Homossexualidade

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Quanto à questão da homossexualidade, alguns poucos terreiros de Umbanda mais conservadores possuem uma postura resistente sobre este tema, mas a grande maioria das casas tem uma visão aberta e respeitosa sobre o assunto. É respeitada a orientação sexual de cada indivíduo, como exercícios do seu livre-arbítrio dado por Deus. Como certa vez Vovó Joana D'Angola nos ensinou, o que deve ser respeitado nestes casos é o direito á felicidade que todo filho de Deus tem.

Ás mães e aos pais de filhos homossexuais, nossa mensagem é de tentar compreender pela condição do próprio filho, e não pelo preconceito construído coletivamente pela sociedade. Pense no que deixa você mais feliz: ver seu filho feliz ou infeliz ? Eles já sofreram muito preconceito do mundo todo. A família deve evitar que eles sejam discriminados também dentro de casa.
Para os homossexuais, lembrem que ninguém gera um filho desejando que ele seja homossexual. É muito doloroso pensar nesta possibilidade porque, no fundo, pai e mãe não forcem a aceitação. Permitam que o tempo anestesie as dores da notícia e que o amor volte a brotar.

Devemos lembrar, no entanto, aos espíritos que estão na condição de homossexuais nesta atual existência que não devem se furtar ao seus compromissos familiares, pois esta condição não lhe tira a responsabilidade de resgates com alguns espíritos que estão em seu caminho não somente na condição cônjugue, mas por outras vias que composição familiar moderna permite compor dentro de uma relação homoafetiva. Esta composição familiar também não deve ser criada para dar satisfação à sociedade, mas sim para garantir que a doação do amor não seja interrompida pelo peso do preconceito que se distancia de Deus.
A adoção não é o que resta aos que não têm filhos, e sim o que lhes honra. A capacidade de amar pessoas que precisam de amor é algo ainda raro em nossas sociedade. Claro que tudo deve ser feito dentro do seu tempo e da sua hora, sem força a barra, como às vezes é comum a todos os seres humanos, principalmente quando o problema é carência e preconceito. Deve-se observar também o cuidado com a formação psicológica a ser dada e essas crianças. Elas precisam saber dentro de casa que são filhos escolhidos dentro de uma relação homoafetiva. Esta verdade precisa ser dita e enfrentada pelos responsáveis para que a criança desenvolva mecanismo psicológico de defesa quando forem aviltadas pela sociedade.

Quanto ao assunto das cirurgias de mudança de sexo, creio que muitas Casas tenham opiniões mais resguardadas devido à polemica do tema. O que temos a dizer sobre elas é que se trata de uma intervenção cirúrgica extremamente invasiva e que altera a composição natural pela qual a sábia natureza criou a pessoa, o que não a impede de ter prazer e sentimento para com seres do sexo escolhido para se relacionar. Tememos apenas que uma alteração tão intensa no corpo possa gerar consequências complexas, ainda não relatadas pelo plano espiritual, em virtude da modernidade deste feito, para as próximas vidas que se seguirão ao processo reencarnatório.

De toda forma, queremos deixar bem claro que nossa fala não é discriminatória, mas sim reflexiva. A cada um cabem as decisões sobre seus atos, e o nosso respeito continua o mesmo. Afinal de contas, Deus deu o livre-arbítrio de forma individual aos seres, certamente porque ele confia em cada um particularmente. E não cabe aos demais, por mais que sejamos formadores de opinião, enquanto Sacerdote. intervir, mas, sim, orientar e respeitar.

Escritora: Flávia Pinto

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