A Umbanda acredita na reencarnação. Sem este entendimento, não seria possível pensar na justiça divina enigmas existentes em nossas vidas. Pela compreensão da reencarnação podemos entender a "samsara", a roda da vida. Por que viemos ao mundo com bagagens espirituais negativas e positivas, por que temos conflitos inexplicáveis com nossos familiares e outras pessoas com quem convivemos, por que sentimos afinidades e ligações com pessoas, locais e costumes que não sabemos explicar?
É esta visão que atenda grande parte dos sofrimentos, pois com ela trabalhamos a ideia de que não chegamos ao mundo zerados de dívidas cármicas. É exatamente por isso que não somos vítimas e injustiçados. Caso contrário, Deus seria injusto, pois ele mandaria para a terra espiros iguais em diferentes condições: uns que já chegam sofrendo e outros sendo favorecidos. Na verdade, todos cometemos tudo aquilo que plantamos: plantio ruim, colheita ruim; plantio bom, colheita Boa.
Esta visão é que nos faz evitar cometer novos erros e consequentemente ampliar nossos débitos cármicos. Ela nos ajuda a moldar nossos instintos e nossa personalidade. A reencarnação deve ser nosso horizonte. Devemos usá-la sempre como equilíbrio de nossas emoções, lembrando que todos os atos negativos retornarão negativamente, mas tudo aquilo que fizermos de bom também retornará positivamente muitas vezes em forma de bênçãos, livramentos e proteções que muitos chamam de sorte, mas na verdade é merecimento registrado nas contas de Deus. Faça sempre o bem sem olhar a quem, um dia você pode precisar deste retorno.
Dentro da visão reencarnacionista, é compreendido que os espíritos encarnados na Terra estão em diferentes níveis de conhecimento espiritual. Este fato é facilmente perceptível ao observarmos que alguém indivíduo são capazes de matar e cometer crimes bárbaros enquanto outros não conseguem sequer matar um inseto. Estas diferenças não são apenas atributos da personalidade, mas principalmente do estágio em que o espírito de encontra dentro da sua trajetória evolutiva.
Na Casa do Perdão costumamos explicar que existem pelo menos 33 níveis de escala evolutiva no planeta Terra. Ou seja, quase todos os espíritos que encarnam em nosso planeta transitam entre estes 33 gradientes. Como é muito difícil descrever todos, vamos exemplificar os primeiros e os últimos, lembrando que os intermediários oscilam essas diferentes características.
Os primeiros, mais ou menos até o nível 7, são aqueles espíritos que vêm ao mundo com fortes características instintivas. Para eles, a morte provocada e o crime são absolutamente naturais. Tendem ao vício e à violência. Têm pouca preocupação com a higiene pessoal e do ambiente em que vivem, dificuldades de interagir com a sociedade, apreço por mentiras, falcatruas e dissimulações. São movidos pelas impulsos e pelas emoções, gostam de demonstrar força e poder, são escravos da ganância, da inveja, da vaidade, da cobiça, da leviandade, da intolerância, do preconceito, do egoísmo, do ciúme e da possessão. São vingativos e tem muita dificuldade de estabelecer afeto e não constroem fortes laços familiares. São movidos pela paixão e demoram muito a sentir o amor verdadeiro. Não são muito tementes a Deus e, por isso, se apegam pouco aos valores religiosos.
Os últimos são aqueles que já reencarnaram muitas vezes e tiveram a oportunidade de trabalhar seus instintos mais brutais e iniciar sua busca pelo divino. Os que estão mais ou menos acima do grau 27 tornam-se lideranças espontâneas em diferentes áreas, como a religiosa, a comunitária e a literatura, médicos, pesquisadores, personalidades públicas, políticos pacificadores, lideranças comunitárias, sociais, políticas, religiosa e tribais, parteiras, rezareitas e em tantas outras funções que estejá sempre comprometidas com o bem. Quando alcançam este grau evolutivo, essas pessoas passam natural e magnificamente a influenciar pequenos e grandes grupos de pessoas, proporcionais a força adquirida no acúmulo de encarnações bem-sucedidas que tiveram. Transmitem paz, força e luz, não por serem especiais, mas porque superaram as provas de dor e injustiça. Portanto, através delas, Deus se manifesta, mesmo que elas não tenham consciência disso: afinal, esses gigantes não estão restritos ao universo religioso, eles estão muito além da nossa compreensão.
Toda prática do bem é manifestação divina. Portanto, se uma pessoa realiza algo de bom para um indivíduo ou para a humanidade, ela está atuando com Deus, mesmo que ela não perceba isto de forma religiosa. Ela simplesmente sente um chamado para o bem, e está consciência moral positiva é a sua ligação com o cosmo. Esses grandes colaboradores do bem costumam ser verdadeiros exemplos para seus seguidores. Por mérito da regeneração alcançada em existências anteriores, desenvolvem um dom carismático aliado a um natural magnetismo que atrai a atenção das pessoas.
Os que já estão efetivamente no grau 33 ou acima tornam-se conhecidos mundialmente para que possam levar seus conhecimentos e ensinamentos a multidões espalhadas por toda parte, como Jesus Cristo, Dalai Lama, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá entre outros. É importante esclarecer que esustém muitas pessoas que têm visibilidade nacional e mundial e que ocupam funções como as descritas antes ou até anônimas, porém essas almas missionárias devem ser reconhecidas pelos seus atos, não simplesmente pela sua fama. Também não podemos identificá-los pelo nível econômico. Riqueza e pobreza de espírito não se definem pelo meio social, mas sim pelas qualidades das suas ações.
Os demais espíritos mesclam essas características, de acordo com seu desenvolvimento, por isso é difícil definir os estágios intermediários em que se encontram, entre os níveis 8 e 26. Mas basta percebermos o quanto temos em nós das características mais primitivas em relação ao quanto temos de altruísmo que rapidamente teremos uma noção que permite situar em qur grau estamos e o quanto devemos nos esforçar para engrandecer nosso espírito. Este processo não é fácil, mas a prática Umbandista tem a função de ajudar, Muito, com as elucubrações transmitidas pelas Entidades de luz que atuam nos Terreiros sérios.• Carma (do sânscrito Karman, que significa "ação" ) - consiste nas ações geradas como consequência de atos passados. É a essência da lei do retorno. O carma pode ser positivo ou negativo, dependendo do tipo de ação que o gerou, ou seja, boas ações geram carma positivo, más ações geram carma negativo ou dívidas cármicas.
Escritora: Flávia Pinto