CAPÍTULO 26

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HEITOR

O sol nem havia saído quando eu esperava com o meu pai e o meu tio pela polícia.

Meu pai ligou para o policial que nos ajudou ontem e depois de algumas reprimendas e discussões, afinal, o cara não concordava que a gente entrasse na casa do Miguel e também achava errado a nossa presença ali, duas coisas que eu ignorei totalmente.

Ele teria que me matar para me tirar dali.

Ontem para acalmar a Malu, foi horrível porque nem eu conseguia me acalmar. Só garanti uma coisa a ela, que traria sua irmã de volta.

Meu coração já estava entrelaçado demais a ela.

Cada briga, cada desentendimento, cada sorriso, cada beijo... tudo me fazia parte da nossa louca história, e eu lutaria por ela, até o fim.

Quando os policiais chegaram, o policial Lourenço – que foi o que nos ajudou ontem -, tentou mais uma vez me dissuadir, porém mais uma vez, não conseguiu, o que fez com que meu pai e meu tio fossem também.

Eu queria dizer não para isso, porque minha mãe ficaria arrasada se algo acontecesse com o meu pai, e vou nem falar na minha tia Sam...

Entretanto, eu estava me sentindo egoísta, queria toda a ajuda possível para resgatar a mulher que eu amava.

A policia soltou os cachorros e nos dividimos em grupos para procurar por ela, nos pontos do mapa que achamos no quarto do Jonas.

Meu pai, meu tio, eu e o policial Lourenço, estávamos em um grupo e começamos a andar e gritar pelo nome dela.

- MELINDA!

- MELINDA!

Eu podia ouvir os ecos das vozes gritando o nome dela e o desespero ia aumentando.

E se eu não a encontrasse?

E isso tudo fosse uma grande perda de tempo e ele tinha feito aquilo para nos despistar? E se tivesse levado ela para outro local?

Eu parei por um minuto e pedi a Deus para que não a levasse para longe de mim.

Continuei a andar esperando por algum sinal , qualquer sinal que me levasse até ela, quando de repente, um grito na mata faz todo o meu sangue congelar.

- SOCORRO!



MELINDA

O lunático ainda não tinha me dado seu nome. E eu também não perguntei, pois podia ver que sempre que eu perguntava algo, ele agia ferido por eu não saber. Como se fosse um insulto eu não saber quem ele era, por isso, eu fiquei na minha e observava.

Pela primeira vez desde que eu estive ali, ele me levou para a "sala". Isso é, um cômodo um pouco maior do casebre, e eu podia ver um notebook em uma mesa no canto e uma cadeira confortável, uma cozinha e a mesa de jantar tudo lá.

Tinha até um sofá que tinha um lençol dobrado e um travesseiro, e adivinhei que era ali que ele dormia.

Ele me permitiu ir no banheiro novamente e para minha surpresa, até disse para que eu tomasse um banho, isso é, me deu um balde cheio d'agua, um sabonete e uma calça moletom, uma camiseta preta e lingerie e disse que eu me aprontasse, pois ele contaria os minutos.

Tomei banho da melhor maneira que eu pude, lavando meu cabelo até com aquele sabonete de qualidade duvidosa.

Quando eu sai do banho, até tentei sorrir agradecendo, mesmo que eu quisesse esganá-lo.

HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora