Ética e Valores Umbandista

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Práticas ritualísticas

Na Umbanda, cada dirigente de Templo tem autonomia para conduzir o seu culto e todo ritualismo do Terreiro. Não há  na religião Umbandista um código regimental que defina as práticas de quem preside o Templo. Em parte isso acontece por conta de toda a diversidade que explicamos no capítulo anterior e também pela falta de consenso, por parte da maioria das lideranças, de que é necessário haver um Conselho Nacional, como o CONDU°, que não interfira na prática religiosa, mas estabeleça os princípios éticos presentes na maioria dos Templos Tradicionais e limites jurídico, que visem defender o nome e a honra da Umbanda e dos milhares de dirigentes e seguidores sérios que professam e divulgam por dia sua própria conta, a força desta sagrada e linda religião.
    Por esta razão, é possível ir a diferentes Templos e assistir a uma hora dos mesmos Orixás° ou Entidades ser realizada de maneiras completamente diferentes, ou até os mesmos rituais sendo chamados de formas diferentes. Ressalta-se inclusive, a forma como é chamado o Dirigente Espiritual: Mãe, pai, babá, zeladora, madrinha, yiá e outros.
      Porém, o que deve ser observado é a essência do que esta sendo feito ensinando. Em primeiro lugar, um verdadeiro Templo de Umbanda deve  transmitir força, paz e energia positiva aos filhos da Casa e aos frequentadores. O principio ético da Caridade deve estar sempre presente e, pela tradição, um Templo Umbandista não deve cobrar pelo atendimento espiritual prestado, por mais difícil que seja o sustento do Centro ou Terreiro e do Dirigente Espiritual, Pai ou Mãe de Santo.
       Um fato a lembrar acerca do sacerdote é a sua abnegação, condição  para exercícios do sacerdócio umbandista, porque se não pagamos para ter mediunidade, portanto, não se pode cobrar pelo seu uso. Os dons mediúnicos são auxiliadores da evolução da humanidade e do planeta. O valor material que não é recebido pelos sacerdotes e pelos médiuns chega de outra forma, através de graças, livramentos, paz, crescimento, aprendizado, fortalecimento e felicidade que conquistam: basta apenas que se estejam atentos para perceber isso. "Daí de graça o que de graça recebeste." Aquele que acha que doar-se gratuitamente consome a sua energia vital, de fato não entende nada de magia, pois toda a natureza é feita de doação e retribuição, e há  milhares de formas desta energia doada retornar para a fonte doadora. A primeira delas é a felicidade de ajudar o próximo e muitas vezes salvar vidas isto o dinheiro não paga.

° O CONDU ( Conselho  Nacional Deliberativo de Umbanda) foi criado em 1971 e estava sediado no Rio de Janeiro, com intenção de agregar as federações existentes no país. Chegou a reunir 46 associações, mas, em 1980 por diversas razões, acabou perdendo força e sendo desativado. Hoje os arquivos do extinto CONDU estão em mãos desconhecidas.

° Orixás  ("Ori"- Cabeça/ "Xá"- Força) - Ancestrais que carregam a quintessência das energias dos pontos da natureza, relacionadas à  manifestação dessas forças, como mares e oceanos, cachoeiras, rios, lagos, chuvas, fogo, matas, terra, dentre outros. Saiba mais no capítulo Orixás.

Escritora: Flávia Pinto

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