VII_Inimigo de Sangue

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— Me assustou desgraçado!

— Desculpa Miranda. Mas... Você comendo fritura?

— Me deixa Felipe.— Ela soltou a mão do cunhado de seu braço e ele sentou na cadeira ao lado.

— Tá tão triste por o Miguel ter terminado que está jogando a dieta no buraco?

— Foi só uma.

— E já ia para a segunda... E para a terceira...

— Claro que não, eu tenho muito autocontrole. Já faz um ano desde a última batata frita que entrou na minha barriga, então não me julgue.

— E como vai a vida?

— A mesma merda de sempre. E a sua?

— Estamos na mesma.— Sorriu— Quer beber alguma coisa?

— São cinco da tarde.

— E tem hora certa pra beber?

— Claro que não, mas não estou com vontade. Não vou me afundar na bebida só porque o seu irmão terminou comigo.

— Vou avisar isso pra ele então. Acho que ele tá naquela loja de bebidas no terceiro andar.

— Sério?— Um sorriso brilhou em seu rosto, mas depois um outro, muito mais irônico, que fez com que o dele se fechasse— Não me importo.— Fez cara de indiferença.

— Tenho certeza de que não é assim que se sente Mirandinha, não precisa mentir pra mim.

— Não me conhece tão bem.— Ela se aproximou do ex cunhando.

— Eu gostaria muito de conhecer profundamente.— Ele se aproximou ainda mais.

— Miranda?— Eu voltei e, ao meu lado, estava Karla, perplexa.

— Oi Maria. Lembra do irmão do Miguel, o Felipe?

— Não se preocupe, eu me apresento.— Ele veio em minha direção e segurou suavemente a minha mão—Felipe Fernandes, ao seu dispor. É um prazer conhecê-la, ou melhor, reencontrá-la.— Deu um leve beijo não mão e depois um em meu rosto.

— O prazer é todo meu em te rever, Felipe. Não tivemos muitas oportunidades agradáveis quando crianças. E seu irmão veio?

— Veio sim, viemos comprar um vinho para meu pai. Aliás, olha o Miguel ali!— Apontou para a escada rolante, onde Miguel descia com uma sacola na mão.

— Boa tarde a todos!— Sorriu.

— Boa tarde!— Sorrimos também.

— Vocês vão ficar por muito tempo aqui ainda meninas?— Miguel perguntou.

— Acho que já tá na hora de ir.— Karla disse— Porque tá difícil escolher uma boa motorista para a noite. Miranda é tão ruim quanto eu e a Maria corre demais.

— Somente as boas motoristas fazem isso.— Sorri.

— Por que não fazemos um seguinte: Miguel, você tem que levar os equipamentos, não tem?— Felipe perguntou.

— Sim.

— Então cabem três pessoas no carro, certo?

— Certo. A que ponto quer chegar?

— Eu levo a Miranda e você leva a Maria e a Karla. A gente estava discutindo mesmo porque eu não queria levar aqueles equipamentos no meu carro. A Miranda é mais limpa.

— O que quer dizer?— Ela olhou com cara de brava para Felipe, que sorriu.

— Que os equipamentos só cabem nos bancos e os do meu carro são brancos e iam sujar.

Apesar Da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora