A preservação da natureza e do meio ambiente sempre foi uma prática das tradições indigenas e africanos. São povos que se alimenta do que cultivam na terra e moram sempre onde há água para que possam sobreviver, e por isso a natureza é vista por estas tradições como Deuses/Orixás, ou seja, energias divinas que emanam força e garantem a perpetuidade da vida. Por esta razão, a natureza sempre se constitui como um altar sagrado para as tradições religiosas brasileiras: é a mãe natureza a que nos teportamos o tempo todo em busca de força e equilíbrio.
Os praticantes da Umbanda devem evitar ao máximo por oferendas nas ruas: elas atraem roedores e comprometem a energia da própria oferenda, que, sem reflexão do médium/assistente, acaba sendo deixada em lugar hostil, inapropriado energeticamente. Quando precisar fazer uma oferenda, busque o espaço do Templo, que é o espaço sagrado de culto, evite o uso de vidros (perfumes, bebidas, espelho, joias e alguidares): eles matam os peixes e os animais das matas que se alimentam em cadeia alimentar, o que certamente não deixa nenhum Orixá/ Entidade feliz. No caso das garrafas, derrame o líquido o leve o vidro de volta. Substitua os alguidares por folhas , o espelho por brinquedos infantis que imitam espelho.
Tome cuidado com as velas nas matas e evite o uso de panos: substitua por papel. E não despachar imagens, quartinhas e outros recipientes no reino dos Orixás: você não gostaria que entrassem na sua casa e deixassem sujeira lá, não é mesmo? Então, não faça isto com o campo de força dos Orixás/ Entidades.
No momento de levantar as oferendas, não as jogue no lixo. Peça autorização às Entidades-chefes da Casa para enterra-la no próprio Terreiro. Assim você diminui o volume de lixo no ambiente e devolve à terra aquilo que ela lhe deu para fortalecimento do seu Ori.
Também não deixe sacos plásticos e outros elementos poluentes nos espaços de natureza, lembrando que a rua também é espaço sagrado: são domínios de nosso grande Pai Ogum e Exu. Reveja suas práticas e as adeque aos tempos modernos com os cuidados de preservação ambiental, sem deixar a tradição de culto as forças da natureza de lado.Escritora: Flávia Pinto.