MELINDA
Eu ainda estava meio estranha por ontem a noite. Andava meio desnorteada que até a Malu estranhou e fez nada para me irritar, vendo que eu estava possivelmente no meu limite.
- Vamos, Mel. – Ela chamou carinhosamente já na porta pronta.
Suspirei e botei minha máscara de durona e sai.
Era um novo dia, e era hora de esquecer o que aconteceu.
Me despedi da minha irmã e peguei meu ônibus em direção ao trabalho.
Assim que cheguei na empresa, nem fiquei sonhando sobre a fachada como sempre fazia. Só entrei e fui em direção ao RH.
- Bom dia, gente. – Acenei para a dupla dinâmica Bel e Vitor. Eles eram muito bons e juntos conseguiam organizar toda essa empresa enorme.
O que era uma loucura.
- Ei, Mel. Você está sabendo de alguém que precisa de um emprego?
Parei e olhei para o Vitor.
- Eu vou ser demitida? – Arregalei os olhos de repente. – Perai, você está saindo?
Ele riu e Bel também.
- Não é isso bobinha, é que a secretária ontem do Heitor foi demitida e agora ele precisa de uma nova.
Aquela que ele estava tendo um caso aparentemente? Caramba.
- Hmm. – Dei de ombros. – Conheço ninguém não.
- A Melinda pode ir hoje e ajudar o menino Heitor. – Diz Dona Rose completamente sorrateira atrás de mim com um sorriso gigante.
- Não posso não, eu tenho que ajudar a senhora e esse que é o meu trabalho.
Ela da de ombros.
- Hoje vai ser relativamente calmo, arrumamos quase tudo ontem e eu sei que qualquer coisa se ficar muito apertado, um dos dois pode me ajudar. –Disse apontando para o Vitor e a Beatriz.
Eu podia sentir o cheiro de complô daquilo tudo.
Bufei e me dei por vencida.
- Ok, o que eu tenho que fazer para o senhor tem tudo?
Eles ficaram um pouco espantados, porque né, eu nunca falava mal do Heitor.
Eu até defendia ele, vê se pode.
Eu era uma idiota mesmo.
*
Depois de ter que esperar por um novo crachá que desse acesso aos andares superiores e uma ajuda da Rose e da Bea na minha roupa, mas não havia muito o que fazer. Afinal, calça jeans cinza com um rasgo no joelho, a blusa com o logotipo da empresa por cima da minha regata branca e all star preto não era a melhor roupa de secretária.
Meu cabelo estava até ok e não desgovernado.
Coloquei minha jaqueta de couro e meus óculos.
Era isso.
Eu ia ser só uma ajudante de um dia. Não iria trabalhar para ele para sempre e não estava indo ali para agradá-lo.
- Tem certeza disso Rose? E se eu não souber o que ele está pedindo?
Ela sorri para mim com aqueles olhos adoráveis.
- Minha querida, você é tão inteligente e capaz. Tenho certeza que irá dar tudo certo. – Com um último abraço ela se despede com um "boa sorte".
Bem, eu iria precisar mesmo.
HEITOR
Eu tentava me concentrar no documento a minha frente, mas toda hora a minha mente me levava de volta para ontem e a conversa desastrosa com a dançarina da boate.
Mesmo quando ela parecia uma fera a minha frente, eu não conseguia deixar de querer ela. Era assustador, mas enquanto eu me embaraçava mais na frente dela, mais eu queria agarrá-la.
Eu estava mesmo precisando mesmo de uma mulher.
Uma batida na porta me chama atenção e eu balanço a cabeça afastando aqueles pensamentos.
Hora de focar no trabalho.
- Entre.
A primeira coisa que eu noto eram as pernas, e meu olhar foi subindo pelo corpo curvilíneo até dar de cara com a mesma moça de óculos de ontem. A distraída.
- Pois não?
Ela parece um pouco desconfortável, e eu não poderia imaginar o motivo, mas logo ela suspira e começa a falar.
- O pessoal do recursos humanos disse que o senhor precisava de uma secretária temporária até encontrarem uma para o senhor. E me mandaram aqui.
Meu olhar se concentrou nela.
Que estranho, ela tinha os mesmos olhos claros que a dançarina. Só que os dela estavam protegidos por óculos de armação imensa.
- E a senhorita tem experiência nisso? Mesmo que seja temporária, eu ainda assim preciso de experiência.
Ela me encara e dessa vez levanta uma sobrancelha questionadora para mim.
- E o senhor acha que me mandariam aqui se eu fosse incompetente? Ou talvez de novo você pense que eu sou uma coisa que eu não sou.
Olho pra ela em confusão.
- Como?
Ela balança a cabeça.
- Desculpe, só estava divagando. – Ela se endireita. – Então, por onde eu começo? – E sorri.
Por um minuto um pensamento absurdo passa pela minha cabeça, mas logo eu deixo para lá e resolvo confiar nela.
- Qual é o seu nome?
- Melinda, senhor.
Melinda.
Mel.
Hm.
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e ai?
VOTEM! COMENTEM!
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HONEY - Uma história de amor sem medidas
RomantizmSINOPSE: Melinda/Honey, sempre foi apaixonada pelo Heitor, filho do dono da empresa mundialmente famosa, FOCOS. Para ela, Heitor é um príncipe de contos de fadas, mas ela não se acha digna dele., porque trabalha como cantora em uma boate noturna. Se...