Capítulo 47 - Lembranças

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- Sabia que iria aceitar.
- Quero que saiba que já terminei meu noivado e estou a sua disposição para nos casarmos novamente. - Desceu seu olhar pelo corpo da morena, que estava somente com seu  roupão fino de seda.
- Fico feliz que tenha terminado com aquela loira aguada que pretendia colocar como madrasta dos meus filhos. Fico  imaginando como você é hipócrita ao colocar uma possível assassina como madrasta das crianças, enquanto eu você simplesmente apagou da vida deles. Aliás, você também falsificou a certidão de nascimento dos meus filhos? 
- Claro que não. Tenho limites, Ana. Jamais faria uma coisa dessas, sei que errei quando criei essa farsa toda, não pense que me orgulho disso. - Respondeu cabisbaixo. - Eu que sempre  odiei mentiras, acabei me tornando um mentiroso de marca maior e quando dei por mim, todas as minhas farsas se tornaram uma bola de neve e não dava mais para voltar atrás.
- É, notei isso.
- Mas que motivos Elena teria para matar Jack?
- Tenho uma teoria, mas ainda é cedo pra contar a todos, ainda mais a você. - Respondeu misteriosa.

- Ana, queria aproveitar esse momento para te dizer algumas coisas muito importantes

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- Ana, queria aproveitar esse momento para te dizer algumas coisas muito importantes. - Aproximou-se dela que deu dois passos para trás, afastando-se dele. - Quero te pedir perdão por ter te abandonado lá atrás, por ter sido injusto e covarde, não tem ideia do quanto me arrependo das coisas que fiz, se pudesse voltar atrás não teria cometido aquela injustiça com você, pelo contrário, teria ficado do seu lado e enfrentado tudo e a todos.
- Mas você não pode voltar atrás. - Ficou de costas para ele.
- Mas posso fazer um futuro diferente para nós. Podemos reconstruir nossa família, voltar a ser como era antes se você me perdoar. Ana, me deixa mostrar que por amor a você e aos nossos filhos posso mudar,  voltar a ser o que fui anos atrás. - Pôs suas mãos sob o ombro dela que se arrepiou com seu toque.
- Não vai ser como antes. - Trincou o maxilar e virou-se para ele tirando suas mãos de si. - Não quero, não posso e não vou te perdoar nunca, desista. Enfim, temos que acertar alguns detalhes sobre nosso casamento.
- Quais? - Perguntou triste.
- Quero uma cerimônia discreta, que não chame a atenção da imprensa.
- Concordo, até porque já nos casamos em uma grande cerimônia no passado.
- E nosso casamento será de fachada ou seja, nós não teremos nenhum tipo de intimidade. - Avisou olhando nos olhos dele. - Você nunca mais vai me tocar como antes, entendeu?
- Nunca mais? - Aproximou-se dela não tirando os olhos de sua boca carnuda.
- Nunca! - Negou mais uma vez, sendo firme. 
Christian estava muito perto e isso era perigoso.
Por um momento, Isabella sentiu vontade de beija-lo, de provar o gosto de seus lábios novamente e se culpou mentalmente por isso.
- Saiba que vou te ajudar a recuperar nossos filhos e que te apoiarei em todas as suas decisões, mas não vou desistir de te reconquistar.
- Vai perder seu tempo. - Deu de ombros. - Não sinto mais nada por você.
- Não mesmo? - A encarou.
- Não. - Respondeu de forma seca.
- Não acredito em você mesmo tendo dito isso olhando na minha cara. - Riu. - E essa não seria a primeira vez que mentiria olhando nos meus olhos, não é mesmo? 
- Não me interessa saber se você acredita ou não em mim. Amanhã conversamos, quero ficar sozinha.
- Está bem. Até mais, Ana. - Falou indo embora de lá e a deixando só, como ela queria.
- Será que ele disse a verdade? Será que realmente ainda me ama? - A morena perguntou-se sentando na cama e respirando fundo. - Seria ótimo que fosse verdade porque eu teria muito prazer em pisar nos sentimentos de Christian Grey.
~*~
- Elliot? - Katherine tomou um susto ao encontrar o ex-namorado na recepção da delegacia. - Aconteceu alguma coisa? Alguém sofreu algum  crime ou acidente? O que faz aqui?
- Fique calma porque não aconteceu nada. Vim aqui porque queria te fazer um convite. - O rapaz respondeu esboçando um sorriso.
- Convite? - A loira olhou para os lados vendo que seus colegas lhe observavam de forma curiosa, afinal, em dez anos nunca a viram com homem algum. 
- Sim, queria te convidar para darmos uma volta qualquer dia desses para sei lá, tomar um sorvete, comer uma pizza e colocarmos o papo em dia. Sei que terminamos há mais de dez anos e que não sente mais nada por mim, mas não precisamos ficar tão distantes agora que moramos na mesma cidade, podíamos ser amigos pelo menos, o que acha?
- Ah, eu... - Mordeu os lábios. -- Acho que seria ótimo. - Katherine respondeu sorrindo.
- Sério? - Sorriu de volta.
- Sim!
- Então ta combinado, no fim de semana vamos sair Kate. - O loiro confirmou todo animado.
~*~
- Você vai se casar com Grey  novamente?! - Carla não acreditou na novidade da filha. 
- Sim e estou muito feliz por isso, mãe. Me casando com ele poderei ver meus filhos todos os dias, conviver, educa-los, vai ser tudo como antes mãe! - Ana disse assim que sua mãe entrou em sua suíte.
- Não vai ser porque seu casamento vai ser de mentira, esqueceu? A não ser que ainda ame aquele desgraçado e esteja pensando em reatar de verdade com ele.
- Mas é claro que não. - A interrompeu. - Olha dona Carla, tenho vergonha na cara. Christian me largou quando estive mais frágil, quando mais precisei. Como depois disso tudo ainda poderia ama-lo?
- Sua boca diz isso, mas seus olhos não e isso me preocupa. Olha filha, não quero mais que se machuque, você já sofreu o suficiente.
- Não vou me machucar, quem vai se machucar é ele porque pretendo transformar a vida do meu futuro marido em um verdadeiro inferno assim que ele  se casar comigo ou até antes disso se me der na telha! - Ana  prometeu dando uma gargalhada maquiavélica.
~*~
- Ana, minha Ana...
Já em seu quarto, Grey não conseguia tirar o rosto da mulher de sua cabeça.
Suas pernas ainda estavam bambas e seu coração  disparado, repleto de esperanças de que em breve conquistaria pela segunda vez o único amor que já teve na vida.
- Papai? - Phoebe o chamou entrando no local.
- Oi filhota. - Depois de respirar fundo, o homem foi até a menina e beijou o topo de sua cabeça. - Está tudo bem?
- Sim, só queria conversar um pouco pois estou sem sono! - Sentou-se no colo dele.
- Claro meu amor. - Beijou a delicada mão da menina. - Sobre o que quer falar?
- Sobre a mamãe. - Ele virou o rosto ao ouvir a resposta dela. - Me fale sobre como se conheceram? Sei que não gosta de falar disso, mas é que estou com tanta saudade da mamãe! Falar dela vai me fazer bem. - Fez biquinho.
- Er... Ta bom pequena. - Engoliu em seco. - Conheci sua mãe na escola, éramos adolescentes ainda. Foi enquanto ela tocava piano na sala de música, uma sonata de Beethoven que ela tocou divinamente bem e que me fez sentir uma paz muito grande em meu coração. - Sorriu.
- Sabe pai, queria aprender a tocar piano que nem a mamãe!
- Claro filha, se quiser te matriculo em uma escola de música, o que acha? - Acariciou os cabelos dela.
- Adoraria papai. - Sorriu mexendo nos cabelos dele também. - Mas quando começou a namorar a mamãe? Foi de imediato?
- Não. - Deu risada. - Demorou alguns dias pois primeiro ficamos amigos. Daí certo dia a pedi em namoro e ela aceitou. Mas não foi fácil namorar a An... Catherine. Eu era muito ciumento e dava trabalho para ela que vivia se estressando com meu controle, mas mesmo com tudo isso éramos felizes, fomos muito felizes. Daria tudo para que aquele tempo incrível voltasse. - Disse nostálgico.
- Também queria pai, queria ter nascido antes pra ter lembranças da mamãe.
- Ah, meu amor... Queria tanto que você tivesse uma relação bonita com sua mãe, mas tanto. 
- Eu também papai. Converso com ela todas as noites quando vejo as estrelinhas no céu pois sei que ela é uma delas. - Aconchegou-se nos braços dele. - Por isso mesmo que não quero que se case com aquela água de salsicha.
- Você falou igualzinho sua mãe agora. - Ele lembrou dando risada. - Mas pode avisar seu irmão que não vou mais me casar com Elena.
- Sério? - Phoebe abriu um lindo sorriso e ele assentiu com a cabeça. - Que bom papai! - Sorriu animada.
- Pois é... Agora vá para seu quarto dormir, certo? Sonhe com os anjos. - Beijou a testa dela.
- O senhor também. - A garota se levantou do colo do pai e saiu do quarto rumo ao do irmão para contar a novidade e depois, ir dormir.
Christian mordeu os lábios, pegou as chaves do carro e em seguida, saiu de casa.
~*~
- Droga... - Ana murmurou virando-se na cama, não conseguindo dormir por conta da ansiedade afinal, seus planos estavam indo de vento e popa,  quando ouviu batidas na porta. - Ué... - Acendeu a luz do abajur. - Já são três da manhã, quem será? - Coçou os olhos e levantou-se apenas de camisola, abrindo a porta sonolenta, alguns segundos depois. - Grey?
- Ana, meu amor... Eu não consigo te esquecer. - Falou a puxando para si de surpresa e lhe dando um apaixonado beijo.

 - Falou a puxando para si de surpresa e lhe dando um apaixonado beijo

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Só eu acho que Grey vai levar um tapa na cara? Kkkk

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