CAPÍTULO 16

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HEITOR

Era engraçado ver seu rosto mortificado com a ideia de ter me magoado. Eu entendia, afinal, eu tinha amigos que só iam aos melhores lugares até mesmo para uma simples bebida.

Meu pai podia vir do dinheiro, mas minha mãe não. Ambos eram trabalhadores e ensinaram tanto a mim quanto a minha irmã, o valor disso. Fomos criados com as coisas boas, mas nunca de modo que ficássemos mimados ou mal acostumados.

Eu queria leva-la para o melhor lugar que eu conhecia. Um barzinho que era perto da minha casa e servia não só uma comida caseira maravilhosa como era muito agradável. Eu sabia que ela gostaria de lá e não se sentiria nervosa.

E foi o que aconteceu.

- Meu Deus, aqui é demais! Eu totalmente amei esse lugar! – Ela dizia enquanto apontava para as paredes. – Olha essas citações famosas! Olha as fotos antigas! Que sonho!

Ela parecia encantada com o pub, e eu ficava cada vez mais encantado por ela.

Como ela era adorável. Pensei.

- Obrigada por me trazer aqui, Heitor!- Ela se virou para mim sorrindo e eu estendi a mão por cima da mesa para pegar a sua. Eu queria mesmo era sentar do lado dela, mas tinha que me controlar. Tudo o que eu pensava era em beijá-la.

E tínhamos que ter um recomeço decente, não é mesmo?

- Heitor! Como é bom vê-lo aqui! – Olhei para o lado e dei de cara com a Laura.

Mas o que ela estava fazendo aqui?

MEL

É claro que eu não podia recomeço decente com ele, não é mesmo?

É claro que uma loira, magra e linda iria aparecer no lindo bar e estragar a noite, não é mesmo?

Essa era a minha sorte.

Essa era a minha vida.

Ignorei a vontade de sair correndo dali e botei um sorriso no rosto.

Eu tinha que ser forte, tinha que tentar.

Heitor olhava atordoado para mulher, como se não a esperasse por aqui, mas ele logo balança a cabeça e nos apresenta.

- Laura, essa é a minha namorada, Melinda. E Mel, está é a Laura, uma amiga.

A loira ri de um jeito que parece tudo, menos um riso normal, de uma pessoa normal.

Ou talvez eu só esteja julgando.

- Amiga? Fomos bem mais do que isso, não é mesmo, querido? – Ela apoia o braço no ombro dele e de repente eu tenho vontade de soca-la. Quanta ousadia!

Heitor afasta o braço dela de seu ombro e diz em um tom meio irritado.

- Laura, eu não sei o motivo de estar aqui, mas eu estou acompanhado da minha namorada e você está sendo inconveniente.

De novo a palavra namorada.

Eu queria aproveitar ele dizendo isso, se o momento não fosse tão agridoce.

A tal Laura faz uma cara emburrada.

- Eu recebi uma mensagem sua, dizendo que queria companhia, por isso que eu vim, seu grosso!

Uma mensagem dele?

- Uma mensagem sua? – Eu soltei pela primeira vez. Não era possível que ele estava prestes a me humilhar de novo. Que cretino!

Heitor me olha desesperado.

- Mensagem? Eu mandei mensagem nenhuma pra ela, Mel. Eu juro! – Ele tenta pegar na minha mão, mas eu retiro.

Laura então saca o celular da pequena bolsa rosa e mostra para nós dois a mensagem de um número desconhecido – afinal, eu sabia o número dele – e o texto para encontra-lo no bar, pois ele sentia saudades.

- Esse número não é nem o meu! Só está assinado com o meu nome, mas poderia ser qualquer um! – Ele tenta se explicar mais para mim do que pra ela.

Eu deveria acreditar?

Parecia que o universo estava mandando mais um sinal para eu desistir da ideia de me apaixonar por esse homem.

Tudo era tão complicado quando se tratava de nós dois.

- Por favor, Melinda, você tem que acreditar em mim.

- Então quem foi que mandou a mensagem para ela?

Nesse ponto, ambos ignorávamos a presença da dita cuja. Estávamos envolvidos em nossa própria bolha.

- Eu não sei, mas não fui eu! Você acha que depois de finalmente ter essa chance com você, eu estragaria as coisas assim? Como se não significasse nada para mim?

Pensei por um momento nisso e como ele parecia desesperado e resolvi dar uma chance.

Suspirei.

Eu só parecia estar dando chances para ele.

- Por favor, Mel. – Ele suplicou novamente e eu não aguentei mais. Levantei da cadeira e estendi a mão para ele que pegou prontamente e levantou também, enquanto eu o puxava para a saída e ouvia ao fundo os protestos indignados de Laura.

- Você acredita em mim? – Ele pergunto quando estávamos lá fora.

- Sim. – Eu suspirei. – Mas agora eu quero ir para casa.

Ele parece desapontado mas acena.

- Ok, eu te levo, mas isso não significa que eu vou desistir. Você é minha, Mel e eu não vou desperdiçar isso. Não vou te enganar.

Eu espero.

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E ai? Será que ele merece confiança? 

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora