Álcool e fumo

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Quanto às bebidas alcoólicas, cigarros, charutos e cachimbos, a maioria dos Templos de Umbanda não se opõe ao seu uso. Isso não significa dizer que fazemos apologia do consumo destes elementos e que não conscientizamos os filhos da Casa e frequentadores quanto ao malefício do uso deles. Muitos Terreiros proíbem e alguns exigem, dos filhos que entram na Casa, que não façam uso desses produtos. A recomendação geral é que se faça um esforço para interromper a frequência, mas entendemos o estágio de evolução de cada indivíduo. ou seja à medida que o ser vai esclarecendo e se fortalecendo espiritualmente, vai ganhando ânimo para vencer o vício. Enquanto este tempo não chega, é pedido o maior esforço para o uso com moderação, pois todo excesso é ruim e prejudicial ao corpo e, consequentemente, ao exercício mediúnico.                                               
   Cabe aos filhos de fé não confundir o seu uso pessoal com o uso que muitas Entidades fazem destes elementos, salvo os casos, que infelizmente acontecem, do médium aproveitar-se do transe ou até mesmo fingi-lo para alimentar seu consumo pessoal. Isto, é claro, nas Casas que não têm doutrina ética e disciplina para coibir tais feitos.                                                                    Deve-se entender que os  elementos álcool, fogo e fumaça são manipulados pelos Entidades durante  seus trabalhos de limpeza e socorro espiritual. Não se pode radicalizar e considerar também que a Entidade e o médium que ainda fazem uso deste elementos sejam espíritos inferiores. O mundo espiritual abriga muitos reinos de diferentes gradientes espirituais e não cabe ao ser humano julgar aquilo cujo conhecimento ele não domina completamente. Se há caridade sendo feita, é serviço prestado para o bem, isso que é o mais importante.                                                       
    É importante pontuar que muitas Entidades atuante na Umbanda pertenceram a culturas indígenas, africanas, indiana, cigana, druida, wiccana, da alta magia, dentre tantas outras que sempre fizeram uso destes elementos em suas práticas itualísticas. Não se deve considerar essas Entidades como espíritos atrasados. Cada cultura/povo tem o seu grau de conhecimento de magia, pelo qual salvaram muitas vidas antes que a medicina, tal qual a conhecemos hoje, existisse. Portanto, não podemos condenar algo que às vezes está muita acima de nossa compreensão espiritual e do nosso conhecimento cultural e histórico.            Cabe a cada Dirigente saber a firmeza de cada Entidade que é  falangeira em seu Templo e o equilíbrio emocional e psicológico que cada médium tem, para autorizar o uso daqueles elementos ou não. Afinal, de que vale um médium que não ingere esses produtos, porém não tem não tem a entrega e a boa vontade de um filho de fé que, apesar do seu vício, contribui de corpo e alma para a realização dos trabalhos do Terreiro? Certamente, nestes casos, o que irá reluzir primeiro para Deus, ante o socorro  ser prestado, é o fluido da boa vontade antes da fraqueza do uso do vicio. Cada um luta com a arma que tem, e todos são filhos de Deus. Na hora de ajudar ao próximo, todos são bem-vindos  para integrar o exército da paz de nosso Pai Oxalá, e este com certeza não  descrimina ninguém. Afinal, o coração que abriga o preconceito abriga a presença de Deus!               

°Falangeiros- Entidades que trabalham em determinada falange ou linha de atuação.

Escritora: Flávia Pinto

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