CAPÍTULO 14

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HEITOR

Depois do nosso rápido encontro, eu quase não consegui nenhuma oportunidade de ficar sozinho com a Mel. Ela se esquivava de mim entre as canções, mas tudo bem, eu daria esse espaço para ela.

Mas só até mais tarde.

Eu mal tinha dormido de tão nervoso que eu estava.

Ela iria me rejeitar?

Ela iria me aceitar?

Eu precisava de alguém que podia me acalmar melhor do que ninguém.

Minha mãe.

Peguei o telefone e liguei para ela.

- Heitor? – Só de ouvir sua voz doce dizer o meu nome, me acalmava.

Meu pai falava que a primeira vez que ele viu a minha mãe, ele ficou paralisado diante de tanta beleza, mas a primeira vez em que ele ouviu a sua voz, ele apenas sabia internamente que era ela. Mesmo com todos os problemas que eles enfrentaram.

- Mãe, eu acho que estou enlouquecendo.

Sua risada flui pelo telefone e eu me sinto cada vez mais calmo.

- Você e o seu pai são iguais. Ele me contou sobre a moça e eu só fiquei esperando quando o meu filho todo autossuficiente viria me pedir ajuda.

- E por que a senhora acha que eu preciso de ajuda?

Ela bufa.

- Porque você é filho do seu pai. E também, porque todo homem precisa de ajuda da sua mãe de vez em quando. Lembre-se Heitor, mães são a voz da razão.

Eu rio e concordo.

- É verdade.

E assim começa uma conversa que me distrai e me relaxa pela tarde e tira minha mente de uma certa mulher.

*

MELINDA

Estava feliz que o dia de hoje era domingo, o que me permitia ficar em casa e relaxar.

Pensar com calma.

Primeiro, havia Heitor. O homem dos meus sonhos, minha paixonite que me tratou como uma qualquer no nosso primeiro encontro e que ontem se dizia arrependido.

E segundo, havia aquele homem.

De onde eu conhecia aquela voz?

Como ele sabia o meu nome artístico?

E o mais preocupante de tudo, o que ele queria com tudo isso?

Em pouco tempo a minha vida pacata deu um giro de trezentos e sessenta graus.

Uma declaração e um estranho.

Uma noite onde eu também expus a minha voz a pessoas de condição superior a minha e enfrentei meus medos de rejeição.

Eles gostaram.

E foi com esse pensamento que eu sai da cama e fui preparar o almoço para mim e a Malu.

A encontro deitada no sofá, mexendo no celular, mas quando me vê, levanta e vai comigo em direção a cozinha, e senta em uma das bancadas enquanto me observa.

- Mel sua mulher perversa. Que tipo de irmã mais velha é essa que não divide os segredos com a irmã mais nova? – Ela olha brava para mim, e eu dou de ombros. – Você some com o bonitão e depois aparece com a cara assombrada. Me diz, ele fez alguma maldade com você? – Seu olhar se torna mais apreensivo e eu resolvo contar para ela. Não queria que minha irmã ficasse preocupada comigo.

Conto a conversa, o beijo e ultimato. Desisto de contar sobre o estranho, porque não quero que ela fique nervosa.

Malu ouve tudo com atenção.

- Se você teve esse beijo maravilhoso com o cara dos seus sonhos e ele ainda quer ficar com você, por que chegou com aquela cara amedrontada?

Ela era muito esperta para própria idade.

- Não sei se é certo ficarmos juntos, Malu! Somos de mundos diferentes, não nos acostumaríamos. Ele namora modelos, anda com a elite. E eu? Sou gorda e não tenho faculdade. No máximo uns cursos técnicos.

Ela bufa e se levanta.

- Melinda Pereira da Silva, eu não acredito que você está se rebaixando tanto! Cadê aquela mulher que me criou e me disse para nunca abaixar a cabeça para ninguém? Para correr atrás do que eu quero, sem medo? Que se eu cair sete vezes, eu tenho que levantar oito?

Olho para ela com as mãos na cintura, me olhando questionadora.

Ela tinha razão.

Cadê a Melinda que enfrentava tudo com bom humor?

- Assuntos do coração são complicados.

Malu revira os olhos.

- Não me venha com essa ladainha de filme romântico, mana. O que custa você tentar? Se o seu coração se partir depois, você pelo menos tentou. Não vai passar a vida toda se perguntando o que poderia ter acontecido.

- Maria Luísa, quando é que você se tornou tão sábia?

Ela sorri e da de ombros.

- Eu tenho meus momentos. – E vem me abraçar. Aperto seu corpo magro no meu. – Viva por você, minha irmã. Você sempre viveu por mim, agora viva um pouco por você.

Eu não iria chorar.

Eu tinha alguém para responder.

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E ai, meninas? Gostaram?

Me perdoem pela demora, a semana de provas veio e eu tinha que estudar hahaha.

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora