Capítulo 37 - Vida

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Capítulo 37 - Vida.

- Christian, pense nos seus filhos. Em nós, sua família, não nos faça sofrer sua perda, por favor, eu não resistiria... - Grace  suplicou com os olhos cheios de lágrimas.
- Me dê essa arma, filho. - Carrick pediu se aproximando dele e estendendo a mão. 
- Não! E saíam daqui, me deixem em paz, quero morrer sozinho. - O rapaz pediu apontando a arma para si mesmo na mesma hora em que Elizabeth entrou no local.
- Christian? - Vovó Grey entrou no local e mediu o neto de cima a baixo. - Pare com essa palhaçada imediatamente e dê essa arma para o Carrick. 
- Desculpa vó, mas...
- Cale essa boca e para de drama! - A senhorinha o interrompeu revirando os olhos. - Ethan telefonou para o presídio, Anastasia está viva e mesmo se não estivesse, você tem seus filhos, não tem o direito nem de pensar em fazer uma besteira.
- Viva? - Grey jogou a arma no chão e abriu um lindo sorriso.
- Sim, mas em estado grave, gravíssimo aliás. Não entendemos direito, parece quee aconteceu uma briga durante a rebelião e ela ficou muito ferida. - A ruiva explicou enquanto seu filho guardava a arma de volta no cofre.
- Isso é um milagre, só pode ser. Vou mandar que preparem o jatinho, viajarei pra Chicago imediatamente, preciso vê-la com meus próprios olhos. - Christian disse eufórico.
- Ótimo, vou com você filho. - Carrick avisou pondo a mão sob o ombro do rapaz que não parava de sorrir, em um breve e raro momento de felicidade.
[...]
Depois de uma hora de vôo Christian chegou ao hospital de Chicago acompanhado do pai e, logo ambos foram em busca de notícias sobre o estado de saúde de sua ex-esposa, mas assim que chegaram lá se depararam com Ray e Carla.
- É muita cara de pau sua aparecer aqui depois de tudo que fez! - Furiosa, Carla foi para cima do rapaz mas foi contida pelo marido.
- Só quero saber como a Ana  está senhora. Sei que não tenho esse direito, mas peço que seja benevolente comigo, ao menos por hoje.
- Assim como você foi com minha filha? - Ironizou a loira. - Retire-se daqui, não te quero nesse lugar!
- Acompanhantes da senhorita Steele?
- Somos nós, doutora. Por favor nos diga, como a Ana está? - Raymond indagou desesperado, cortando a discussão. 
- Anastasia aspirou muita fumaça por isso, seus pulmões estão fracos. Além do mais, sofreu uma batida muito forte na cabeça e infelizmente, ainda não acordou. Estamos preocupados com a possibilidade de ter sofrido traumatismo craniano ou que tenha se formado algum coágulo em seu cérebro, mas só teremos respostas após os resultados dos exames saírem. - A médica que atendia pelo nome de Nicole respondeu pondo as mãos no bolso de seu jaleco. - Mas o que mais nos preocupa no momento é a respeito do esfaqueamento  que lhe causou uma séria hemorragia, além de ter atingido diretamente seu fígado que está comprometido. Nossa única saída é fazer um transplante ou ela não irá sobreviver.
- É um pesadelo, só pode ser. - Grey disse afundando a cabeça no ombro do pai, sendo consolado pelo mesmo.
- Não tem problema, posso doar uma parte do meu fígado para ela. - Ray sugeriu.
- Não, você não pode querido,  pois você sofre de diabetes, seu tratamento é a base de insulina e nesses casos, não é permitido doar orgãos***. E eu também não, pois sofro de artrite há anos. Temos que procurar meus irmãos, seus primos, achar alguém compatível o mais rápido possível ou a Ana pode acabar... Prefiro nem dizer. - Carla levou as mãos a boca, sufocando um grito de dor.
- Meu sangue e o da Ana são compatíveis, anos atrás ficamos sabendo disso durante alguns exames de rotina que Grace sempre nos obrigava a fazer. - Grey contou respirando fundo. - Acho que posso ser o doador, Nicole. 
- Você não. - Carla fechou a cara.
- Seja razoável Carla e deixe os nossos problemas pessoaos de lado, ao menos neste momento. O que importa agora é salvar a vida da Anastasia e todos nós queremos isso, inclusive meu filho. - Carrick interviu tentando fazê-la voltar a razão. 
- O fato de você ser compatível é ótimo Grey, mas essa cirurgia é complexa e muito invasiva, não é tão simples como um transplante de rim. Fazer doação de fígado em vida é arriscado, você pode sofrer muitas complicações e...
- Não importa, doutora. Assumo o risco que for. - O moreno afirmou seguro. - Se tiver que assinar algum papel me responsabilizando pelos meus atos, assim o farei mas não podemos, nem devemos perder tempo. A vida da Ana está em risco e quanto mais enrolamos aqui, menos chances ela terá de sobreviver. - Argumentou esfregando uma mão na outra.
- Pior que é verdade. - Nicole  concordou passando a mão por seus cabelos que eram compridos e lisos. - E vocês?  Concordam que ele faça o transplante?
- Como não temos nenhuma alternativa, sim. - Carla bufou de raiva e Raymond nada disse, apenas assentiu com a cabeça.
- Então me acompanhe senhor, vamos fazer alguns exames de compatibilidade e se tudo der  certo, já iniciaremos os preparativos para a operação.
- Sim senhora. - O rapaz concordou acompanhando-a.
[...]
Grey fez vários exames e após ter certeza da compatibilidade e de que a saúde dele estava em dia, Nicole iniciou a operação.
Carla e Ray sentaram-se lado a lado na recepção do hospital de mãos dadas  enquanto do outro lado, Carrick se encontrava sozinho. Decidiu não contar a família sobre o que estava acontecendo,  principalmente para não preocupar Elizabeth, mas suas pernas tremiam feito vara verde pois estava com medo que algo desse errado e que o filho ficasse com alguma sequela ou tivesse complicações.
Antes de entrar na anestesia
Christian olhou rapidamente para Ana e sorriu.
Iria salvar a vida da mulher que amava, mesmo que para isso tivesse que perder a sua.
[...]
Durante a cirurgia Nicole teve alguns problemas pois Anastasia acabou sofrendo outra hemorragia, que foi rapidamente estancada pela equipe competente e dedicada da médica.
Foram quase quatro horas de angústia, de apreensão, de mãos suadas e corações acelerados, mas quando a doutora surgiu na recepção e disse que o transplante tinha sido um sucesso e que os dois estavam bem, todo aquele medo passou e belos sorrisos saíram dos lábios dos familiares de Ana e Christian.
[...]
Após os efeitos dos sedativos passarem, Grey acordou e seu pai estava, como sempre, ao seu lado, já no dia seguinte a cirurgia.

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