— Tô pagando pra ver maninha.— Soltei o braço, me virei e fui em direção à porta da frente.
Miranda, por sua vez foi até onde Manoel estava, o abraçou e chorou.
— Calma minha princesa, tá tudo bem.— Ele acariciava o cabelo da minha irmã.
— Não é justo, sabe o tanto que eu lutei por ele. Agora chega essa vagabunda e quer roubar o meu namorado.
— Ela não vai roubar o Miguel de você, se acalma. Ele te ama, confia nisso.
Na porta da frente, Miguel me esperava com uma expressão triste no rosto.
— O que foi?
— Nada não...
_ Nossa, é difícil encontrar um homem tão pontual.
— E eu acho mais difícil encontrar uma mulher que não se atrasa gastando horas para se arrumar.
— Eu acho que você foi muito mau acostumado com a Miranda, mas eu posso te garantir que somos muito diferentes em muitas coisas.
— Que bom.
— Acha bom?
— Sim, a Miranda tem defeitos e são muitos. Se você transforma esses defeitos que vê na Miranda em qualidades, é ótimo. É isso que eu tento fazer.
— Sim, mas às vezes acho que tenho mais do que ela. Só que os meus não estão tão evidentes quanto os dela.
— Não parecem ser tantos, claro, pelo que eu conheci de você desde ontem.
— Não são tantos, mas são os piores.
— Não acredito que uma garota com um rostinho tão doce e delicado pode ser assim tão má quanto diz.
— Muito mais do que você imagina.
Olhei fixamente nos olhos de Miguel e acho que, por um instante, deixei ele perceber o que eu pretendia.
— Vamos Miguel? Vai ficar tarde. Minha mãe gosta de pontualidade no almoço e a Miranda, como sempre, vai adorar envenenar a Mamãe contra mim.
— Vamos, meu carro tá na rampa.
Descemos a escada e depois uma escadinha de três degraus até a rampa onde estava o carro de Miguel. Andamos por menos de 5 minutos na estrada.
— Para Miguel!
Ele pisou fundo no freio. Se não estivéssemos de cinto, com certeza teríamos voado literalmente para fora de seu Jeep.
— O que foi Maria?
— Dá um pouco de ré e espera no acostamento que eu vou abrir para você estacionar lá dentro. Vai ser mais seguro.
Saí do carro. Essa era uma das minhas táticas: parecer o mais independente e misteriosa possível. Miguel deu ré sem entender muita coisa.
— Maria você está bem? Nós estamos no meio da estrada, não tem porta nenhuma aqui.
— O que é? Tá com medo? Não confia em mim?
— Não é isso, é porque não tem nada.
Tirei várias raízes da frente com a ajuda de um canivete e Miguel veio me ajudar. Quando acabamos de tirar tudo, um portão de ferro ficou visível. Girei algumas trancas, em uma ordem criada pelo meu pai quando éramos crianças, entrei e abri esse portão, tirando algumas travas presas no chão, fazendo- o ficar 2 vezes maior. Miguel entrou com o carro. Saí correndo na sua frente e comecei a correr por entre as árvores, cujos troncos eram numerados de 1 a 5. Apenas a ordem correta levaria até o local onde desejávamos ir.
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Apesar Da Vingança
RomanceCONCLUÍDO "Porque apesar da vingança, eu me apaixonei pelo filho do homem que destruiu meus sonhos." Olá. Me chamo Maria. Nessa história, vou lhe contar como meu mundo perfeito desmoronou, me transformando em uma mulher fria e vingativa. Depois de m...