando com ele poderei ver meus filhos todos os dias, conviver, educa-los, vai ser tudo como antes mãe! - Ana disse assim que sua mãe entrou em sua suíte.
- Não vai ser porque seu casamento vai ser de mentira, esqueceu? A não ser que ainda ame aquele desgraçado e esteja pensando em reatar de verdade com ele.
- Mas é claro que não. - A interrompeu. - Olha dona Carla, tenho vergonha na cara. Christian me largou quando estive mais frágil, quando mais precisei. Como depois disso tudo ainda poderia ama-lo?
- Sua boca diz isso, mas seus olhos não e isso me preocupa. Olha filha, não quero mais que se machuque, você já sofreu o suficiente.
- Não vou me machucar, quem vai se machucar é ele porque pretendo transformar a vida do meu futuro marido em um verdadeiro inferno assim que ele se casar comigo ou até antes disso se me der na telha! - Ana prometeu dando uma gargalhada maquiavélica.
~*~
- Ana, minha Ana...
Já em seu quarto, Grey não conseguia tirar o rosto da mulher de sua cabeça.
Suas pernas ainda estavam bambas e seu coração disparado, repleto de esperanças de que em breve conquistaria pela segunda vez o único amor que já teve na vida.
- Papai? - Phoebe o chamou entrando no local.
- Oi filhota. - Depois de respirar fundo, o homem foi até a menina e beijou o topo de sua cabeça. - Está tudo bem?
- Sim, só queria conversar um pouco pois estou sem sono! - Sentou-se no colo dele.
- Claro meu amor. - Beijou a delicada mão da menina. - Sobre o que quer falar?
- Sobre a mamãe. - Ele virou o rosto ao ouvir a resposta dela. - Me fale sobre como se conheceram? Sei que não gosta de falar disso, mas é que estou com tanta saudade da mamãe! Falar dela vai me fazer bem. - Fez biquinho.
- Er... Ta bom pequena. - Engoliu em seco. - Conheci sua mãe na escola, éramos adolescentes ainda. Foi enquanto ela tocava piano na sala de música, uma sonata de Beethoven que ela tocou divinamente bem e que me fez sentir uma paz muito grande em meu coração. - Sorriu.
- Sabe pai, queria aprender a tocar piano que nem a mamãe!
- Claro filha, se quiser te matriculo em uma escola de música, o que acha? - Acariciou os cabelos dela.
- Adoraria papai. - Sorriu mexendo nos cabelos dele também. - Mas quando começou a namorar a mamãe? Foi de imediato?
- Não. - Deu risada. - Demorou alguns dias pois primeiro ficamos amigos. Daí certo dia a pedi em namoro e ela aceitou. Mas não foi fácil namorar a An... Catherine. Eu era muito ciumento e dava trabalho para ela que vivia se estressando com meu controle, mas mesmo com tudo isso éramos felizes, fomos muito felizes. Daria tudo para que aquele tempo incrível voltasse. - Disse nostálgico.
- Também queria pai, queria ter nascido antes pra ter lembranças da mamãe.
- Ah, meu amor... Queria tanto que você tivesse uma relação bonita com sua mãe, mas tanto.
- Eu também papai. Converso com ela todas as noites quando vejo as estrelinhas no céu pois sei que ela é uma delas. - Aconchegou-se nos braços dele. - Por isso mesmo que não quero que se case com aquela água de salsicha.
- Você falou igualzinho sua mãe agora. - Ele lembrou dando risada. - Mas pode avisar seu irmão que não vou mais me casar com Elena.
- Sério? - Phoebe abriu um lindo sorriso e ele assentiu com a cabeça. - Que bom papai! - Sorriu animada.
- Pois é... Agora vá para seu quarto dormir, certo? Sonhe com os anjos. - Beijou a testa dela.
- O senhor também. - A garota se levantou do colo do pai e saiu do quarto rumo ao do irmão para contar a novidade e depois, ir dormir.
Christian mordeu os lábios, pegou as chaves do carro e em seguida, saiu de casa.
~*~
- Droga... - Ana murmurou virando-se na cama, não conseguindo dormir por conta da ansiedade afinal, seus planos estavam indo de vento e popa, quando ouviu batidas na porta. - Ué... - Acendeu a luz do abajur. - Já são três da manhã, quem será? - Coçou os olhos e levantou-se apenas de camisola, abrindo a porta sonolenta, alguns segundos depois. - Grey?
- Ana, meu amor... Eu não consigo te esquecer. - Falou a puxando para si de surpresa e lhe dando um apaixonado beijo.~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Só eu acho que Grey vai levar um tapa na cara? Kkkk
Comentem e não esqueçam de votar ❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Madrasta
FanfictionDez anos. Já imaginou como seria se você perdesse dez anos da sua vida trancafiada em uma cadeia por um crime que não cometeu? Foi exatamente isso que aconteceu com Anastásia Steele, que tinha uma vida perfeita ao lado do marido, Christian Grey, e...