CAPÍTULO 12

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MELINDA

Cantei tanto, e sentia que podia cantar mais, só que tinha que recuperar o fôlego e comer alguma coisa antes.

Eu me sentia eufórica, uma adrenalina gostosa percorria o meu corpo e eu tinha vontade de sair por ai cometendo loucuras.

- Mana, você arrasou! – Malu veio me abraçar com um sorriso no rosto. Eu a abracei de volta aliviada. Minha maior apoiadora.

- Mesmo? – Pergunto enquanto nos soltamos.

- Com toda certeza, Mel. Nossa, se eu soubesse que você cantava assim, eu tinha te contratado a séculos atrás. – Amanda aparece do nada e me abraça também, e eu retribuo aliviada.

- Fiquei com medo de ter decepcionado.

- Que nada! Algumas pessoas vieram me perguntar como foi que eu achei você! Você precisa de um agente urgentemente pra quantidade de pessoas paras quais dei seu número. – Ela diz sorrindo.

- Eu sou a agente dela. – Respondo Malu daquele jeito atrevida.

Eu apenas posso começar a rir de felicidade.

Era isso que eu gostava de fazer.

Que eu amava fazer.

- Você foi espetacular, Melinda. – Uma voz masculina e grave me tira da minha névoa eufórica.

Heitor.

Me viro e dou de cara com ele.

Lindo e com os olhos como brasas.

Eu apenas consigo retribuir com um pequeno sorriso e um encolher de ombros.

- Podemos conversar? Em particular?

Eu queria dizer não.

Eu estava morrendo de medo do que ele tinha a dizer.

Porém, honestamente?

Estava mais do que na hora.

Eu apenas concordo com a cabeça e deixo que ele me guie em direção ao jardim. Esqueço de sua irmã e minha irmã que provavelmente estão loucas atrás de respostas.

Enquanto andamos, pego uma das taças de champanhe da bandeja. Coragem líquida.

Já teve coragem líquida suficiente para uma noite, Melinda.

Mando minha voz interior se calar e foco no momento.

Heitor e eu paramos perto de um banco e ele me ajuda a sentar, antes de ficar em pé, na minha frente, andando de um lado para o outro.

Mordo meu lábio. Ele está tão nervoso quanto eu, o que eu acho engraçado, pois ele sempre foi meio prepotente.

- Você me chamou para conversar e aqui estou eu. Vamos conversar. – Digo logo de uma vez e ele para, me encara profundamente e suspira.

Lá vamos nós.

- Eu estou nervoso. Todas as outras vezes em que tentei te abordar, fui rude. E no trabalho com você, foi mais rude ainda. Tenho receio que fale algo que te faça correr para longe de vez.

Tento ser segura e vou logo com tudo.

- E quer me manter perto para que? Me oferecer de novo dinheiro para dormir com você? Ter uma ideia estúpida que todas as cantoras são prostitutas?

- Eu sou um idiota quando se trata de como falar com você!

- Percebi.

Não vou facilitar. Não vou tornar isso do jeito fácil.

Ele se aproxima e senta perto de mim, antes de virar o olhar para o nada.

- Eu já tinha ouvido você cantar na boate, com a voz sensual e encorpada, mas aqui? Sua voz solta, você se deixando levar... Foi de longe a coisa mais linda que eu já testemunhei com os meus próprios olhos. – Ele olha para mim e pega na minha mão, antes de continuar. – Sei que não mereço nem que olhe para mim ou me dê uma chance, considerando a forma que eu venho tratando você. Mas eu não consigo para de pensar em você, seja como minha secretária ou cantora de boate. E eu acho que podíamos pelo menos tentar.

- E-eu não sei.

- Você não sente nada por mim? Não vê essa conexão que continua nos empurrando para a mesma direção?

- Isso pode parecer a coisa mais clichê do mundo, mas somos de mundos diferentes. E eu não sei se estou pronta. – Eu digo, e é verdade.

Quem garante que isso daria certo?

A Mel de antes, estaria explodindo de felicidade só de pensar nele se declarando assim. Mas a Mel de agora sabe melhor.

Eu me levanto e começo a ir em direção a festa, mas Heitor segura meu braço me impedindo, e me puxa em sua direção.

Queria poder dizer que eu sou forte e que deveria resistir ao impulso, mas não dá.

Eu deixei que ele se aproximasse e segurasse meu rosto com uma delicadeza que nunca pensei que ele teria, deixei que seu rosto se aproximasse até que a minha respiração e a dele fosse uma só, e quando seus lábios roçaram nos meus, eu me perdi.

Heitor me deixava tão envolvida, que eu perdia a noção de tempo e lugar durante o nosso beijo. E quando sua língua finalmente tocou a minha, o beijo se aprofundou em um nível que fez uma descarga elétrica percorrer todo o meu corpo.

Eu imaginava que seria bom, mas era mil vezes melhor.

O modo como nossas bocas pareciam não querer se largar nunca, como ele tinha uma mão no meu cabelo afagando e o outro braço na minha cintura, me enlaçando firmemente a ele.

Como se eu quisesse sair, quando tudo o que eu queria fazer, era ficar.


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me desculpem pela demora meninas.

Mas e ai? Gostaram?

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora