CAPÍTULO 2

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HEITOR

Quando eu era pequeno, minha irmã mais nova Amanda, falava que eu era um mini-ogro, já que meu pai era um ogro, segundo a minha mãe.

Eu nunca havia levado isso a sério, afinal, quem leva a sério algo de uma irmã ou irmão mais novo?

Ainda mais a minha, que me torrava a paciência.

Eu não era um homem grosso. Eu era objetivo, era brutalmente honesto e sincero.

Se isso fazia de mim um ogro, que seja.

Por exemplo, já é a quarta vez que a minha assistente está tentando dar em cima de mim e eu nego, afinal, nunca misturo negócios com prazer.

Eu amava a empresa que o meu pai construiu, e não estudei administração por quatro anos, fiz especializações e fora o suor e sangue do meu pai, pra ser tudo destruído por um sexo no escritório.

Nunca colocaria em xeque a credibilidade da empresa, por um escândalo qualquer.

Por isso, estava de saco cheio quando ela tentou novamente encostar seus seios, provavelmente silicone, em mim novamente.

Eu podia não misturar negócios com prazer, mas também não era de ferro.

- Senhorita Juliana, você poderia por favor se afastar? – Tento utilizar minha voz neutra, mas parece que não consigo, porque ela se afasta rapidamente assustada.

- Desculpa, senhor Albuquerque eu.. – E começa um bla-bla insistente que não vai adiantar nada. Ela deve achar que eu sou idiota.

- Senhorita Juliana, eu não sou idiota e não adianta mais tentar me enganar com suas desculpas baratas, e é por isso que eu estou esperando sua carta de demissão a minha mesa até o final desta tarde.

Seu rosto fica vermelho de raiva, combinando com suas unhas que mais pareciam garras.

Eu gostava de mulheres bravas. Mas nela não ficava atraente.

- Bem, já que é assim, pelo menos eu não vou sair daqui sem conseguir o que eu realmente quero. – E então, para o meu choque, ela abre a blusa, mostrando seu sutiã rendado e me ataca como se um fosse a presa.

- Desculpa entrar assim, senhor Albuquerque, é que eu não vi ninguém na mesa da sua assistente e... NOSSA SENHORA! – Ouço uma voz melodiosa gritar e eu afasto Juliana de mim, a empurrando no chão, e me viro para dar de cara com os mais lindos olhos verdes.

Ela e eu apenas nos encaramos, antes dela respirar fundo e deixar uns papéis em cima da minha mesa e sair correndo de lá.

Algo em mim simplesmente não aceitou bem essa ideia e quando eu vi, eu estava indo atrás dela, mas quando cheguei ao saguão, ela já havia sumido.

*

- Quer dizer que eu tenho que ouvir através de fofoca de funcionário que o meu filho foi atacado pela assistente? – Minha mãe pergunta, já entrando na minha sala e se jogando no sofá.

Bufo e esfrego as mãos no rosto, tentando me livrar da visão daqueles lindos olhos verdes.

- Foi isso mesmo, e o pior ainda é que a louca ficou indignada e disse que iria me processar por assédio.

Amanda se revolta com isso.

- O que? E onde essa senhoritinha está? Eu vou arrebentar ela, deixa comigo. – Ela bufa e cruza os braços.

As vezes eu esqueço que a Amanda tem vinte e três anos, por que ela vive agindo como se tivesse treze.

- Ok, antes que você arrebente a minha ex-secretária, me diga, o que veio fazer aqui hoje?

Amanda já havia modelado para a empresa, mas só roupas, porque meu pai e eu proibimos de qualquer forma que ela modelasse de lingerie. Minha mãe apenas achou graça.

Agora, minha irmã era professora em uma escola comunitária de moda. Ela adorava.

- Eu vim só saber se você vai realmente comparecer ao meu jantar de noivado.

Ah, e ela estava noiva.

- Amanda, é só daqui a cinco dias, e eu já confirmei.

- Sabe que tenho sempre que perguntar né, já que você sempre arranja uma reunião ou algo que considere mais importante para fazer no dia. – E me olha magoada.

Suspiro.

Eu já perdi algumas reuniões em família por causa do trabalho.

Mas fiz uma promessa a minha irmã.

Eu estaria lá.

- Pode contar com o padrinho. – E abro um sorriso radiante, ganhando um dela em troca.

- Ok então, vou indo nessa. – Ela levanta e me da um abraço antes de ir.

Depois que ela fecha a porta, eu me viro para a vista do meu escritório e encaro o nada, pensando naqueles olhos verdes.

Porra, aqueles maldito olhar não saia da minha cabeça desde que ela praticamente entrou e correu daqui.

Ela trabalhava aqui, mas onde?

Eu não lembro de alguém do meu setor com aquele olhar.

Droga, eu estava ficando louco.

Eu precisava transar, e logo.

Peguei meu telefone e disquei o número do Jonas, um amigo antigo meu.

- Quem é vivo sempre aparece, ou melhor, liga não é, Heitor Albuquerque.

- Oi, Jonas.

- Pensei que você só vivia para o trabalho.

- E eu vivo, mas ando precisando espairecer um pouco.

- Ótimo, porque eu tenho o lugar perfeito.

Eu só não esperava me arrepender dessa decisão.

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HONEY - Uma história de amor sem medidasOnde histórias criam vida. Descubra agora