8° capítulo

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Mariah on:

Ao chegar na cozinha, encontrei os meninos tomando sorvete.

Gabe: Quer? Eu trouxe de frutas vermelhas, sei que gosta!- apontou para um potinho e eu automaticamente sorri.

Mariah: Obrigada!- peguei uma colher na gaveta.

Consigo ver que ele está se esforçando para ficar bem comigo, e acho isso muito fofo da parte dele. Mesmo nos pequenos detalhes, ele está tentando mostrar que se importa.

Tomei meu sorvete junto com eles, e depois Gabe subiu para dormir, enquanto eu sentei na área da piscina para ler um pouco.

Peter: Lufa-Lufa?- perguntou se sentando na cadeira de sol ao meu lado.- Droga, errei!- o olhei.

Mariah: Pensou em que?- sorri.

Peter: Corvinal.- rimos.

Mariah: Você sem dúvidas é Sonserina!- disse e voltei a ler.

Peter: Me senti ofendido, mas você está certa.- ri e ficamos em silêncio por um tempo.- Posso lhe perguntar uma coisa?- o olhei e assenti.- Estava desconfortável pelo uniforme, ou pela chance de talvez saberem quem era você?- fechei meu livro.

Mariah: Posso dizer que por vários motivos...- coloquei o livro no canto.- Uns anos antes de eu começar a me esconder atrás do moletom, eu sofria bullying por ser ruiva e ter sardas... Fiquei com receio de acontecer de novo.- sorri fraco.

Peter: Seu cabelo é lindo, não deveria sentir vergonha dele.- se virou para mim.- Só você que tem cabelo ruivo na família?- neguei.

Mariah: Minha mãe também tem, só que é mais escuro.- sorri ao lembrar dela.

Peter: Então! Não acho que deveria esconde-lo pelo que os outros dizem... Talvez seja inveja, pessoas ruivas são raras!- sorriu e eu acabei sorrindo junto.

Mariah: Talvez eu crie coragem de deixá-lo aparente.- ri.

Peter: E as roupas?- o olhei com dúvida.- Não pode negar que o moletom que usa é o dobro do seu tamanho... É por vergonha?- abaixei a cabeça sentindo minha garganta embargar

Mariah: Na verdade é por medo.- disse forçando um riso e Peter continuou sem entender.- Um dia, quando eu ainda tinha onze anos, o marido da minha tia passou a mão em meu corpo e ela viu, então ele me culpou dizendo que minhas roupas eram apertadas demais...- olhei para meus dedos.- Minha tia fingiu que nada aconteceu, e ele continuou sempre tentando se aproximar... O primeiro toque sempre era o meu ombro direito.- segurei o choro e e olhei para frente, vendo a expressão de tristeza que Peter estava.

Peter: Eu sinto muito...

Mariah: Tudo bem.- forcei um sorriso e meus olhos se encheram de lágrimas.

Peter se levantou e me puxou para um abraço. Senti as lágrimas escorregarem pelo meu rosto, e minha mente ficou em silêncio no meio daquele abraço.

Peter: Me desculpa, Mariah.- disse ainda me abraçando.- Se eu soubesse desde o início...- me afastei do abraço e o olhei.

Mariah: Tudo bem, não tinha como saber.- sorri fraco.

Peter: Mas mesmo assim, não deveria ter feito todas aquelas piadas.

Mariah: Ei, aquilo já foi... Amigos?- pergunto esticando a mão.

Peter: Amigos!- apertou minha mão e sorriu.- No fundo, eu sentia raiva de saber que era a única que não tinha uma queda por mim...- riu.

Mariah: Feri seu ego?- o olhei surpresa.- Foi mal, não tive a intenção de dificultar seu posto de galã!- rimos.

Conversamos um pouco mais, e depois Peter foi com Gabe para a casa de um amigo deles. Fiz minhas lições, deitei na cama e assisti alguns filmes. A Mabel disse que não iria mais na festa de hoje e eu fiquei foi feliz da vida.

Quando anoiteceu, os meninos chegaram, se arrumaram e foram para essa tal festa. Aproveitei para pedir comida japonesa e quando chegou, só fez eu ter a certeza de que a melhor escolha que fiz foi ficar em casa!

Comi enquanto assistia série, escovei os dentes e deitei para dormir.

O Idiota da Minha Sala Onde histórias criam vida. Descubra agora