CAPÍTULO 27 - ÚLTIMO CAPÍTULO

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HEITOR

Eu continuo a correr com todas as minhas forças para a fonte da voz da Mel, e sinto o policial Lourenço, meu pai e meu tio atrás de mim.

Quando avistamos um casebre que parece abandonado, mas tem um carro estacionado do lado.

Lourenço pede que eu espere, para que eles e os policiais bolem uma tática, mas quem disse que eu queria ouvir alguma coisa?

Avanço assim mesmo, e quando derrubo a porta, eu tenho que me controlar um minuto, mas não consigo e minha visão nubla de vermelho ao ver o corpo da Mel no chão e o safado do Jonas em cima dela com as mãos em seu pescoço.

- Eu te mato, seu desgraçado! – Eu grito e puxo ele de cima dela, e o soco.

Ele levanta e parece pronto para revidar, mas eu não o deixo e volto a soca-lo novamente, até que eu esteja em uma posição similar em como ele estava com a Mel, só que dessa vez, era eu por cima dele, extravasando toda a minha raiva.

- Como você pode? Você é um doente! – Eu gritava em seu rosto e batia nele ainda mais. Ele até tentou se defender, mas eu estava dominado por uma fúria cega.

- Heitor! Heitor! – Meu pai me chama e tenta junto com o meu tio me tirar de cima dele. – A Melinda precisa de você.

Quando a voz do meu pai finalmente infiltra no meu cérebro, eu largo o corpo inerte do Jonas e vou em direção a Mel, que continua deitada no chão, imóvel.

- Mel, meu anjo, acorda por favor. – Sussurro baixinho enquanto apoio seu corpo em mim. – Você não pode me deixar.

Meu tio agacha do meu lado e me olha triste.

- Os batimentos dela estão fracos, Heitor. Seu pai ligou para a ambulância e eles estão vindo o mais rápido possível.

Eu apenas aceno com a cabeça e abraço mais apertado o corpo dela ao meu.

- Eu te amo, Melinda, eu acho que a primeira coisa que eu amei em você foi a sua voz, e agora, só de me imaginar sem cada pedaço de você, meu coração começa a doer. – Sinto meus olhos ficarem marejados, mas eu não iria chorar. – Eu não vou ficar sem você, não vou.

Não sei ao certo quanto tempo havia se passado, se foram segundos, minutos ou horas. Eu só sei que fiquei pedindo por um milagre, até que um homem de uniforme com uma equipe veio tirá-la de mim, para lhe dar oxigênio e leva-la ao hospital.

Acompanhei tudo meio inerte, como se uma parte minha estivesse adormecida.

Dopada.

Não consegui nem agradecer ao policial Lourenço, antes de entrar no carro com meu pai e meu tio e irmos seguir a ambulância até o hospital.

*

Estávamos esperando por um tempo já.

Malu chegou tão histérica, que tiveram que sedá-la, e minha irmã foi ficar com ela. Todos estávamos tristes.

Todos estávamos por um fio.

Eu já estava quase invadindo a ala que era só permitida para médicos, quando finalmente o médico que a levou, apareceu.

- Família de Melinda Pereira da Silva? – Ele empurra os óculos mais para os olhos e segura a prancheta de lado.

Eu e toda minha família levanta.

Me aproximo do médico.

- Eu sou o noivo dela.

Ele me encara por uns segundos, até se dar por vencido e continua.

- Bem, o quadro dela é estável agora. Está um pouco melhor e não apresenta machucados muito sérios, se bem, que haverá por um tempo as marcas rochas em seus pescoço, devido a força que o agressor aplicou e alguns arranhões, mas fora isso, nada.

Eu queria socar a cara do Jonas novamente, mas resolvi me concentrar no mais importante.

- Eu posso vê-la?

- Claro, mas apenas um de cada vez, por favor.

Eu peço para minha mãe avisar a Amanda, para avisar a Malu assim que ela acordar sobre a irmã e acompanho o médico até o quarto.

Me sinto nervoso, porém aliviado.

Ela estava bem.

Tudo ficaria bem.

Quando entro no quarto, eu a vejo sentada na cama de hospital, encarando a janela. Estava um pouco mais pálida que o normal, alguns arranhões visíveis e o arroxeado no pescoço, mas me aproximei sem medo.

- Mel? – Sussurro. E vejo que o médico nos deixou a sós.

Ela se vira para mim com os olhos cheio d'água e eu engulo as minhas próprias lágrimas e a abraço.

- Acabou, meu anjo, acabou. – Eu sussurro, enquanto ela chora no meu ombro aliviada.

Acabou.

Estávamos bem.

Ficaríamos melhores ainda.


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E ai? Ainda não digo adeus porque ainda temos o epílogo, e meu coração já dói só de pensar em dizer adeus a minha Honey e ao meu Heitor.

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora