BÔNUS

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You want all my love and my devotion

You want my loving so, right on the line

I had no doubts that I could love you, forever

The only trouble is, you really don't have the time – Jennifer Hudson

Eu queria poder dizer que me arrependia, mas seria mentira.

Eu ansiava pela Honey por muito tempo. Desde que ela começou a cantar na boate, eu a acompanhava. Sua voz melodiosa e sensual me afetou assim que ela cantou a primeira nota

Me tornei um cliente assíduo desde então. Sabia que horas ela entrava e que horas saia. Ia quase sempre vê-la e quando não dava, eu sentia sua falta imensamente. E foi seguindo essa minha admiração de longe até o dia em que ele apareceu.

Heitor.

Eu nunca devia tê-lo convidado para cá. Eu pretendia mostrar a mulher pela qual eu havia me apaixonado e lhe mostrar outras dançarinas, mas ele logo a quis. Não pude culpa-lo, eu sentia outros homens a querendo também, mas ela era intocável. Não era para ele se senti no direito de chegar perto dela, tocá-la e fazer dela sua.

Ela era minha.

No começo, eu tentei me controlar e acreditar que não daria em nada, que ela logo iria ignorá-lo e ele ia esquecer disso, mas me enganei.

Eu dei tempo, e pretendia fazer minha jogada nela na festa da irmã do Heitor, mas tudo deu errado. Ela acabou cantando e quando eu fui atrás dela no intervalo, a peguei sendo beijada por aquele safado.

Eu tinha vontade de socá-lo.

Porém, eu pensei melhor e continuei escondido e segui a Honey até aparecer rapidamente para ela. Ela tinha que guardar meu rosto, ou pelo menos que a minha voz a marcasse.

Queria que ela ficasse interessada nesse enigma, nesse estranho que sabia que ela era uma cantora de boate.

Desde então, eu botei fé que eles falhariam nessa fajuta relação. Até chamei uma ex dele na tentativa de ajudar nisso, mas como eu podia saber que ele era tão persistente?

Em um ataque de raiva, ainda ataquei o carro dele e deixei uma mensagem e esperei que ele terminasse aquele almoço ridículo e a deixasse em paz. Fiquei de tocaia o dia todo em frente ao prédio dele e já era de noite quando o maldito acompanhava a minha Honey até o táxi.

Eles se mostravam apaixonados.

Tão apaixonados que o meu peito ardeu de inveja e rancor.

Como eles puderam fazer isso comigo?

Como você pode não me escolher, Honey? Eu estava lá em toda as suas apresentações e você nunca me notou.

E por qual razão você escolheu o meu amigo? O único que eu pensava em confiar.

Mas eu não iria desistir.

Planejei cada passo meticulosamente.

Espalhei uma espécie de sonífero nas rosas e contava com a sorte de que ela iria cheirá-las. Eu estava escondido na parte mais escura do seu camarim depois do show – o que foi fácil de fazer, já que as pessoas andavam tão rápido por ali, que não paravam para prestar atenção – e esperei.

Quando seu gracioso corpo caiu no chão, eu a levantei e coloquei o sobretudo nela e a mantive em pé, do meu lado, como se estivesse sonolenta, e a levei em direção a saída de emergência.

Era tão bom tocá-la pela primeira vez, mas sabia que tinha que ser rápido.

Ela estava no telefone com o Heitor e ele podia chegar aqui a qualquer momento.

A van que eu tinha comprado estava no estacionamento e a coloquei cuidadosamente na parte de trás e quando vi que estava tudo nas ordens, fui para o banco da frente e dei partida no carro.

Olhei no retrovisor para ver seu corpo desmaiado ali e sorri.

Agora é a nossa chance, meu amor.

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora