— Mas a cada dia que passa o seu irmão me surpreende mais Maria!— Karla estava sentada em sua cama, abraçada a uma almofada, enquanto eu arriscava algumas notas no violão.
— Já reparou que praticamente só falamos do Manoel a noite inteira?
— Não INTEIRA, mas uma boa parte dela você tem razão.— Rimos— Na outra, você veio com o plano B, que eu nunca imaginei que existia, sem falar na parte onde você parou pra analisar como a Miranda e o Felipe formam um casal estranho.
— Exato, eu não entendo como começaram a namorar tão rápido.
— Acha que estão fingindo algo pra causar ciúmes em você e no Miguel?
— Vindo da Miranda, eu não duvido, mas o Felipe não faria isso. Ele sabe que eu nunca senti nada por ele e eu não teria motivos para sentir ciúmes.
— Então em que está pensando?
— Acho que estão tentando fingir que tudo está bem enquanto, na verdade, estão esperando o momento certo para dar o bote.
— Mas você já disse que não sente nada pelo Felipe.
— Sim, mas pode pensar que, em um momento de fraqueza, eu poderia ceder.
— Cederia?
— Claro que não, até porque me separar do Miguel só traria consequências pra minha vingança, não pro meu coração.
— Você repete tantas vezes que não tá apaixonada pelo Miguel, que até parece que tá tentando se convencer disso.
— Para de pensar em coisas que não existem. Eu gosto do Miguel sim, ele é uma boa pessoa e não merece o que eu tô fazendo com ele.
— Mas...
— Mas o meu pai merece essa vingança, e eu tô fazendo o possível pra que tudo seja feito o mais rápido possível, evitando ao máximo o sofrimento dele.
— E depois?
— Depois nada. Vou destruir o pai dele, ele vai me odiar, talvez volte pra Miranda e eu volto pra minha vida normal.
— A sua vida normal inclui uma vingança desde os 7 anos.
— Eu vou ter que descobrir o que é uma vida normal. Agora já chega desse papo de psicóloga, prefiro que a gente continue falando do Manu.
— Você acabou de falar que tava incomodada com a minha obsessão pelo seu irmão.
— Pois é, e me arrependo, porque a sua análise sobre minha condição mental vingativa é muito mais chata. Pode continuar.
— Eu tô tentando ajudar. — Ela fingiu querer continuar no assunto da vingança, mas logo cedeu — Mas voltando ao assunto de antes, seu irmão foi pra fazenda?
— Foi Karla!— Revirei os olhos.
— Não precisa falar assim, eu só tô perguntando.
— Já perguntou duzentas vezes pelo Manoel.
— É que é bom rir de vez em quando. E ele me faz rir.
— Me responde uma coisa?— Estiquei o braço e peguei um pote de sorvete de chocolate.
— Diga.
— Tá gostando do meu irmão?— Comi uma colher de sorvete.
— E-eu?— Ela gaguejou— Claro que não!
— Eu sei que o Manoel é todo retardado, mas é bonito, é legal... Vamos começar uma sessão de terapia. Me conta o que sente por ele.
— Nós não vamos começar uma terapia, primeiro porque eu sou a psicóloga, segundo porque o que você mais precisa é de uma terapia.
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Apesar Da Vingança
RomanceCONCLUÍDO "Porque apesar da vingança, eu me apaixonei pelo filho do homem que destruiu meus sonhos." Olá. Me chamo Maria. Nessa história, vou lhe contar como meu mundo perfeito desmoronou, me transformando em uma mulher fria e vingativa. Depois de m...