CULPA

3.9K 357 16
                                    


Thor apenas se lembra do celular quando acordamos em nossa cama em nosso apartamento. Liga o aparelho e se assusta com tantas ligações, apesar de eu te apagado as que eu havia visto. Sei que esta Ashley e a Lisa ainda irão me dar muita dor de cabeça, mas decido não me importar com isso agora, pois elas não conseguiram estragar a nossa lua de mel. Vou para a cozinha preparar algo para comermos e de lá escuto Thor alterando a voz, ele parece apavorado. Aposto que a mãe deixou de tomar o remédio, só para fazê-lo voltar e agora está no hospital, mas não me importo, acho até bom, assim agora ela irá pensar duas vezes antes de fazer um idiotice dessas. Thor aparece todo vestido na cozinha e com os olhos arregalados diz:

– A Ashley perdeu o bebê.

Levo um susto.

– Como isso foi acontecer?

– Minha mãe está dizendo que a culpa foi minha.

– Sua mãe é uma idiota, isso sim. Como você pode ser culpado?

– Diz ela que a Ashley passou mal assim que ficou sabendo que casamos, ela tentou ligar para mim, mas eu não atendia e ela começou a se sentir cada vez mais mal. Mamãe diz que também tentou ligar para mim para eu tentar acalmar a mãe do meu filho, mas eu também não a atendi e Ashley foi ficando cada vez mais nervosa e sofreu um aborto.

Me aproximo e sinto culpa quando vejo seu queixo tremer.

– Eu sinto muito, meu amor!

Ele me abraça forte.

– Eu não queria que ela tivesse engravidado, mas já que meu filho estava crescendo dentro dela, eu não queria que ele morresse.

– Eu entendo, amor.

– Vou na casa dela, preciso vê-la.

– Quer que eu vá com você?

– Acho melhor não, não quero que ela e nem seus pais lhe tratem mal, você não tem nada a ver com isso.

Pior que tenho sim.

– Mas você vai voltar direto pra cá, né? Não quero que você vá na casa de sua mãe sozinho, por favor.

– Não precisa se preocupar, amor, minhas coisas estão todas aqui, a mais importante principalmente. – Ele me beija a testa, depois o nariz e me dá um beijo nos lábios.

Fico angustiada com a culpa que insiste em me atormentar, preciso me distrair, vou para o quarto e guardo as roupas de Thor em meu guarda-roupa e quando encontro minhas calcinhas solto uma gargalhada imaginando o que o Erik pensou quando as viu. Coloco-as no fundo da gaveta que guardo suas cuecas e deixo as cuecas que ainda não o vi vestido na frente. Passo a tarde inteira ajeitando suas coisas e quando ele volta, estou sobre a cama pregando um prego na parede para colocar nossa foto que estamos cavalgando no mancha negra.

– O que você está fazendo?

– Pega aí para mim esta moldura que estamos em seu cavalo. 

 Thor pega o quadro no chão, me ajuda colocá-lo na parede e abraçados o admiramos.

– Como foi lá? – pergunto.

– Ela me odeia. Não só ela como seus pais também.

– Eles te trataram mal?

– Muito, mas não os culpo, pois fui eu o culpado mesmo.

– Não foi não.

– Se eu tivesse pelo menos atendido os telefonemas, talvez tinha evitado isso.

Dê-me o que mereço e faça-me felizOnde histórias criam vida. Descubra agora