IV_Intrigas por uma vingança

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— Tô pagando pra ver maninha.— Soltei o braço, me virei e fui em direção à porta da frente.

Miranda, por sua vez foi até onde Manoel estava, o abraçou e chorou.

— Calma minha princesa, tá tudo bem.— Ele acariciava o cabelo da minha irmã.

— Não é justo, sabe o tanto que eu lutei por ele. Agora chega essa vagabunda e quer roubar o meu namorado.

— Ela não vai roubar o Miguel de você, se acalma. Ele te ama, confia nisso.

Na porta da frente, Miguel me esperava com uma expressão triste no rosto.

— O que foi?

— Nada não...

_ Nossa, é difícil encontrar um homem tão pontual.

— E eu acho mais difícil encontrar uma mulher que não se atrasa gastando horas para se arrumar.

— Eu acho que você foi muito mau acostumado com a Miranda, mas eu posso te garantir que somos muito diferentes em muitas coisas.

— Que bom.

— Acha bom?

— Sim, a Miranda tem defeitos e são muitos. Se você transforma esses defeitos que vê na Miranda em qualidades, é ótimo. É isso que eu tento fazer.

— Sim, mas às vezes acho que tenho mais do que ela. Só que os meus não estão tão evidentes quanto os dela.

— Não parecem ser tantos, claro, pelo que eu conheci de você desde ontem.

— Não são tantos, mas são os piores.

— Não acredito que uma garota com um rostinho tão doce e delicado pode ser assim tão má quanto diz.

— Muito mais do que você imagina.

Olhei fixamente nos olhos de Miguel e acho que, por um instante, deixei ele perceber o que eu pretendia.

— Vamos Miguel? Vai ficar tarde. Minha mãe gosta de pontualidade no almoço e a Miranda, como sempre, vai adorar envenenar a Mamãe contra mim.

— Vamos, meu carro tá na rampa.

Descemos a escada e depois uma escadinha de três degraus até a rampa onde estava o carro de Miguel. Andamos por menos de 5 minutos na estrada.

— Para Miguel!

Ele pisou fundo no freio. Se não estivéssemos de cinto, com certeza teríamos voado literalmente para fora de seu Jeep.

— O que foi Maria?

— Dá um pouco de ré e espera no acostamento que eu vou abrir para você estacionar lá dentro. Vai ser mais seguro.

Saí do carro. Essa era uma das minhas táticas: parecer o mais independente e misteriosa possível. Miguel deu ré sem entender muita coisa.

— Maria você está bem? Nós estamos no meio da estrada, não tem porta nenhuma aqui.

— O que é? Tá com medo? Não confia em mim?

— Não é isso, é porque não tem nada.

Tirei várias raízes da frente com a ajuda de um canivete e Miguel veio me ajudar. Quando acabamos de tirar tudo, um portão de ferro ficou visível. Girei algumas trancas, em uma ordem criada pelo meu pai quando éramos crianças, entrei e abri esse portão, tirando algumas travas presas no chão, fazendo- o ficar 2 vezes maior. Miguel entrou com o carro. Saí correndo na sua frente e comecei a correr por entre as árvores, cujos troncos eram numerados de 1 a 5. Apenas a ordem correta levaria até o local onde desejávamos ir.

Apesar Da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora