Capítulo 13 - Ciúmes

4.2K 400 112
                                    

Capítulo 13 - Ciúmes.

- Vou contar sim! - Ana cruzou os braços e bateu o pé.
- Pensa bem Anastásia! Lembra do que aconteceu naquela viagem que você e Christian  fizeram ao Brasil? Quando ele espancou aquele cara que quase morreu? Se ele fez aquilo com um desconhecido, imagina o que  faria comigo? Poxa, tô  arrependido, por favor me perdoa e esquece o que houve aqui. Prometo que isso nunca mais vai acontecer. - Pediu ficando de pé.
- Não vou esconder nada do Chris, pensasse nas consequências antes de bancar o tarado comigo. - Ana retrucou entrando de volta no quarto, deixando o rapaz do lado de fora  totalmente apavorado.
Após entrar no quarto e fechar a porta, Ana se jogou na cama, se permitindo chorar. Estava se sentindo muito envergonhada e até culpada com o que houve,   pois acreditava que devia ter trancado a porta antes de se trocar pois assim, aquele constrangimento todo não teria acontecido.
A morena se levantou, pegou um vaso que estava sob a cômoda e o arremessou contra a parede, partindo-o em mil pedaços. Queria contar o que houve a Grey, mas Jack estava certo. Seu marido sempre demonstrou ser ciumento e talvez, seria capaz de matar o amigo quando soubesse que ele a assediou, assim como quase fez na viagem de segunda lua de mel que fizeram em meados de dois mil e três.
Ana andava de um lado para o outro do quarto, descalça, sentindo um leve tremor no corpo por conta do forte estresse que estava enfrentando.
- Céus, o que faço? - Perguntou-se passando a mão pelos cabelos quando Grey entrou no quarto. 
- Oi pequena! - Sorriu indo em direção a ela e lhe dando um selinho. - Está tão cheirosa. - Mordeu o pescoço dela que o afastou imediatamente. - Que foi? - Franziu o cenho confuso.
- É que...
"Não deixe que uma tragédia aconteça."
A voz de Jack ecoou por sua mente.
- Han? Ana? - A chamou fazendo-a voltar a si.
- Não é nada. - Negou virando o rosto. - Vamos dormir? Estou muito cansada. - Foi até a cama, se deitando na mesma.
- Vai dormir de roupão? - Deu risada.
- Não, vou me trocar. - Ficou em pé de novo.
- Pensei que iamos fazer amor de novo. - Christian foi até o banheiro para escovar os dentes.
- É que você me cansou muito durante o dia. - Abriu o guarda-roupa e pegou uma camisola.
- Que pena. - Lamentou começando a lavar a boca. Quando voltou ao quarto encontrou Ana já deitada de lado na cama, coberta com o egredom. - Pequena, por quê não jantou? - Indagou destampando a comida e vendo que tudo ainda estava no mesmo lugar.
- Estou sem fome. - Fechou os olhos e tentou controlar a vontade de chorar.
- E esse vaso quebrado?
- Foi sem querer, amanhã mando alguém limpar.
- Está se sentindo bem? - Perguntou enquanto se trocava. - Você estava tão animada e agora está assim, toda estranha. Por acaso alguém te aborreceu? Se sim, diga quem foi para eu matar logo o desgraçado.
- NÃO FALE ASSIM, CHRISTIAN! - Virou-se pra ele alterada. - Não quero que você mate ninguém!
- Calma, só estava brincando. - Ergueu as mãos paro o alto e se aproximou dela, indo até a cama. - Houve alguma coisa? Você está muito estranha.
- Não é nada, deve ser minha TPM. - Desviou o olhar e deitou-se novamente de lado e de costas para ele. - Só me deixa dormir, tenho certeza que amanhã estarei melhor.
- Ta, desculpe. - Apagou a luz do abajur. - Boa noite, amor. 
- Boa noite. - Respondeu secamente, mas ele se encaixou nela e pôs a mão sob sua cintura.
- Desculpe se fiz algo que te incomodou, baby. - Sussurrou no ouvido dela com uma voz triste. - Não gosto quando você fica fria comigo.  
- Ah Chris... - Ela virou-se para ele com os olhos cheios de lágrimas. - Desculpe ter sido grossa contigo, você não merece. Quero que saiba que tudo que faço é sempre pensando em você, em te ver bem. 
- Você é a mulher mais linda e maravilhosa desse mundo, Ana. E agradeço todos os dias por ter você ao meu lado. - Passou o dorso de sua mão pelo rosto dela. - Te amo. - E uniu seus lábios aos dela, lhe dando um beijo para selar a paz entre os dois.
