Durante um mês, só sabíamos pensar no casamento. Os preparativos estavam a todo vapor, mesmo que da forma mais discreta possível, para não chamar muita atenção, principalmente porque Miranda não deveria saber o dia. Era o mais seguro a ser feito.
Miguel e eu já havíamos comprado um apartamento no centro da cidade, mas a reforma e a mudança só deveriam ficar prontas nos próximos meses.
...
Foi então que o grande dia chegou. Cheguei ao cartório do centro da cidade com quase nada de atraso e Miguel já estava lá. Vestia um terno preto aberto, com uma camisa branca e uma gravata cinza, enquanto eu vestia um vestido branco e justo, 3 dedos acima do joelho, era tomara que caia, com duas fitas grossas trançadas nas costas. Nos braços, luvas que iam dos cotovelos até os pulsos, feitas de renda branca.
Ele me buscou na porta e me levou de mãos dadas até a mesa onde o juiz de paz já nos esperava. Chamamos apenas Karla, Manoel, minha mãe e Fernando Fernandes, mas era estranho vê -lo olhando para mim e sorrindo conforme eu passava por ele.
...
Enquanto a cerimônia acontecia, sem percebermos, Miranda observava tudo pela janela lateral, escondida o suficiente para não ser vista. Quando o juiz disse que já estávamos casados e que já podíamos nos beijar, uma lagrima desceu pelo rosto da minha irmã. Mas ela não a limpou, pois precisava aliviar tudo o que estava sentindo naquele momento: uma mistura de dor, de ódio. Foi então que uma mão tocou seu ombro.
— Sério que vai ficar aí sofrendo?— Era Felipe, que acariciava lentamente seu cabelo por trás.
— E você não tá?
— A Maria é muito bonita e tal, mas não vou ficar sofrendo porque ela se casou com o Miguel, já que tem outras tão ricas e tão bonitas quanto ela.— Ele olhou para Miranda.
— Nem nos seus melhores sonhos.
— Qual é Miranda, eu sou bonito, sou rico... E sem falar que temos quase o mesmo caráter e somos mimados. Somos perfeitos um pro outro.
— Você se acha, não é? Você e eu não somos iguais.
— E o Miguel é?
— Sim, já você é só mais um mauricinho que daqui a pouco vai vender o carro pra comprar drogas porque se viciou enquanto tentava se fazer de descolado. Faça -me o favor!
Felipe a segurou pela cintura.
— Eu posso te fazer rica e poderosa.
— Mas não vai me fazer feliz, e não vou cair na sua armadilha Felipe Fernandes. Fica com a sua empregadinha com cheiro de morango, eu ainda tenho uma última carta na manga.
— Ainda vai tentar separar a Maria e o Miguel?
— Não vou tentar, eu vou conseguir._ O ódio fervilhava em seus olhos enquanto ela se virava e ia embora.
...
Depois que abracei Karla, Manoel e minha mãe, Fernando Fernandes se aproximou.
— Será uma honra tê -la como nora.— Sorriu e me deu um abraço.
— Pra mim também será uma grande alegria.
— Pode contar comigo para o que precisar, viu? E me desculpe se algum dia te causei uma má impressão a ponto de te fazer pensar que eu havia assassinado o seu pai.
— Eu que tenho que pedir...
— Não diga nada, não precisa pedir desculpas. Vamos começar do zero_ Ele segurou minha mão_, sem mágoas, sem rancor, sem ressentimentos. O que acha?
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Apesar Da Vingança
RomanceCONCLUÍDO "Porque apesar da vingança, eu me apaixonei pelo filho do homem que destruiu meus sonhos." Olá. Me chamo Maria. Nessa história, vou lhe contar como meu mundo perfeito desmoronou, me transformando em uma mulher fria e vingativa. Depois de m...