Capítulo 34 - Cartas Para Mia

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Capítulo 34 - Cartas Para Mia.

Três anos depois...

Chicago, 2010. 

"Querida Mia, os primeiros dias nesta prisão com certeza foram os piores para mim. Logo no primeiro dia briguei com uma detenta e fui mandada para a solitária. Passei dias lá, nem sei exatamente quantos mas não foi fácil ficar sozinha naquele escuro, naquele silêncio todo. Se bem que me ajudou um pouco a entender e assimilar tudo o que aconteceu até aqui na minha vida. Também fiz uma amizade com uma ratinha que conheci aqui, a senhora Jingles. Foi bom ter alguém para desabafar, sabe? Mas estranho foi que depois que saí da solitária algumas coisas mudaram. A presa que estava me enchendo o saco simplesmente parou de pegar no meu pé e apesar de ainda me sentir no inferno, tenho um problemas a menos, além da comida ter melhorado. De resto tudo está como eu imaginava, colchão duro, pessoas duras e tão marcadas pela vida quanto eu. Preciso me acostumar a essa nova realidade, mas sei que não vai ser nada fácil."

"Querida Mia, tenho uma nova amiga aqui. O nome dela é Jessica, é uma boa garota, quase da minha idade e nos damos muito bem. Ela tem sido um grande suporte para mim, muito importante mesmo. Quando penso muito nos meus filhos, ela me distrai com brincadeiras e altos papos, me impedindo de chorar tanto, porque chorava quase todos os dias aqui. Sinto falta da Phoebe e do Theodore nos meus braços, do cheirinho, da gargalhada gostosa deles. Dói tanto saber que enquanto eles crescem estou trancada aqui, é uma dor tão grande que parece que nunca vai ter fim e as vezes, acho que realmente não vai. Fico pensando em como deve estar o rostinho deles, mas me recuso a ver as fotos que minha mãe queria me dar, muito menos saber informações sobre eles porque sei que me sentiria pior assim. Prefiro continuar pensando que eles ainda são bebês."

"Querida Mia, sinto que estou enlouquecendo. Sinto falta de me sentir livre, de ir onde quero a hora que quero. De passear, de sentir a brisa do vento batendo no meu rosto. Até das broncas do Raymond sinto saudades. Phoebe já deve estar falando como uma matraquinha, Teddy também. Meus amigos, minha família, eu só consigo chorar, estou em uma fase difícil ultimamente. Eu quero sair daqui, eu preciso, sinceramente não aguento mais tanta dor, sinto que se continuar aqui acabarei pirando de vez."

"Querida Mia, ontem Irina me trouxe os últimos papéis do divórcio e assinei sem titubear. Agora não sou mais uma Grey, nem esposa do Christian como fui durante quatro anos, os melhores da minha vida, mesmo com os pesares. Hoje percebo que na verdade ele nunca me amou de verdade. Quem ama, confia. Fico olhando para essa maldita tatuagem que fiz no dedo e fico com mais ódio ainda de ter acreditado nas juras de amor do teu irmão. Ele acreditou naquela farsa toda... Só espero um dia ter o prazer de provar e esfregar minha inocência na cara dele, aí sim me sentirei vingada de vez."

"Querida Mia, estou trancada aqui há mais de mil dias, caramba, como passa rápido. E pensar que ainda ficarei milhares de dias trancada aqui dentro. Sabe, essa prisão não me fez tanto mal assim. Hoje consigo enxergar coisas que não via antes. O quanto fui burra ao esconder o que Jack fazia comigo, que deveria ter sido mais firme com Elena. Que naquela viagem deveria ter ficado de olho nos Lincolns como a vovó me pediu, mas não, fui a maior idiota do mundo. Se tivesse a cabeça que tenho agora antes não teria caído nessa cilada, mas não vou mais chorar pelo leite derramado, pelo contrário, estou planejando tudo que vou fazer quando sair daqui. Vou me vingar de cada pessoa que me fez mal, que me prejudicou, serei implacável com cada um deles e...

- Oi Ana... - Jéssica disse  sentando-se ao lado dela no banco do pátio do presídio. - Desculpa te atrapalhar.
- Não tem problema, depois termino a carta. - A morena falou guardando a caneta no bolso do macacão e a carta no sutiã. - Só estava escrevendo para minha ex-cunhada.
- Como sempre né? - A garota esboçou um sorriso. - Quer? - Ofereceu um cigarro a mulher.
- Quero. - Ana pegou o mesmo e o colocou na boca. - Fumar  ajuda a passar o tempo.
- Exatamente, por isso fumo também. - Deu um isqueiro à ela. - Argh, a Jane ta vindo! - Avisou revirando os olhos.
- Jane, se quer brigar, garanto que vai ser pior pra você. - Anastásia avisou ficando de pé e encarando a loira que sorriu para ela.
- Calma, vim em paz e você sabe que não te encho o saco há muito tempo. - Jane garantiu levantando as mãos em sinal de rendição. - Senta mulher. - Mandou e Anastásia se sentou. - Preciso conversar com vocês, meninas. - Sentou-se ao lado de Ana. - O assunto é sério. - Tirou o cigarro da boca da rival e o tragou.
- Como assim? - Jess indagou curiosa.
- Eu e outras detentas estamos planejando uma fuga em massa.
- FUGA EM MASSA? CÊ TA MALUCA? - Ana questionou com os olhos arregalados.
- Cala a boca Anastásia. - A loira deu uma cotovelada nela e olhou para os lados, suspirando aliviada por nenhuma carcereira ter ouvido a colega de prisão. - Não tô maluca, pelo contrário. Esses idiotas nos trancaram nesse inferno e jogaram a chave fora! Ou você foge ou vai passar o resto da sua vida nesse lugar imundo. Você tem filhos, não tem? - Devolveu o cigarro para ela. - Não quer vê-los outra uma vez? Pensa bem, talvez essa fuga seja sua última oportunidade de ter sua vida de volta, Anastásia.

 - Não quer vê-los outra uma vez? Pensa bem, talvez essa fuga seja sua última oportunidade de ter sua vida de volta, Anastásia

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Será que a Ana vai querer fugir? Quem ta nos grupos do whats sabe a resposta kkkk

Votem, comentem, compartilhem e surtem comigo porque falta 3 capítulos pra TÃO aguardada terceira fase, mas até lá vamos ter uma treta mortal :o

E obrigada pelos mais de 4K de votos, vocês me fizeram muito feliz, continuem assim, coloquem os dedinhos para funcionar kkk ❤

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