~*~
- GRÁVIDA? COMO VOCÊ DEIXOU QUE ISSO ACONTECESSE ELENA?! - Depois do problema com Anastásia, Jack esperou que todos dormissem para ir até o quarto de sua irmã adotiva, mas ao chegar lá teve uma grande surpresa.
- Como deixei que acontecesse? Não seja hipócrita Jack, muitas vezes deixamos de nos precaver por sua causa que vivia com aquele papo de camisinha incomoda e blá, blá, blá! - A loira  retrucou apontando o dedo na cara dele.
- Você precisa se livrar dessa coisa o mais rápido possível!!
- COISA? JACK, ESTAMOS FALANDO DE UMA CRIANÇA. DE UM FILHO MEU E SEU, NÃO É ALGO QUE SE POSSA SIMPLESMENTE SE LIVRAR DE UMA HORA PARA A OUTRA. OLHA AQUI, SE ESTÁ PENSANDO QUE VOU TIRAR ESSE FILHO ESTÁ MUITO ENGANADO. - Afirmou decidida. - Eu posso ter milhões de defeitos, mas não tenho coragem de tirar a vida desse bebê, já estou com quatro meses! Daqui alguns dias minha barriga vai começar a aparecer.
- Faça o que quiser com essa criança, desde que meu nome não seja incluído nisso. Desculpa, mas não quero, nem tenho vontade de ser pai, isso estragaria minha vida de forma irreversível, além do mais, meu pai me mataria por ter desonrado você.
- Você é um covarde, Jack.
- Se você contar a alguém sobre a paternidade dessa criança, juro que acabo com você. - Ameaçou-a segurando o braço da jovem com força.
- Fique tranquilo porque não vou contar a ninguém, mas que fique claro que não é por medo e sim, porque tenho vergonha de você Jack Hyde. Mas saiba de uma coisa, você acaba de ganhar uma grande inimiga. - Avisou empurrando-o. - Saia do meu quarto agora! - O rapaz então foi embora. - Você me paga Jack, pode passar um milhão de anos,  mas você ainda vai pagar caro pelo que está fazendo comigo agora. - Ameaçou baixinho entre os dentes.
~*~
- Quer dizer que você tem visões mesmo? - Ethan perguntou surpreso conversando com a namorada na sacada do hotel, enquanto olhava para a noite estrelada de lua cheia.
- Sim, desde criança. - Mia  revelou pondo sua cabeça no ombro dele. - Quando era pequena, previ a morte do meu tio que foi quem sempre cuidou de mim. Tive uma visão dele sendo assaltado perto do mercado, mas ele não acreditou. Ninguém acreditou. - Suspirou triste. - Naquela mesma tarde a polícia apareceu em casa e me contou o ocorrido. Me levaram para a delegacia e procuraram meus parentes, mas eu não tinha nenhum então, fui levada para a adoção.
- Nossas histórias são tristes. - Comentou segurando a mão dela. - Mas juntos vamos superar tudo, viu? - Beijou o topo da cabeça dela que sorriu levemente.
- Eu sei que vamos, Ethan.
~*~
[...]
No outro dia...
- Voltar de viagem? - Christian  perguntou surpreso com o pedido de sua esposa assim que acordaram.
- Estou com muitas saudades do Teddy. - Ana desviou o olhar, pois estava mentindo. - E por isso, não estou conseguindo me divertir como queria com você.
- Também tô com saudade do nosso filho. - A abraçou ainda na cama. - Okay, se você quer que voltemos é isso que iremos fazer, certo?
- Obrigada. - Sorriu agradecida acariciando o peito dele. - Com você me sinto amada e protegida, nunca saia de perto de mim, Christian. - Pediu o abraçando com mais força.
- Sempre estarei aqui, pra cuidar e proteger você de tudo e de todos. - Garantiu fazendo-a sorrir aliviada.
[...]
New York.
- Oi senhor Jingles. - Ana  cumprimentou o hamster ao entrar no quarto que Grace tinha reservado apenas para o animalzinho. - Vim trazer sua comida, hoje serão sementes. - Deu um sorriso triste abrindo a gaiola. - Sabe, gosto muito de você porque como você não fala, sempre consigo desabafar sem ser julgada. Sabe Jingles, fiz uma coisa errada. Há anos omito as péssimas atitudes que Jack  tem comigo e a cada dia que passa, tudo fica pior. Tenho medo de contar ao Chris e sei lá, ele surtar e acabar fazendo uma besteira com aquele que acredita ser seu melhor amigo. Sei que é muito feio esconder isso dele, mas não tenho outra alternativa. Se eu contar, causo um grande conflito entre os Greys e os Lincolns mas se  continuar escondendo, continuarei sentindo esse peso nos ombros que me incomoda tanto. Se ao menos eu pudesse desabafar com alguém pra pedir um conselho, mas não consigo confiar nem nas minhas amigas pois sei que se a Kate ou a Mia  souberem do que Jack faz comigo, contarão ao Chris  imediatamente. A verdade  mesmo é que deveria ter contado tudo lá atrás, quando ainda éramos namorados. Meu pai sempre me disse que mentira é uma bola de neve, que temos que ter cuidado com ela. Uma pena que não dei ouvidos a seus conselhos. Definitivamente, não sei o que fazer. Talvez o melhor fosse nos mudarmos pra bem longe daqui, pra longe do Jack. Ai sim eu teria um pouco de paz... - E suspirou.
