Capítulo 18 - Possível Retorno?

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Não seria muito provável um retorno entre os dois, mas essa expectativa não estava jogada por completo. Jorge no trabalho ainda pensou duas vezes sobre um pedido de desculpas e ainda um retorno entre os dois. Agora cabia Pedro aceitar também, mas não era muito certo essa tese, porque seria errado pensar em algo assim?

Pedro dirigia rapidamente pela estrada, a presa era tanto que ultrapassou dois radares, o que acarretou em mutas bastantes gordas em conta da velocidade.

Não podia acontecer outro acidente na estrada, todavia não pode acontecer outro com ele.

Pedro pensando em aliviar a dor no coração, traçou uma rota rápida para aquele mesmo antro de perdição de antes, decidiu sair só sendo carregado dali. O que não seria tarefa fácil para ninguém.

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— Jorge, você está dispensado. – anunciou a balconista.

— Porque? Eu não fiz nada de errado! – suplicou Jorge não sabendo de nada ainda.

— Você já trabalhou demais e já está na hora de ir descansar... – explicou ela.

— Agora entendi, pensei que estava desempregado! – desabafou ele contendo a tristeza por saber que ao chegar não verá Pedro deitado na cama ou então praticamente desfilando de toalha pela casa. Uma coisa é certa, Jorge não vai conseguir pagar sozinho o aluguel e com isso terá que ir embora para ficar junto com Kátia sua mãe.

Jorge saiu da loja já fechada.

Teve que caminhar até sua casa que seria temporária, até arrumar suas coisas e partir. Não teria escolha a não ser ir embora e nunca mais ver Pedro.

Já Pedro tinha reservado uma luz branca que viria a iluminar este túnel, ele mesmo bolou tudo. Ele está fazendo questão de tentar reatar o relacionamento dos dois.

Pedro já se encontra sentado no sofá, só a espera de Jorge chegar.

— Pedro!! O que faz aqui? – questionou Jorge surpreso de ver Pedro sentado no sofá.

— Vim tentar mudar sua cabeça... Nosso amor não pode ter um fim. – esclareceu Pedro aos pés de Jorge.

— Não vai dar certo, acho que nosso amor esfriou desde que mentiu para mim... – confessou Jorge a Pedro.

— Se menti pra você foi para te proteger! – suplicou Pedro a espera de um perdão. Pois agora ele sabia que quem estava errado é ele.

— CHEGA DE MENTIRAS!!! – gritou Jorge colocando as mãos na cabeça para tentar aliviar a raiva que sentia cada vez mais de Pedro e suas mentiras.

— Calma, eu conto... – fez uma pausa para recolocar a mente no exato momento da traição. — Não consegui resistir no momento que encontrei com ela, ficamos por um tempo indeterminado e transamos. – a bomba já estava solta, não tinha mais o que fazer. Agora que Jorge sabia da tal traição, não seria fácil numa reconciliação.

Jorge não pôde sentir mais nada do que raiva de si próprio, por acreditar em alguém que dizia o amar. Não era justo aquilo que estava a passar, um pensamento passou pela sua cabeça... Pegar a gilete e cortar o pulso. Acabar com a vida até poderia ser uma escolha melhor do que viver infeliz, ao lado de Pedro nada seria agradável.

— Por favor me perdoe!! – implorou Pedro depois de ver que Jorge continuará estático no mesmo lugar, o choque foi tão grande que o deixou paralisado.

— Eu sei que a casa também é sua, mas vai embora daqui... Não inferniza mais minha vida, você não sabe de nada. – quis falar para Pedro de suas mutilações, mas não era hora ainda.

— Não posso fazer isso, nunca se sabe o que vai fazer com si próprio!! – disse Pedro derramando várias "lágrimas de sangue". A tristeza batia forte no peito de Pedro, a cena não era das mais perfeitas, uma cena verdadeira, daquelas que dói o coração só presenciando.


— Você está destruindo minha vida, só queria que não fizesse mais isso comigo... – pediu Jorge tristemente aos pés do sofá. As pernas ficaram cansadas e era preciso descansar.


— O meu amor machuca você? – perguntou seriamente.

— É muito novo pra mim. Você me machucou no momento que me traiu com a Grazielly! – desabou em choro, mas nem a Daiane fez Jorge sentir está dor que sente agora olhando nos olhos de Pedro.

— Porque fica jogando na minha cara isso que fiz com você? É tão difícil assim esquecer! – suplicou para Jorge esquecer o passado e focar no presente, mas era quase impossível depois do que fez.

— Eu nunca te trai, é só seu o meu amor... Nesse tempo que estávamos juntos eu não pensei um instante na Daiane. Não é justo você me trair... – terminou Jorge se trancando no quarto.

Pedro não sabia o que fazer, quais palavras usaria com Jorge para ter seu perdão. Não queria mais a desculpa e sim o perdão para se sentir bem.


— Eu vou para casa... Fique o tempo que quiser, a casa é sua! – Pedro falou indo embora, só voltaria quando Jorge implorasse ou algo do tipo.

Jorge escuta tudo dentro do quarto, mas não tem coragem o suficiente para impedir. Jorge senti uma imensa vontade de aprender a perdoar, de caminhar com suas próprias conclusões. Mas isso ele já estava fazendo desde que chegou na cidadezinha, pra que era preciso de Pedro ditando o que tinha Jorge fazer. Não, não era preciso!

Se levante da escuridão que você está... Vamos curtir!

Jorge disse para si mesmo, que vai se erguer, tem que se erguer.

Parou de chorar como num passe de mágica, entrou no banheiro. Ligou o chuveiro, o banho é certeiro e ajudará para lavar as mágoas. Mas a questão é para onde iria o divertimento? Pensou no mesmo prostíbulo, mas certamente Pedro estaria lá. Um boteco é mais propício, então era neste que Jorge vai terminar a noite.

Jorge já arrumado trancou toda a casa do jeito que ninguém percebesse que não estava em casa. Deixou uma luz ligada para quando Pedro viesse ali, pensasse que na casa estava.

O boteco escolhido foi um de esquina mesmo, cheio daqueles velhos rabugento. Não iria dar pinta mesmo, sua purpurina teria que ficar guardada por um tempo, aproximadamente uma noite.

— Uma dose do que tens mais forte! – pediu Jorge chegando no balcão.

— Sim senhor... – disse a velha maquiada exageradamente.

— Obrigado. – disse Jorge pegando sua dose e logo após pagando para a velha.

A noite se passou, bebendo mais e mais. Sem música nenhuma naquele bar, sem animação alguma. A bebida subiu mais rápido do que o previsto, então era provável alguma palhaçada vinda de Jorge.



Jongens (Romance Gay) (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora