CAPÍTULO 24

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MELINDA

Eu havia perdido a noção do tempo.

Não sabia se tinham se passado segundos, minutos, dias, horas ou semanas, só sabia que estava ficando louca por não saber que horas eram, que dia era ou onde eu estava.

Meu captor não aparecia mais, então eu também estava com sede e fome.

Tanta sede e fome, que eu cheguei a conclusão que teria que deixar ele fazer o que bem entender comigo.

É, eu iria deixar um maluco abusar de mim por fome, mas eu tinha que me manter forte. Precisava de energia, precisava me manter viva.

Minha irmã precisava de mim.

Sem falar que eu estava morrendo de vontade usar o banheiro, precisava fazer xixi e estava imunda.

Fiquei parada, apenas pensando em alguma maneira de sair dali, quando a porta abriu e uma luz se acendeu, revelando meu captor.

- Olá meu amor, como se sente hoje? – Ele abaixou e trouxe uma bandeja para o quarto. Tinha uma garrafa d'agua e um sanduiche.

Ele se sentou na cama, colocando a bandeja de lado e retirou a fita adesiva completamente da minha boca.

- Água. – sussurrei baixinho e ele sorriu ainda mais.

Maldito.

- Você vai ser boa para mim?

Eu apenas balancei a cabeça em concordância, porque se eu dissesse as palavras, vomitaria.

Ele se da por satisfeito e leva a garrafa até minha boca e eu bebo com avidez. Quando bebi já metade, ele afasta e leva o sanduíche até a minha boca, e eu percebi que ele não ia desamarrar minhas mãos, e eu teria que passar mais essa humilhação de ter que ser alimentada por ele.

Quando eu acabo o sanduíche e a água, ele fica me encarando, e eu resolvo arriscar.

- Posso ir ao banheiro?

Ele me sonda, como se estivesse procurando se eu estava o enganando para fugir, mas eu realmente só queria ir ao banheiro.

Estava muito fraca ainda.

Ele desamarrou minhas mãos, mas foi comigo até o banheiro, e novamente, lá estava eu, passando humilhação e tendo que fazer xixi na frente de um lunático.

Não vou chorar.

Não vou chorar.

Depois de lavar as mãos, naquele banheiro não muito sujo, mas também não era lá essas coisas, eu voltei para cama e estendi as mãos para que ele as amarrasse de volta.

- Muito bem, meu amor, eu sabia que iria demorar um pouco, mas você seria obediente.

Lunático.

- Você é um dos clientes da boate, não é? – Resolvo sondar, porque afinal, era só lá que eu me apresentava como honey.

Ele sorri sarcasticamente.

- Demorou para notar isso, e eu vou lá desde que você se apresenta, mas o Heitor foi uma vez, e você já se jogou para ele. – Ele começa a andar pelo quarto, passando as mãos pelo cabelo. – Eu te venerei de longe e você nunca sequer prestou atenção em mim, mas é só aquele mauricinho de meia tigela aparecer e pronto.

Eu observava ela continuar a divagar e ainda mais nervoso.

Um lunático que me via na boate.

Ótimo. Pensei amargamente.

Pensei em tudo o que eu sabia sobre serial killers, e como as vezes, era melhor que jogássemos o jogo deles.

Eu queria viver.

Então, eu jogaria o jogo desse lunático.

Mesmo que isso me matasse por dentro.

- Se você tivesse falado comigo antes, se aproximado ou tentado algo, quem sabe eu não escolheria você primeiro? – murmurei.

Ele para de andar e vem na minha direção, e eu luto para não tremer de medo, quando ele passa a mão pela minha bochecha.

- Infelizmente, os erros já foram cometidos, querida, mas temos tempo para corrigi-los. Agora seremos só você e eu.

E com isso, ele levanta e sai pela porta, a trancando em seguida.

Merda.


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Me perdoem pela demora, meus amores <3
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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora