MELINDA
A primeira coisa que eu notei assim que acordei, foi que eu estava amarrada. Tanto minhas mãos quanto meus pés estavam amarrados e eu estava deitada em uma cama, e minha boca estava tapada por uma fita adesiva.
Abri os olhos e virei a cabeça, observando o local a minha volta. Só tinha uma cadeira velha perto da cama e uma portinha que dava a entender que ali era o banheiro. O local parecia sujo e mal iluminado, podia ver umas luzes entrando pelas frestas do que parecia ser uma daquelas cabanas no meio do nada.
Que eu não esteja em uma cabana no meio do nada.
Por favor.
Me contorci até ficar numa posição sentada, mas o máximo que eu consegui foi rolar até cair no chão, causando um baque alto e uma dor de cabeça que eu sabia que viria.
Merda.
Agora, em que confusão eu havia me metido?
Tentei forçar minha mente para o que havia acontecido, mas só lembrava das flores e de logo após, desmaiar.
Heitor!
Ele devia estar tão preocupado!
E a minha irmã? Ai Deus...
Uma outra porta, que eu não havia notado a princípio, começa a fazer barulhos, como se alguém do lado de fora a estivesse a destrancando e meus nervos atingissem o ponto máximo do nervosismo.
Agora eu estava preocupada por mim mesma.
Tento parecer calma, mas é óbvio que ele vai me ver no chão e ver que eu tentei algo.
Tentei acalmar meus batimentos acelerados, e quando a aporta se abre, revelando um homem que parecia vagamente familiar mas eu não lembrava de onde, entra.
- Meu amor, se machucou? – Ele sorri carinhosamente e me deposita na cama.
Eu apenas o encaro.
Da onde eu conheço esse maluco?
Ele retira a fita adesiva da minha boca e eu começo a gritar com toda a força dos meus pulmões, apenas para testar uma teoria.
Ele me encara bravo e volta a por a fita na minha boca.
- Não adianta gritar, honey. Estamos no meio do nada, ninguém vai te achar.
Essa era a minha teoria.
Mais que droga!
Eu me contorço para longe quando ele levanta a mão em minha direção, como se fosse me tocar. Seu rosto se contorce numa carranca feia e ele se afasta, levantando e indo em direção a porta.
- Você vai aprender que tudo o que eu fiz e faço, é por amor a você. Quando estiver pronta para aceitar o meu toque, eu vou voltar. – E saiu, trancando a porta atrás de si.
Lágrimas começaram a descer e um medo gigantesco se apoderou de mim.
Eu estava nas mãos de um maluco que claramente tinha alguma obsessão por mim.
Comecei a rezar silenciosamente para que alguém me achasse.
E rápido.
HEITOR
Meu coração não parava quieto um minuto.
Desde o momento em que eu havia chego na boate e visto nada fora do lugar, a não ser um vaso de rosas no chão e a falta da minha namorada.
Mel, cadê você?
O celular dela dava fora de área, o que me apavorava ainda mais. Liguei para o meu pai pedindo que viesse até aqui e depois liguei para a minha irmã, pedindo que olhasse a irmã da Mel, que com certeza iria pirar se não tivesse notícias da irmã.
Liguei para a polícia a muito contragosto do dono da boate, Jota, que mesmo preocupado com a sua grande estrela, ele não queria policiais em sua boate.
Meu pai e os policiais chegaram quase ao mesmo tempo, e depois de responder algumas perguntas, eles se viraram para Jota.
- Quem entregou aquelas flores? – O policial aponta para as rosas caídas no chão.
Jota da de ombros.
- Eu honestamente não sei te dizer, porque sou muito ocupado e mesmo hoje sendo um dia pouco movimentado da semana, eu tive poucos funcionários, então estava uma correria só.
O policial o encara e logo pede para ver as câmeras de segurança, e eu vou com o meu pai, atrás deles.
Pelas filmagens, vemos um homem com o buquê na mão e meu coração acelera, porque o rosto dele não estava tampado e eu sabia quem era.
Jonas
Por que?
Eu vou mata-lo
- Esse ai não é o... – antes que meu pai pudesse terminar, Jota se pronuncia.
- Ué, esse ai é um dos clientes vip da Honey, talvez até o mais vip de todos.
- Como assim? – Me virei para ele.
Ele da de ombros novamente e eu tenho vontade de soca-lo por isso.
- Ele está aqui em todos as apresentações dela, pede a melhor mesa, isso é, a que de uma visão perfeita do palco e fica sempre até a hora que ela vai embora, mais ou menos.
- E você nunca tomou isso como suspeito? – Perguntou o meu pai.
- Não, afinal, minhas garotas são acompanhadas até o carro pelos seguranças e nunca tive incidentes. Parecia inofensivo.
- Tão inofensivo que a levou. – Respondeu o policial. – Preciso dessas filmagens e também as flores. Vou conversar com outras pessoas que trabalham aqui e ver se elas notaram algo nesse cara. – Ele se vira para mim. – Para uma pessoa desaparecida, é preciso esperar vinte e quatro horas, então, nesse meio tempo, acho melhor o senhor esperar, senhor Albuquerque.
Esperar?
Ele estava louco se achava que eu ia esperar mais um minuto para saber dela.
Eu ia atrás da minha mulher, custe o que custar.
E Jonas, eu espero que você esteja por perto, porque eu quero ter o prazer de te esganar.
- Eu conheço esse olhar. – Meu pai diz depois que o policial se afasta. Ele suspira. – Eu vou com você, antes que faça uma loucura.
- Eu sei que o senhor faria qualquer coisa em seu poder, se fosse a minha mãe nesse caso.
- E é exatamente por isso que eu vou com você. Porque você é o meu filho, e nós, homens Albuquerque, fazemos loucuras pela mulher que amamos.
Sempre.
Eu vou te achar, Mel.
_____________________________________________________________________________________________
E ai? Gostaram?
VOTEM! COMENTEM!
VOCÊ ESTÁ LENDO
HONEY - Uma história de amor sem medidas
RomantizmSINOPSE: Melinda/Honey, sempre foi apaixonada pelo Heitor, filho do dono da empresa mundialmente famosa, FOCOS. Para ela, Heitor é um príncipe de contos de fadas, mas ela não se acha digna dele., porque trabalha como cantora em uma boate noturna. Se...