- Ana? - Carrick a chamou fazendo-a tomar um susto. - Desculpe se te assustei.
- Imagina sogro, estava só dando comida ao senhor Jingles. - A morena explicou se levantando.
- Gostaria de pedir que tocasse  piano para mim, faz tanto tempo que você não faz isso.
- Claro sogro, tocarei sim. Estou morrendo de saudades do piano já. - Sorriu para ele e ambos saíram de lá, indo até a sala de estar onde ficava o piano.
~*~
- Grávida Elena? De quem?! - Assim que voltou de viagem, a loira contou a novidade ao pai.  
- O senhor não conhece... Mas essa pessoa não vai assumir a criança, nem eu quero que assuma. Se o senhor quiser me expulsar de casa vou entender. - A garota falou cabisbaixa, vendo o homem andar de um lado para o outro na sala de estar.
- Nunca pensei que algum dia isso fosse acontecer comigo. - Passou a mão pelos cabelos, tenso. - Não vou te expulsar, talvez este filho sirva pra alguma coisa.
- Do que está falando? - Elena  franziu o cenho já olhando para ele.
- Poderíamos armar algo e você poderia fingir que está grávida do Christian. - Respondeu estalando os dedos e sorrindo.
- Infelizmente não tem como. Já estou com quatro meses, logo a barriga vai aparecer, não daria tempo de armar nada. Me desculpe, pai. - Sentou-se no sofá e começou a chorar.
- Oh minha filha. - Steve foi até ela e sentou-se ao seu lado. - Não chore, sei que cometeu um erro mas vamos dar um jeito nisso, está bem? Eu prometo. - Ele  garantiu segurando as mãos dela.
~*~
- O que está fazendo Christian? - Ana indagou ao entrar no quarto e se deparar com o marido com seu celular em mãos.
- É por causa disso que você quis voltar de viagem mais cedo, Anastásia? Por causa do babaca do Mike? - Ele perguntou com a cara amarrada.
- Do que está falando? - A garota fechou a porta.
- "Aninha, querida, que tal sairmos com o pessoal da escola no sábado para matar as saudades?" - O moreno leu a mensagem do ex-colega de classe com um ar de ironia. 
- Quem te deu autorização para ler meus torpedos, Christian? - Furiosa, Ana fechou a cara e levou as mãos a cintura.
- Eu não preciso de autorização pra mexer no teu celular, você é minha mulher. - Ele deu de ombros.
- Sou sua esposa, não sua propriedade. Tenho direito a privacidade, sabia?
- Privacidade pra falar com o Mike? - A provocou.
- Ah, vá se ferrar. - Ela revirou os olhos. - Ele só está me convidando para um encontro com toda a galera da escola, faz o maior tempão que não nos vemos.
- Se é um encontro com toda a galera, por quê ele não me chamou? Eu não recebi nenhum torpedo.
- Por quê? Já se esqueceu que você quase bateu no Mike diversas vezes na escola? Que eu não podia sequer conversar com ele que você já partia para a ignorância?
- Fazia isso porque ele dava em cima de você. - Se justificou.
- Dava nada. Nenhum homem pode se aproximar de mim que você já deduz que está dando em cima.
- Claro, pois nenhum homem deveria se aproximar de você. - O moreno jogou o celular na cama e se aproximou dela. - Você é minha, só minha. - A prensou contra a parede e começou a beija-la, mas a morena o empurrou.
- Para, detesto quando você é possessivo assim. Pare com essses ciúmes Christian, você quase matou aquele cara por causa disso, se não fosse o Carrick intervir você tinha ferrado a nossa vida.
- Ei, nós não tínhamos jurado não tocar mais neste assunto? Lembra da nossa promessa? O que aconteceu no Brasil ficou por lá.
- Sim, mas acho bom te lembrar de vez em quando pra você ver até onde esse ciúme é capaz de te levar. As vezes, esse amor que você diz sentir por mim me dá medo. - Desabafou.
- Medo? - O rapaz a olhou confuso. - Sou capaz de qualquer coisa pra defender nossa família e as pessoas que amo, sem moralidade. Sou protetor sim, ciumento e sei que as vezes passo do ponto, mas esse é o meu jeito de amar, lamento se você não me compreende. - Baixou a cabeça triste. - Sei que foi errado mexer no teu celular, mas não engoli a história de que você adiantou nossa volta só por saudades do Theodore. Você estava tão estranha aquela noite que pensei que tivesse acontecido algo grave. - Ela desviou o olhar. - Por acaso aconteceu? Está me escondendo algo sobre aquela noite Anastásia? - A olhou.
- Não, não estou. - Negou novamente.
- Então repita isso olhando nos meus olhos.
- Ta certo. - Ela o olhou e engoliu em seco, procurando forças para mentir.  - Não aconteceu nada naquela noite, Christian.
- Acredito em você. - Ele afirmou sorrindo e mostrando um semblante mais tranquilo.
- Acredita? - O olhou surpresa.
- Claro, você não mentiria olhando nos meus olhos.
- Não mesmo. - Concordou ficando de costas pra ele e se sentindo a pior pessoa do mundo por tê-lo enganado.
- Hum... - Ele a agarrou por trás e deu dois beijos em seu pescoço. - Agora o que não acredito é nesse safado do Mike, ele deve ter marcado esse encontro com a galera do colégio pra dar em cima de você. - Ela lhe deu uma cotovelada. - Ta, parei. Faça as pazes comigo? - Beijou o ombro dela.
- Só se você prometer nunca mais mexer no meu celular.
- Então eu prometo, juro nunca mais invadir sua privacidade dessa maneira imbecil, certo? 
- Certo. - Concordou lhe dando um beijo carinhoso.
[...]
Março de 2005. 
Christian já estava praticamente formado e trabalhando na empresa da família. Carrick  estava muito orgulhoso do filho, pois sempre imaginou que um dia trabalhariam lado a lado e ele seria seu sucessor. Enquanto o moreno estava em uma reunião de negócios com seu pai em um restaurante italiano, Anastásia estava preparando uma bela surpresa à ele.
A morena ainda estava abalada por causa do que aconteceu com Jack na Grécia e estava o  evitando o máximo que podia. O próprio Jack estava com medo de se ferrar e por isso quase não ia a mansão dos Greys, se limitando a falar com o amigo na faculdade, na empresa e por mensagens de celular.
Elena estava com seis meses de gravidez e não tinha revelado a ninguém a paternidade de seu  filho, que seria um menino.
Leila continuava namorando Jack, que pelas costas dela, ficava com outras garotas nas baladas. Mas a morena era cega de paixão por ele e sequer desconfiava de suas escapadinhas.
Voltando Ana, ela estava na sala do marido terminando de preparar a surpresinha dele com a ajuda de Ângela, uma das secretárias de lá. Feliz e ansiosa, seu coração estava um tanto quanto disparado querendo a todo custo dividir a emoção que sentia com o amor de sua vida.

Quando Christian abriu a porta de sua sala e foi até sua mesa se  deparando com dois sapatinhos rosa de bebê, imediatamente soube do que se tratava e antes que pudesse balbuciar algo, seus olhos já estavam cheios de lágrimas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando Christian abriu a porta de sua sala e foi até sua mesa se  deparando com dois sapatinhos rosa de bebê, imediatamente soube do que se tratava e antes que pudesse balbuciar algo, seus olhos já estavam cheios de lágrimas.
- Eu vou ser pai outra vez? - Perguntou com um lindo sorriso no rosto assim que viu sua mulher.
- Sim e ao que tudo indica  teremos uma menininha desta vez. - Ana respondeu indo até ele que a pegou no colo.
- Anastásia Grey, te amo tanto. - Deu um beijo nela a rodopiando no ar. - Amo tanto ser pai. - A pôs no chão, acariciando seu rosto e lhe enchendo de beijinhos.
- É tão bom te ver feliz! - Ela disse deslizando as mãos pelo rosto dele.

Christian estava cada vez mais lindo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Christian estava cada vez mais lindo.
A barba por fazer estava lhe dando um ar mais sério e sexy, assim como suas novas vestimentas que eram cada vez mais compostas por ternos e gravatas bem alinhadas. A cor de seus olhos estava mais intensa e seu sorriso, cada vez mais iluminado.
Era a felicidade.
Felicidade que daqui poucos anos, seria completamente arrancada de sua vida.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Oi meninas, tudo bem?
Gostaria de dedicar esse capítulo a Celi porque esqueci de dedicar o outro capítulo para ela no aniversário dela, portanto, parabéns atrasado viu sua linda?❤❤❤
E o que acharam do capítulo galera? Comentem e não deixem de votar, okay?
Beijooos meninas

A Madrasta Onde histórias criam vida. Descubra agora